Última Divisão
·23 de novembro de 2022
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O Marrocos corre por fora como candidato a sede da Copa do Mundo de 2030, o que pode encerrar um tabu histórico no torneio.
A chapa (que pode contar ainda com Argélia e Tunísia) tem a forte concorrência de uma candidatura da América do Sul, encabeçada pelo Uruguai – justamente o país-sede da Copa do Mundo de 1930, cem anos antes. Argentina, Chile e Paraguai fazem parte da proposta. A concorrência ainda tem duas candidaturas conjuntas, uma de Portugal e Espanha (que pode incluir jogos na Ucrânia), e outra da Grécia, Egito e Arábia Saudita.
A missão marroquina é ingrata. Entre 1930 e 2026, foram cinco candidaturas a sede de uma Copa do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010 e 2026), todas derrotadas. Nenhum país do mundo tentou tantas vezes sem conseguir receber o principal torneio de seleções da Fifa.
Para efeito de comparação, o país que mais vezes se oferecer para receber a Copa do Mundo foi a Alemanha, com oito candidaturas. Foram duas vitórias (1974 e 2006) e seis derrotas (1938, 1962, 1966, 1982, 1990 e 1998).
Seis países tentaram cinco vezes cada: Argentina, Espanha, Inglaterra, Itália, Marrocos e México. O México conquistou três vezes (1970, 1986 e 2026), a Itália levou duas (1934 e 1990), enquanto Argentina (1978), Inglaterra (1966) e Espanha (1982) levaram uma. Só os marroquinos ficaram de mãos abanando.
Historicamente, é raro que um país tente tantas vezes e não recebe a Copa do Mundo. A Holanda tentou três edições, enquanto a Austrália tentou duas. Áustria, Bélgica, Egito, Grécia, Hungria, Irã, Iugoslávia, Líbia, Nigéria, Peru, Portugal e Tunísia também já apresentaram candidaturas, que foram recusadas.
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Desde a década de 1990, é comum ver o Marrocos na lista possíveis sedes de Copas do Mundo. Quase sempre, batendo na trave. Na Copa de 1994, por exemplo, perdeu a sede para os Estados Unidos por dez votos a sete (o Brasil, que concorria, teve dois). Para 1998, o placar foi de 12 a 7 contra a França. Para 2006, a disputa foi pior, e o país do norte da África foi eliminado ainda na primeira rodada da disputa com Alemanha, África do Sul e Inglaterra.
A derrota mais emblemática veio na disputa pela Copa de 2010, que teve apenas candidaturas de países africanos. A África do Sul venceu o Marrocos por 14 a 10 em votação realizada em 2004, mas matéria publicada pelo jornal britânico Daily Telegraph em 2015 apontou que os marroquinos teriam sido mais votados, vencendo a disputa.
Veio a disputa por 2026, e nova derrota. Entre 200 votos, a chapa formada por Canadá, Estados Unidos e México levou 134, contra 65 do país africano – houve uma abstenção. Aí, o sonho ficou para 2030 – e possivelmente terá que esperar mais um pouco.
Com um histórico relevante em Copas do Mundo (são seis participações entre 1970 e 2022) e até mesmo como sede de torneios da Fifa (foi palco do Mundial de Clubes em 2013 e 2014), o Marrocos é um nome de respeito na briga para sediar grandes torneios.
Mas ainda briga para sediar pela primeira vez um grande torneio de seleções da Fifa, direito que já foi conquistado por países que jamais disputaram o principal torneio da entidade – como Azerbaijão (Mundial feminino sub-17 de 2012), Finlândia (Mundial sub-17 de 2003), Guatemala (Mundial de futsal de 2000) Índia (Mundial sub-17 de 2017), Jordânia (Mundial feminino sub-17 de 2016), Lituânia (Mundial de futsal de 2021), Malásia (Mundial sub-20 de 1997), Papua Nova Guiné (Mundial feminino sub-20 de 2016) Tailândia (Mundial feminino sub-20 de 2004 e Mundial de futsal de 2012).
Relembre como foram as disputas para sediar a Copa do Mundo: