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·31 de dezembro de 2020

A safra brilhante de jovens jogadores alemães

Imagem do artigo:A safra brilhante de jovens jogadores alemães

Na coluna Quebrando Muros desta semana falaremos sobre como a Alemanha se reergueu da derrota em 2002 para o Brasil até o título em 2014. Inegavelmente, essa mudança de postura se deu pelas mãos de um homem: Joachim Löw. O treinador alemão firmou um compromisso de levantar seu país após uma sequência de resultados ruins, entretanto, o caminho não foi fácil. Você verá hoje como a mudança de filosofia trouxe o país para os holofotes do futebol internacional e como uma nova safra de grandes atletas se formou.

UM BANHO DE ÁGUA FRIA

Após a derrota para o Brasil na final da copa do mundo de 2002, a Alemanha estava decidida a vencer o título em casa. Dessa maneira, o treinador Jurgen Klinsmann preparou um elenco com nomes renomados do futebol, como Michael Ballack, Jens Lehmann e Miroslav Klose. Além disso, uniu a experiência com novos talentos, como Phillip Lahm, Lukas Podolski e Bastian Schweinsteiger. Assim, os germânicos tinham um dos elencos mais fortes da competição para disputar o título dentro de casa.


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Em primeiro lugar de seu grupo, a equipe venceu os 3 jogos sem dificuldades e foi para o mata-mata como favorito. Nas oitavas, mais um jogo tranquilo e vitória por 2 x 0 contra a Suécia. Na fase seguinte, o jogo mais difícil até então, vitória nos pênaltis contra a Argentina de Lionel Messi, Crespo e Riquelme. Contudo, na semifinal, a derrota para a Itália (que viria a ganhar o título daquela edição) por 2 x 0 fez com que o técnico Klinsmann deixasse o cargo.

Dessa forma, a seleção optou por não procurar um substituo no mercado, então, efetivou o auxiliar técnico e ex jogador Joachim Low. O mesmo prometeu colocar o time de volta às finais da copa do mundo, mas o processo levaria tempo e mudaria todo o país. Seguindo o exemplo da seleção, o maior clube do país, o Bayern de Munique, iniciou o processo de reestruturação. Anunciou as saídas do lendário goleiro Oliver Khan e do treinador multicampeão Ottmar Hitzfeld.

O CAMINHO A SER TRILHADO

Mudar a filosofia de um país com certeza não é tarefa fácil, no entanto, o trabalho tinha de ser feito. A receita para se conquistar uma copa do mundo é relativamente simples: apostar nas categorias de base. Uma seleção vencedora precisa renovar seu elenco e, por consequência, a Alemanha chegou para a copa de 2010 sem grandes nomes do passado, como Ballack e Lehmann.

Low enxergou jovens talentos que poderiam se desenvolver, como Manuel Neuer, Jerome Boateng, Mesut Ozil, Thomas Muller e Toni Kroos, todos ainda sem prestígio no futebol internacional. Apesar de novamente reunir experiência com espírito jovem, a seleção alemã perdeu mais uma vez nas semifinais para a equipe que seria campeã da edição, a Espanha. Duas derrotas seguidas despertou a fúria do treinador, fazendo-o entender que o trabalho para lapidar essa safra só havia começado.

Pouco tempo após a derrota, Low afirmou que manteria a mesma equipe devido a grande qualidade técnica, mas o que pesou no resultado foi a pouca experiência. Os trabalhos para 2014 se iniciaram, contudo, um alerta foi ligado: o mesmo elenco só jogaria mais uma copa. Pensando nisso, era hora de aprimorar o time atual e preparar substitutos.

O TETRA E A SAFRA DE 2014

Por ser a base da seleção nacional, esse aprimoramento e ganho de experiência teria que partir do Bayern. Dos 23 convocados, sete pertenciam ao clube e três foram comprados posteriormente pelo time. A fim de voltar ao topo do futebol mundial, a equipe contratou os cinco jogadores, deu mais tempo para a famosa dupla do holandês Arjen Robben e do francês Frank Ribery. Dessa maneira, foi vice da Champions League em 2011, mas após a contratação do croata Mario Mandzukic, conquistou a tríplice coroa do ano seguinte.

Vencendo a copa e o campeonato nacional junto com a Champions League, o elenco do Bayern jogava cada vez mais entrosado, sendo fundamental para o desenvolvimento do país. A seleção chegou para 2014 novamente com sete jogadores do clube de Munique e de fato, a experiência acumulada deu certo. O torneio foi marcado com diversos bons jogos, incluindo o fatídico 7 x 1 contra o Brasil, mas além disso, provou que o elenco germânico amadureceu. Vencendo a Argentina na final, os alemães conquistaram o tão sonhado tetracampeonato mundial, premiando essa atual safra de bons atletas.

Por ser a mesma base de 2010, a equipe já não era mais tão jovem. A solução então foi buscar a velha e conhecida receita: apostar na base. A partir daí, um processo de “troca de bastão” foi instaurado, jogadores mais velhos deixaram seus postos de titulares para o teste de mais jovens. Criando assim essa cultura de rejuvelhecer o elenco a cada copa do mundo.

RENOVAÇÃO DO ELENCO

Com a finalidade de criar esse processo de renovação, diversos jogadores anunciaram aposentadoria da seleção após 2014. O grande goleiro Roman Weindefeller deu espaço para Marc-André Ter Stegen, Per Mertesaker saiu para a promoção de Niklas Sule e Phillip Lahm se aposentou para a chegada de Joshua Kimmich no setor defensivo. No meio-campo, Bastian Schweinsteger passou o posto para Leon Goreztka, Lukas Podoslki deu sua vaga para Julian Brandt e no ataque, Miroslav Klose foi substituído por Timo Werner nessa nova safra.

Dessa maneira, uma nova geração alemã se formou para 2018 com o intuito de defender a conquista da edição passada. Contudo, a realidade foi muito diferente do planejado. A seleção acabou batendo no mesmo problema de 8 anos atrás: um elenco jovem e promissor, mas sem experiência. Apesar dessa inexperiência, a equipe chegou empolgada após passar pelas eliminatórias invictos. Por mais que pareça uma piada do passado de guerras, a Alemanha mais uma vez não se deu bem na Rússia.

Amargando a última colocação do grupo F, perdeu para seleções relativamente mais fracas, como a Coreia do Sul e o México, além da suada vitória contra a Suécia. Surpreendentemente, os atuais campeões do mundo estavam eliminados da competição na fase de grupos. O péssimo resultado fez com que o cargo de Low no comando da equipe entrasse em cheque.

A SAFRA DE TALENTOS PARA 2022

Com a decepção da seleção na copa, um novo processo para buscar jovens talentos se iniciou. Mas nem só de um time o país pode viver, então, equipes como o RB Leipzig, Borussia Dortmund e Bayer Leverkusen investiram forte nas categorias de base. Desses times, saíram grandes nomes que com certeza estarão na próxima copa e, como todo processo de renovação, substituirão nomes da atual equipe nessa nova safra.

Kai Havertz deve entrar na vaga Mesut Ozil, Serge Gnabry deve substituir Marco Reus e Lukas Klostermann deve pegar o posto de Mats Hummel e Florian Neuhaus deve assumir o posto de Sami Khedira. Ainda assim, a inexperiência pode ser um fator crucial para outro resultado ruim, tudo dependerá de como o treinador Joachim Low montará seu time. Fato é que talento não falta. Ótimos nomes consagrados no futebol internacional podem fazer da seleção alemã uma candidata ao título novamente.

Essa grande safra de talentos traz ao torcedor bastante esperança para o futuro. Contudo, uma certeza é que, ao contrário do que muitos torcedores pediam após o péssimo resultado, o técnico Low deve permanecer. Ninguém conhece a seleção tão bem igual ele, afinal, são 14 anos a frente. Já ganhou um título e deve vir com uma forte safra para 2022.

A CONVOCAÇÃO

Suponhamos que já seja 2022, precisamos ajudar Joachim Low a convocar a equipe para disputar a copa. Vamos aos 23 nomes que farão parte dessa nova safra de atletas:

GOLEIROS: Marc-Andre Ter Stegen (Barcelona – ESP), Bernd Leno (Arsenal – ING) e Manuel Neuer (Bayern de Munique – ALE)

LATERAIS ESQUERDOS: Phillipp Max (Ajax – HOL) e Maximilian Mittelstadt (Herta Berlim – ALE)

ZAGUEIROS: Jerome Boateng (Bayern de Munique – ALE), Niklas Sule (Bayern de Munique – ALE), Lukas Klostermann (RB Leipzig – ALE) e Antonio Rudiger (Chelsea – ING)

LATERAIS DIREITOS: Joshua Kimmich (Bayern de Munique – ALE) e Benjamin Henrichs (RB Leipzig – ALE)

MEIO-CAMPISTAS: Thomas Muller (Bayern de Munique – ALE), Kai Havertz (Chelsea – ING), Julian Brandt (Borussia Dortmund – ALE), Ilkay Gundogan (Manchester City – ING), Leon Goreztka (Bayern de Munique – ALE), Florian Neuhaus (Borussia M'gladbach – ALE), Toni Kroos (Real Madrid – ESP) e Julian Draxler (Paris Saint-Germain – FRA)

ATACANTES: Timo Werner (Chelsea – ING), Kevin Volland (Monaco – FRA), Leroy Sane (Bayern de Munique – ALE) e Serge Gnabry (Bayern de Munique – ALE)

NOMES DE UMA NOVA SAFRA

Apesar de a lista anterior ser, aparentemente, o melhor time para 2022, alguns nomes chamam atenção e merecem menção. Uma nova safra de grandes talentos está para se formar e você deve ficar de olho para o futuro. Todos os escolhidos abaixo possuem menos de 20 anos, mas com um gigante potencial para ser explorado.

Florian Wirtz

Meio campo de apenas 17 anos, é a maior joia das categorias de base do Bayer Leverkusen. Dribla muito bem e possui ótima visão de ataque.

Karim Adeyemi

Atacante de 18 anos, criado na base do RB Leipzig, definitivamente sua velocidade é a maior qualidade e tem impressionado muitos olheiros.

Noah Katterbach

Lateral esquerdo do Colônia, possui 19 anos e já é visto como futuro dono da posição na seleção alemã. Sua principal qualidade são as características defensivas, sendo um ótimo marcador.

Bright Akwo Arrey-Mbi

Zagueiro da base do Bayern de Munique, possui 17 anos, mas já impressiona pela sua altura (1,87m) e a forma que aparece rápido para dar combate.

Foto destaque: Reprodução/ USA Today

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