“A repressão policial o matou”, diz irmão de torcedor do Gimnasia morto em tumulto na Argentina | OneFootball

“A repressão policial o matou”, diz irmão de torcedor do Gimnasia morto em tumulto na Argentina | OneFootball

Icon: Trivela

Trivela

·07 de outubro de 2022

“A repressão policial o matou”, diz irmão de torcedor do Gimnasia morto em tumulto na Argentina

Imagem do artigo:“A repressão policial o matou”, diz irmão de torcedor do Gimnasia morto em tumulto na Argentina

Oscar Regueiro, irmão de César Regueiro, que morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto era transportado de ambulância do Estádio Del Bosque para o hospital, acusou a polícia de ter matado o seu familiar ao tentar controlar, por meio de repressão, a situação que se desenvolvia nos arredores do jogo entre Gimnasia La Plata e Boca Juniors na última quinta-feira pela 23ª rodada da Superliga Argentina.

A partida foi interrompida aos nove minutos quando gás lacrimogêneo lançado pela polícia começou a entrar no campo de jogo. Torcedores no lado de fora, com e sem ingresso, tentavam entrar, mesmo com os portões fechados. Os agentes de segurança reagiram também com balas de borracha. César Regueiro, funcionário da prefeitura de La Plata e que havia atuado como jogador profissional na Liga Platense, foi a única morte confirmada pelas autoridades.


Vídeos OneFootball


O ministro de Segurança da província de Buenos Aires, Sergio Berni, criticou a ação da polícia durante o tumulto, dizendo que a morte de Regueiro “deveria ter sido evitada” e que a situação foi “resolvida da pior maneira”. O governador Axel Kicillof demitiu o responsável pela operação, e o caso está sendo investigado. Berni afirmou que houve sobrecarga de ingressos, o que o Gimnasia La Plata nega.

“A repressão policial o matou”, disse Oscar Regueiro, em uma entrevista coletiva à imprensa da Argentina. “Não é uma questão de insegurança. Ele foi ver um jogo de futebol como todo mundo que foi ao estádio. Ele e 25 mil pessoas foram agredidos pela polícia da província de Buenos Aires. Por que não abriram os portões quando as pessoas pediam para sair porque estavam morrendo afogadas? O meu irmão morreu nos braços da minha sobrinha, com os netos ao lado. Quando estavam fazendo RCP (reanimação cardiorrespiratória) nele, a polícia atirava gases ao lado de onde estava meu irmão”.

Oscar Regueiro foi ainda mais longe. Disse que a situação foi “preparada” e que ela precisa ser investigada. O governador da província de Buenos Aires e o ministro de Segurança disseram que tudo será colocado à disposição para os promotores apurarem o que aconteceu. “Não foi uma casualidade. Foi uma causalidade. Que agradeçam que apenas meu irmão pagou porque poderia ter acontecido uma tragédia. Eu vi o estádio do Gimnasia muito mais cheio, não havia cinco mil pessoas no lado de fora, não há vídeos que mostrem agressão com pedras contra a polícia e o gás lacrimogêneo foi lançado do único portão que foi aberto”, disse.

“Fico com as melhores lembranças. Depois do meu pai, ele era o líder da manada. Eu fico com as mãos vazias. Ele não merecia morrer como morreu. É um caso de repressão policial e eu quero justiça”, encerrou.

Saiba mais sobre o veículo