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Saudações Tricolores.com

·30 de setembro de 2020

A ponta do iceberg

Imagem do artigo:A ponta do iceberg

Essa semana, conversando com um amigo botafoguense, ouvi que a nossa torcida é muito emocionada. Que nós, acostumados com títulos, não nos conformamos quando temos um time mediano (pra não dizer ruim). Muito disso porque, num saudoso passado recente, vivemos um período de protagonismo no Brasil e na América. Ainda, que nós acreditamos demais: na mais modesta demonstração de um bom futebol, já tratamos de abrir um espacinho na sala de troféus e que isso seria causa da nossa revolta a cada eliminação.

Acreditamos em uma Sula aqui, uma Copa do Brasil ali, mas o tempo tratou (e ainda trata) de nos mostrar que o verde da esperança, sozinho, não ganha título e que a má fase, na verdade, é a nossa realidade – e continuará sendo por longos anos a menos que as coisas mudem.


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E por que, meus caros, falo nisso?

Porque essa conversa me fez pensar muito. Primeiro que não devemos nos acostumar a perder. Repararam que cada vez mais aceitamos derrotas contra times inferiores ou menores sob o argumento de que “é sempre assim”? Eventualmente perderemos, afinal faz parte do jogo. O que não pode é naturalizar o fracasso, isso sim é errado.

Além disso, concordei em parte com o que ele disse: quando vencemos, costumamos achar que está tudo bem, ficamos otimistas. Quando perdemos, é o fim do mundo. E aí, por causa da derrota, criticamos A, B ou C – que já deveriam ter sido alvos de críticas muito antes.

Vivemos assim há oito anos. Quantos mais virão?

Por conta das eliminações precoces e absurdas, estamos indignados. Mas e se tivéssemos sobrevivido? Estaríamos cobrando uma gestão mais responsável, transparente e profissional? Sabemos separar o campo dos bastidores?

Veja bem, não estou dizendo que não podemos comemorar vitórias – independente do momento -, mas que precisamos analisar o todo. O que vemos em campo é a pontinha do iceberg de toda uma gestão, de decisões tomadas antes e agora.

Fomos pioneiros no movimento de profissionalização dos jogadores na década de 30. Me parece muito contraditório – e até desrespeitoso com a nossa história – não seguirmos nessa vanguarda, agora visando a profissionalização da gestão.

Faltam 28 pontos.

ST

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