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·17 de maio de 2022

A conquista do primeiro Rio-São Paulo

Imagem do artigo:A conquista do primeiro Rio-São Paulo

Por Gabriel Pierin do Centro de Memória

No dia 17 de maio de 1959, um domingo, o Santos conquistava pela primeira vez o título do Torneio Rio-São Paulo ao vencer o Vasco por 3 a 0. Autor de dois gols, o jovem artilheiro Coutinho, com apenas 15 anos, foi o destaque da partida.


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O Torneio Rio-São Paulo de 1959 foi disputado em turno único. Santos e Vasco, coincidentemente, chegaram à última rodada concorrendo diretamente pelo título. O postulante Flamengo, derrotado no dia anterior pelo São Paulo, estava fora da disputa. O time de São Januário tinha um ponto de vantagem e bastava um empate para se sagrar bicampeão.

Com o apoio de 21 000 torcedores, o Santos jogou com força máxima no Pacaembu. Coutinho, que começou o campeonato na reserva, se firmou na equipe depois que Pagão se lesionou e era a esperança de gols para o clássico. O jovem atacante de quinze anos já tinha marcado cinco gols na competição. O técnico Lula escalou o time com: Laércio, Ramiro, Getúlio e Mourão; Álvaro e Zito (Fioti); Dorval, Jair Rosa Pinto, Coutinho, Pelé e Pepe.

O árbitro Frederico Lopes deu início ao jogo às 16 horas. Com a vantagem do empate, o Vasco começou a partida disposto a se defender. O atual campeão carioca tinha uma defesa experiente e o técnico Gradim armou a equipe com: Barbosa, Dário, Viana e Coronel; Laerte e Russo; Sabará, Robson, Zé Henrique (Cabrita), Rubens e Peniche (Osvaldo). A marcação imposta sobre Pelé impedia a criação de suas jogadas características. Quando o ataque santista conseguia furar o bloqueio vascaíno, esbarrava nas defesas do goleiro Barbosa. Segundo o goleiro Lalá, recém contratado pelo Santos e que acompanhava o jogo pelo banco de reservas, o ex-goleiro da Seleção Brasileira Barbosa fez uma partida impecável, evitando uma goleada: “Foi uma das melhores atuações na carreira do Barbosa. Ele só não contava com Coutinho, em tarde inspirada”.

No segundo tempo, os defensores cruzmaltinos não conseguiram manter a intensidade na marcação. Logo aos quatro minutos, Pelé encontrou Pepe livre. O ponta esquerda cruzou para a área e o centroavante Coutinho cabeceou firme para o gol.

Com a mudança no resultado, a equipe carioca precisou se lançar ao ataque para reverter o placar. O Santos se aproveitou do ímpeto vascaíno e ampliou a contagem. Jair lançou a bola na área, Pelé dominou antes de Viana e, na saída de Barbosa, colocou no canto direito do goleiro.

Aos 43 minutos, quando a torcida já se preparava para comemorar a vitória veio o terceiro gol. Pelé penetrou na área, se livrou do zagueiro, tirou do goleiro e deixou a bola livre para Coutinho finalizar e dar números finais à partida.

Campanha

Para ser campeão, o Alvinegro jogou nove partidas, com seis vitórias, um empate e duas derrotas. Marcou 24 e sofreu 16 gols, com os seguintes artilheiros: Coutinho (7), Pelé (6), Pagão (4), Pepe (3), Jair Rosa Pinto (2), Dorval e Zito (1).

Retrospecto

O Santos conquistava pela primeira vez o torneio entre paulistas e cariocas. Além do título de 1959, o Peixe conquistou mais quatro vezes o torneio nos anos de 1963, 1964, 1966 e por último no ano de 1997.

Um dia inesquecível

Há exato um ano de sua estreia pelo clube e a poucos dias de completar 16 anos, Coutinho marcou dois gols na decisão do Torneio Rio-São Paulo. Era o primeiro título de sua vitoriosa carreira pelo Santos. Coutinho havia estreado em 17 de maio do ano anterior, com apenas 14 anos e onze meses, contra o Sírio Libanês de Goiás. O jogo terminou 7 a 1 para o Santos e Coutinho deixou sua marca.

Nessa primeira partida do centroavante, o Alvinegro formou com: Manga (Laércio), Getúlio (Pinduca) e Dalmo; Feijó, Ramiro e Fioti; Dorval, Álvaro, Guerra (Raimundinho), Jair Rosa Pinto (Coutinho) e Hélio. O técnico era Luis Alonso Perez, o Lula.

Coutinho, quando garoto em Piracicaba, sua cidade natal, era chamado de Cotinho, virando Coutinho quando começou a jogar no Santos. O artilheiro disputou 457 partidas com a camisa santista em dois períodos, de 1958 a 1967 e depois de 1969 a 1970 marcando 368 gols. A última vez em que defendeu o Alvinegro Praiano foi no dia 21 de novembro de 1970 no empate sem gols diante do América Carioca, no Parque Antártica pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Taça de Prata) com o Peixe formando com: Cejas (Agnaldo); Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel Camargo e Turcão; Clodoaldo e Léo Oliveira; Árlem, Edu (Coutinho), Pelé e Abel. O técnico era Antônio Fernandes, Antoninho.

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