Calciopédia
·22 de janeiro de 2025
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·22 de janeiro de 2025
Depois de 20 anos, Juventus e Club Brugge voltaram a se encontrar na Liga dos Campeões. Naquela ocasião, Thuram pai estava em campo e a Juve venceu, com gol de Del Piero. Hoje, em 2025, pela sétima rodada do torneio europeu, as duas equipes fizeram um jogo nulo que, apesar da comemoração em torno do empate no final da partida por parte dos belgas, não ajudou ninguém e apenas dificultou uma boa oportunidade para a Velha Senhora ignorar os playoffs e chegar diretamente às oitavas – embora os bianconeri tenham confirmado seu lugar no mata-mata após o 0 a 0. Fato é que, embora houvesse algumas poucas boas notícias, como a atuação de Douglas Luiz, o confronto disputado no Jan Breydelstadion, em Bruges, na Bélgica, foi bem esquecível como um todo.
Após a boa vitória contra o Milan no último sábado, 18 de janeiro, pela Serie A, a expectativa era que, em cenário europeu, a Juventus encaminhasse sua entrada no G8 da Liga dos Campeões, visto que, no início da rodada, apenas dois pontos separavam os bianconeri do primeiro pelotão. Com Chico Conceição de volta e Vlahovic 100% fisicamente, Thiago Motta optou por repetir o que deu certo no último jogo, somente com Douglas Luiz, Weah e Savona como novidades na escalação inicial. González atuou como referência no ataque, mais uma vez por opção técnica.
O começo do embate foi bem promissor para a Juventus, que, ao menos na postura, conseguiu manter a pressão alta que lhe rendeu a vitória no fim de semana. O time belga, em alguns momentos, não conseguia se desvencilhar dessa blitz e optava por devolver a bola aos italianos, que pareciam não saber o que fazer com ela – talvez por falta de referência lá na frente, ou pela boa defesa montada pelos mandantes com Ordóñez e Mechele.
Apesar disso, os mandantes conseguiram roubar a bola no início; a pelota sobrou para Jutglà, que chutou de longe, sem perigo. Koopmeiners tentou cruzar aos 20 minutos, porém a bola parou em Mignolet, experiente goleiro do Brugge. Mbangula também chegou logo em seguida, mas foi bloqueado ao tentar jogar a redonda para a área. O belga bianconero foi uma arma muito acionada para criar algum perigo. Uma das boas notícias para este confronto foi justamente a entre ligação Locatelli e Mbangula, com boas viradas do capitão bianconero para o extremo, que quase sempre conseguia partir em velocidade, embora sem a pontaria de outras partidas.
Até os 30 minutos, a Juventus mantinha a posse de bola e ditava o ritmo do embate, mas sem qualquer efetividade no ataque. Douglas Luiz, que aproveitou muito bem os raros momentos em campo que lhe foram conferidos neste duelo, teve uma das chances mais claras até então: dominou bonito de ombro na entrada da área, limpou a marcação, mas pecou na finalização, que passou fraca e muito longe do gol belga. Pouco após o lance, o primeiro cartão amarelo surgiu para Koopmeiners, após neutralizar um contra-ataque do Club Brugge.
Di Gregorio, para não voltar totalmente apagado para o vestiário, se adiantou bem aos 40, evitando um lance perigoso para os mandantes. O primeiro tempo terminou muito equilibrado e com pouquíssimas ações ofensivas para as duas equipes. A disputa ficou travada, e os goleiros quase que inoperantes nos 45 minutos iniciais.
Logo no início da segunda etapa, aos 48 minutos, Di Gregorio até procurou dar um pouco mais de emoção ao encontro, quando driblou Tzolis e tocou fraco para Savona, que perdeu a posse para Vanaken. A redonda chegou até Jutglà, que finalizou com algum perigo, mas para fora. Pouco tempo depois, a melhor chance do embate foi da Juventus: após mais uma boa estocada de Mbangula – em outra boa virada de Locatelli –, o passe chegou Nico González que, sozinho frente à meta, furou e não conseguiu abrir o marcador. Na sequência, Douglas Luiz até tentou consertar, mas mandou por cima da baliza belga.
Em partida apagada, a Juventus não saiu do zero na Bélgica (Reuters)
A partir de então, a Juventus rondou muito a área do time belga, mas sem levar perigo. Não se contentando com o empate, Motta lançou a campo Yildiz e Conceição nos lugares de Mbangula e Weah. Nicky Hayen, treinador do Club Brugge, não ficou para trás e, na sequência, Nilsson e Seys foram para o gramado, substituindo Jutglà e Sabbe. Pouco depois de entrar na disputa, o português da Juve conseguiu sua primeira ação ofensiva, encontrando Koopmeiners na pequena área, mas o holandês a desperdiçou, de cabeça.
O time belga, que explorava muito bem os contra-ataques fornecidos por uma Juventus muito avançada, encontrou a oportunidade de vencer o embate quando Tzolis avançou pelo lado esquerdo bianconero e cruzou para Nilsson, que, na entrada da pequena área, emendou um voleio que passou por cima do gol de Di Gregorio. Como última carta do treinador juventino, a 15 minutos do fim foi a campo o batalhão: Koopmeiners, Douglas Luiz e González deram lugar a McKennie, Thuram e Vlahovic, na tentativa de algo diferente. Não foi o caso.
A chance de ouro saiu mesmo dos pés de Locatelli, que, de fora da área, chutou muito bem, obrigando Mignolet a fazer a primeira defesa da disputa, aos 84 minutos. Na cobrança do escanteio originado nessa intervenção, o time belga conseguiu um belo contra-ataque, onde, mais uma vez, Di Gregorio saiu bem e neutralizou o lance de Talbi, cria da casa.
O comportamento dos jogadores ao retardar as cobranças de bolas paradas no final da partida, somado à atitude da torcida com o apito final, mostra que o Brugge havia se contentado com um ponto, mesmo com a possível vaga no G8 ficando longe. Para a Juventus, é claro que o resultado foi ruim, também pelo mesmo objetivo.
O empate foi um balde derrubado no copo de chopp bianconero, que está em uma sequência muito intensa e decisiva na temporada. O time precisa voltar a marcar com regularidade; a escassez ofensiva reflete o mal momento de bastidores que vive a Juventus, que ainda não pode contar com Kolo Muani e, na visão técnica de Motta, nem com Vlahovic nesse momento. Soma-se a isso a dificuldade em encaixar Koopmeiners e seus pontas nesse formato, com as exceções de Conceição e Mbangula.
Como o novo formato da Champions league permite, se uma equipe ganha dois ou três partidas, ela já se coloca em uma boa posição. Cada ponto importa, mas não parece ser o caso em todos os embates. O que vale mesmo é aliviar duas datas em um calendário muito perigoso, e a Juventus, com 12, tentará se livrar delas no último confronto pela fase de liga, contra o Benfica, na próxima semana, em Turim. Antes disso, terá provavelmente a última chance de sonhar com um distante scudetto, quando visitará o Napoli pelo Campeonato Italiano. O Brugge, que tem um ponto a menos que a Juve, enfrenta como último adversário o Manchester City, que poderá estar em uma situação para lá de complicada na última rodada – quem diria.