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·18 de dezembro de 2024

A escalada do Mirassol ao Brasileirão em cinco anos: 'Boas condições atraem bons jogadores'

Imagem do artigo:A escalada do Mirassol ao Brasileirão em cinco anos: 'Boas condições atraem bons jogadores'

Do Campeonato Paulista à elite do futebol brasileiro, em um intervalo de cinco anos. O Mirassol superou as limitações de orçamento, as barreiras habituais de um time modesto de uma pequena cidade, do interior de São Paulo, para atingir um objetivo que parecia muito distante.

A trajetória impressiona. O Mirassol precisou apenas de cinco anos para escalar quatro divisões - desde a classificação para a Série D, em 2019, até o acesso ao Brasileirão, em 2024.


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Conversamos com Edson Antonio Ermenegildo, presidente do Mirassol, sobre os desafios ao longo da caminhada histórica: da importância da estrutura às perspectivas para o futuro do pequeno clube do interior paulista.

Estrutura para mudar o patamar

Acompanhado por clubes mais tradicionais - Santos, Sport e Ceará - o Mirassol alcançou a inédita promoção ao Brasileirão. Na última rodada, cerca de 15 mil torcedores vivenciaram um momento único no estádio José Maria de Campos Maia, onde o apito final levou a uma explosão de alegria para os donos da casa.

A pequena cidade representada pelo Mira tem apenas 65 mil habitantes, e faz parte da região metropolitana de São José do Rio Preto. Caso toda a população do município decidisse apoiar o Mirassol em uma partida, não seria suficiente, por exemplo, para encher o Maracanã ou o Morumbi.

Fundado em 1925, o Mirassol disputava apenas competições estaduais em 2019. O quarto lugar no Paulista deu acesso à Série D. O clube foi campeão da quarta divisão nacional logo em 2020 e precisou de duas participações na Série C para subir para a segundona. A primeira campanha na Série B foi com um sexto lugar, em 2023, com o acesso surpreendente em 2024.

Há cerca de três décadas na liderança no clube, Edson Ermenegildo destacou a estruturação de um plano com objetivos bem definidos - aliado às boas condições de trabalho - como o segredo para o crescimento da instituição e mostrou-se grato com todos os envolvidos na caminhada até o Brasileirão: "A sensação é de alegria e de agradecimento, aos profissionais e aos torcedores, que nos acompanharam durante esta jornada".

"O planejamento é fundamental. Independentemente da divisão que se disputa, é preciso oferecer todas as condições de trabalho, seja para os atletas, bem como para a comissão técnica. Existe também a segurança de que todos os compromissos assumidos são cumpridos. Acreditamos, fundamentalmente, na responsabilidade da administração em gerir os recursos para que o crescimento seja alicerçado em bases sólidas", destacou o dirigente.


Investimento constante no CT

Um dos grandes pilares do projeto do Mirassol é o centro de treinos moderno, que impulsionou a mudança de paradigma no clube. A construção do novo CT foi um divisor de águas.

"O centro de treinos permitiu uma mudança de patamar no Mirassol, no sentido de podermos oferecer melhores condições de trabalho, tanto para os atletas como para a comissão técnica. As boas condições de trabalho atraem bons jogadores e ajudam, inclusive, nas negociações", explicou Edson Ermenegildo.

"Deste a inauguração, o nosso centro de treinos tem estado em constante evolução. Temos alojamento para as categorias de base, uma academia própria para a base, sauna, spas, tanque de flutuação e equipamentos modernos para o nosso departamento médico. O investimento no nosso centro de treinos é uma constante no clube", reforçou.

Construído em 2018 - quando o clube ainda não tinha divisão nacional - e aprimorado desde então, o CT contou com a venda de um jogador para impulsionar a modernização: Luiz Araújo.

Vinculado atualmente ao Flamengo, Luiz Araújo começou a carreira no Mirassol. O atacante se transferiu depois ao São Paulo, com o clube do interior retendo 20% dos direitos econômicos sobre o atleta.

Quando Luiz Araújo deixou o Tricolor Paulista rumo ao Lille, por R$ 38 milhões, o modesto Mirassol teve um aporte financeiro de R$ 7,6 milhões. Este valor foi em grande parte investido nas infraestruturas do centro de treino.

"A receita da venda do atleta permitiu dar um pontapé inicial para a construção do centro de treinos. Esse é talvez o grande feito que marca o início da mudança de patamar do clube", defendeu.

Filosofia de pés no chão

Rumo ao desconhecido, o Leão Caipira enfrenta novos desafios. A inexperiência pode custar caro na disputa na elite, com forte concorrência, e segurar os atletas valorizados pelo acesso é complexo. Além destes obstáculos, Mozart, técnico que levou o clube à Série A, decidiu deixar a equipe para o Coritiba. O futuro, porém, não assusta Edson.

"A nossa principal meta, sem dúvida, é a permanência na elite, tanto no Paulistão como na Série A do Campeonato Brasileiro. Tem sido assim nos últimos anos, sempre com os pés no chão e com muita responsabilidade", garantiu.

Conseguirá o Mirassol continuar a surpreender no Brasileirão em 2025? *com Diogo Organista Pereira

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