A Geórgia continua em franca ascensão e, inspirada por Kvaratskhelia, conquista o acesso na Nations – e a vaga na repescagem da Euro 2024 | OneFootball

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·23 de setembro de 2022

A Geórgia continua em franca ascensão e, inspirada por Kvaratskhelia, conquista o acesso na Nations – e a vaga na repescagem da Euro 2024

Imagem do artigo:A Geórgia continua em franca ascensão e, inspirada por Kvaratskhelia, conquista o acesso na Nations – e a vaga na repescagem da Euro 2024

A Geórgia está entre as seleções que mais cresceram nos últimos anos. E a Liga das Nações se tornou um caminho fundamental para o fortalecimento dos georgianos. A equipe quase pintou na Euro 2020 graças ao torneio, com a derrota para a Macedônia do Norte no duelo decisivo da repescagem. Já na atual edição da Nations, a antiga república soviética emplacou mais um acesso e vai disputar a segunda divisão em 2024/25, além de garantir pelo menos uma vaga na repescagem da Euro 2024. O duelo que confirmou o feito da Geórgia teve ares de revanche, com a vitória por 2 a 0 sobre os macedônios em Tbilisi. Grande nome da atual geração, Khvicha Kvaratskhelia participou de ambos os tentos.

A Geórgia teve grande importância no contexto futebolístico da União Soviética na década de 1980. Os jogadores da república compunham a base da seleção, sobretudo na Copa de 1982, com o sucesso paralelo do Dinamo Tbilisi que conquistou a Recopa Europeia em 1981. Porém, desde a independência, os georgianos se acostumaram com desempenhos medianos de sua seleção. A melhor campanha nas eliminatórias para a Eurocopa aconteceu em 1996, com a terceira colocação no grupo de Alemanha e Bulgária, mas ainda assim faltaram sete pontos para a classificação. Já nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, no máximo os georgianos chegaram na terceira posição de sua chave no Mundial de 2002, a seis pontos da repescagem.


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A Geórgia não foi nada bem nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, sem vencer uma partida sequer em seu grupo. Entretanto, os sinais de melhora são claros depois disso. Os georgianos empataram com Dinamarca e Irlanda no qualificatório para a Euro 2020, enquanto seguraram um empate contra a Grécia e conquistaram uma histórica vitória sobre a Suécia nas Eliminatórias da Copa de 2022, num resultado que foi bastante custoso às pretensões dos escandinavos. E, num nível mais equilibrado, o time passou a chamar atenção na Liga das Nações.

A Geórgia ainda integrava a quarta divisão na Nations 2018/19. Conquistou o acesso no mesmo grupo do Cazaquistão e pôde participar da repescagem para a Euro 2020. Apesar da classificação sobre Belarus na semifinal, o time sentiu o desfalque de Kvaratskhelia na decisão e perdeu a vaga na Eurocopa para a Macedônia do Norte. Depois, na Nations 2020/21, os georgianos brigaram pelo topo do grupo na terceira divisão, mas acabaram superados pela Armênia. Uma nova chance viria na atual edição da competição e o time conseguiu sobrar.

Apesar da escalada no ranking, a Geórgia ainda pegou pote 3 no sorteio da atual Liga das Nações. Parecia ter dado azar, num grupo que reunia Macedônia do Norte e Bulgária, além de Gibraltar. As respostas vieram em campo. Os georgianos começaram muito bem, com goleada por 4 a 0 sobre Gibraltar em casa e 5 a 2 em cima da Bulgária fora. Um sinal ainda mais concreto das chances do time ocorreu com os 3 a 0 sobre a Macedônia do Norte em Skopje, um resultado fantástico. A equipe fechou a Data Fifa passada com um empate por 0 a 0 contra a Bulgária em Tbilisi. O acesso, de qualquer maneira, estava engatilhado.

Nesta sexta-feira, a Geórgia podia se valer do empate com a Macedônia do Norte em Tbilisi que já se aproximaria da classificação, contando com a vantagem de pegar Gibraltar na última rodada. Os georgianos, todavia, quiseram resolver o quanto antes e deram um motivo de orgulho à sua torcida. O triunfo por 2 a 0 foi construído entre o fim do primeiro tempo e o início do segundo. Aos 35 minutos, Kvaratskhelia entortou a coluna do marcador e o seu cruzamento resultou num gol contra de Bojan Miovski. Já aos 19 da etapa final, Budu Zivzivadze puxou o contra-ataque e só rolou para Kvaratskhelia completar à meta vazia. Os macedônios pressionaram bastante no segundo tempo, com 76% de posse e 13 finalizações. Porém, sequer conseguiram descontar. A Geórgia dava a volta por cima contra os antigos algozes e carimbava o acesso antecipado.

Um dos principais responsáveis pelo sucesso da Geórgia é um velho conhecido do futebol de seleções: o ex-lateral Willy Sagnol, que assumiu a equipe em 2021. O francês chegou a dirigir as seleções de base dos Bleus, teve uma passagem de quase dois anos pelo Bordeaux e foi assistente de Carlo Ancelotti no Bayern de Munique. Entretanto, os georgianos providenciam o momento mais relevante de sua carreira à beira do campo. Dá continuidade a um processo positivo de renovação iniciado anteriormente pelo eslovaco Vladimir Weiss, que dirigiu a Geórgia por quatro anos, de 2016 a 2020.

De qualquer maneira, a escalada da Geórgia reflete diretamente a adição de novos talentos nos últimos anos. Ninguém se compara ao impacto de Kvaratskhelia, dono do time aos 21 anos. Antes de virar a sensação do Napoli, o ponta já vinha de ótimos desempenhos com a equipe nacional. São nove gols e cinco assistências em 18 aparições com os georgianos, incluindo quatro tentos e três assistências nas seis aparições de 2022. Kvara já é o nono maior artilheiro da história da seleção principal e parece pronto a marcar uma geração.

Outros jogadores muito bons também devem sustentar a Geórgia por mais anos. A começar pelo goleiro Giorgi Mamardashvili, titular da seleção e de grande sucesso recente no Valencia. O centroavante Georges Mikautadze é reserva da seleção, mas uma das revelações da Ligue 2 com o Metz. Outro que ganha espaço na segundona francesa é Zuriko Davitashvili, jovem aposta do Bordeaux. Figuras como Otar Kiteishvili (Sturm Graz) e Giorgi Chakvetadze (Slovan Bratislava) não atravessam momentos tão bons, mas têm suas reputações no país.

Dentre os mais rodados, a Geórgia também conta com bons nomes de ligas secundárias da Europa, como o zagueiro Davit Khocholava (Copenhague) e o centroavante Budu Zivzivadze (Féhérvar). Há um contingente importante atuando nas copas europeias por seus clubes, a exemplo do capitão Guram Kashia, que se reencontrou com Vladimir Weiss no Slovan Bratislava após uma longa carreira dedicada sobretudo ao Vitesse. O beque de 35 anos chegou a 99 aparições pela equipe nacional e está a dois jogos de estabelecer o recorde como atleta que mais defendeu a nação. Vive o momento mais importante justo no fim da trajetória profissional.

O acesso da Geórgia na Liga das Nações bota a equipe no pote 4 do sorteio das eliminatórias da Euro 2024, assim como confirma o time na Liga B da Nations em 2024/25. O fato mais relevante, de qualquer maneira, é a garantia na repescagem para a Euro 2024, caso o time não vá bem nas eliminatórias. Por enquanto, os duelos com semifinais e final reuniriam adversários de peso – Turquia e Grécia também venceram seus grupos na atual Liga C, além do surpreendente Cazaquistão. Quem se der bem nos grupos das eliminatórias pode prescindir da repescagem, mas é bom que os georgianos tenham consciência do nível de desafio que os aguarda. Entretanto, pelo futebol apresentado e pela fase de Kvaratskhelia, os oponentes podem temer. Depois da frustração na repescagem anterior, as lições foram assimiladas e a Geórgia não deve deixar tal chance passar.

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