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·03 de novembro de 2022

A fase de grupos indica que essa talvez seja a Champions mais aberta em muito tempo

Imagem do artigo:A fase de grupos indica que essa talvez seja a Champions mais aberta em muito tempo

A fase de grupos da Champions League nem sempre consegue entregar muita emoção, mas a atual edição certamente está entre as melhores dos últimos anos. Houve um bom número de surpresas, favoritos pelo caminho, grandes partidas. E a impressão ao final desta etapa, antes do sorteio dos mata-matas, é que as chances de título estão abertas. Obviamente, há um grupo de quatro favoritos mais destacados, mas tem muita gente qualificada por aquilo que faz em campo, para desbancar quem carrega mais nome que bola. Os meses até o início das oitavas de final podem mudar muita coisa, ainda mais com uma Copa do Mundo no meio do caminho. Entretanto, por aquilo que se viu até o momento, as fichas estão na mesa.

Por bola, o melhor time da fase de grupos foi o Napoli. Teve goleadas impressionantes, emplacou o melhor ataque, se firmou na liderança de uma chave que poderia ser mais equilibrada. O time de Luciano Spalletti, entretanto, não está no rol dos costumeiros favoritos ao torneio continental. É uma das surpresas positivas e, mesmo que o Liverpool não seja nada confiável nos últimos meses, a goleada em Nápoles foi um belíssimo cartão de visitas. Talvez seja o principal representante de como a Champions está aberta.


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Outro time que se aproxima dos napolitanos nesse sentido é o Benfica. Os encarnados lideraram um grupo no qual outros dois adversários eram os pretensos favoritos. A equipe de Roger Schmidt também se provou na bola, com muitos recursos ofensivos e uma solidez que se notava desde as fases preliminares, das quais vieram os benfiquistas. O clube pode trazer o peso de bicampeão continental, mas há décadas não sonha com uma final. Pelo que se viu na fase de grupos, não se descarta pelo menos uma semi. Portugal, aliás, sai como destaque desta etapa da Champions. O Porto teve seus sustos, mas terminou na liderança de um grupo nivelado. E, pelas campanhas recentes, não se intimida com adversários de ligas maiores. É um time indigesto de se enfrentar.

Dos “favoritos tradicionais”, quatro times podem ser mencionados. O Bayern de Munique terminou com 100% de aproveitamento, mas não que receba apenas elogios. Os bávaros encontraram dificuldades em algumas partidas e apenas nas últimas semanas parecem realmente engrenar, com o encaixe de seu jogo. O Paris Saint-Germain foi de momentos impressionantes a outros modorrentos, sem convencer totalmente mesmo com a melhor fase de Lionel Messi na França. Já o Real Madrid sustentou uma invencibilidade longa na temporada e tem uma camisa que bota medo em muita gente, só que o futebol atual está abaixo da temporada passada. Não foi a chave que exigiu tanto do time de Carlo Ancelotti.

Dentre os ingleses, o Manchester City é o único que está um passo à frente. Conta com a inspiração de Erling Braut Haaland e um elenco de recursos. Mas, como em outras campanhas, não foi o grupo acessível que exigiu o melhor desempenho dos celestes. Os mata-matas são outra história. O Chelsea atravessa um momento de transição um tanto quanto sem identidade, enquanto o Tottenham sofreu para se classificar mesmo com o favoritismo em sua chave e tem mais aproveitamento do que qualidade. Por fim, o Liverpool decepciona na temporada e não parece um concorrente tão forte quanto em outros tempos. Pelo investimento, as equipes da Premier League representam uma força na competição. Mas não é o ano mais qualificado.

A lista de eliminados indica um pouco mais as aberturas da Champions. O Barcelona ruiu em meio ao seu prometido império, a Juventus passou longe de honrar o que se espera na competição, o Atlético de Madrid foi tão desastroso que sequer vai à Liga Europa. Se alguns times tradicionais ficam pelo caminho, outros dão sinais positivos de ascensão. E uma atenção especial merece ir para a dupla milanesa, que tanto sofreu longe dos melhores tempos continentais. A maneira como a Internazionale venceu a queda de braço contra o Barça animou a equipe, mesmo sem brilhar contra o Bayern. O Milan teve suas dificuldades, mas amadureceu dentro da própria competição.

Além da Inglaterra, o outro país a classificar quatro times foi a Alemanha. O Bayern se destaca, enquanto os outros ainda precisam se provar. Mas se dessa vez o Borussia Dortmund não consegue gerar expectativas, ao aproveitar mais a queda do Sevilla do que suas virtudes, os outros dois representantes da Bundesliga melhoram seus desempenhos na temporada. Eintracht Frankfurt e RB Leipzig podem gerar algum nível de desafio, seja pela forma como as Águias encaram jogos grandes ou pelos talentos ofensivos que voltam a aflorar nos Touros Vermelhos.

Por fim, o Club Brugge é quem leva uma bandeira diferente para os mata-matas. Os belgas já disputaram até final do torneio e incomodaram alguns favoritos nos últimos anos, mas não eram cotados para a classificação. Fizeram bonito num grupo nivelado, em que alguns dos principais oponentes estavam abaixo. Não é isso que diminui os méritos e o nível de talento entre os jovens. Se a defesa prevalecer como nas quatro primeiras rodadas, pode engrossar o caldo de quem pintar no caminho.

O nível de investimento muitas vezes prepondera em confrontos diretos de mata-matas, com classificações acachapantes sobre times que vinham como sensação. Assim como clubes acostumados ao mais alto nível da Champions League tantas vezes encontram atalhos para vencer – e o Real Madrid sabe disso muito bem. Como diria Riquelme na Libertadores, a disputa começa de verdade nas oitavas, e isso também vale na Europa. Mas, se a fase de grupos oferece uma chance de aferir a fase dos times, a noção de abertura é razoável. Caberá a Napoli, Benfica, Porto, Milan, Internazionale e outros em busca de uma final que não vem há mais de uma década provarem isso.

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