A classificação do Bayern diz muito sobre a atuação implacável da linha de defesa, com o quarteto excelente na marcação | OneFootball

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·09 de março de 2023

A classificação do Bayern diz muito sobre a atuação implacável da linha de defesa, com o quarteto excelente na marcação

Imagem do artigo:A classificação do Bayern diz muito sobre a atuação implacável da linha de defesa, com o quarteto excelente na marcação

Pela superioridade que se viu durante o segundo tempo, o Bayern de Munique deixou a impressão que os 2 a 0 sobre o Paris Saint-Germain ficaram baratos nesta quarta-feira. Depois que saiu o primeiro gol, os bávaros desperdiçaram vários contra-ataques até que a parada fosse definida na Allianz Arena. Porém, o grande mérito do time de Julian Nagelsmann esteve em seu trabalho sem a bola. Por mais que o PSG seja uma equipe débil nas tramas ofensivas, possui uma série de individualidades para incomodar. O Bayern anulou qualquer problema neste sentido. Travou os astros adversários e mal concedeu chances claras. Foi uma noite implacável da linha defensiva dos alemães, em que fica até difícil dizer quem foi melhor. Dayot Upamecano e Matthijs de Ligt foram intransponíveis no miolo de zaga, assim como Josip Stanisic e Alphonso Davies deram sustentação pelos lados.


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Não dá para dizer que a linha de zaga do Bayern fez uma exibição perfeita porque o time encontrou muitas dificuldades na saída de bola, sobretudo no primeiro tempo. A pressão da marcação do PSG provocou seguidos erros de passes. Em contrapartida, os bávaros tiveram méritos em não deixar que os adversários se criassem em cima disso. Tantas e tantas vezes, a equipe conseguiu a recuperação para aliviar os riscos. Num primeiro tempo de poucas emoções, essa capacidade dos alemães no combate fez a diferença para conter os oponentes. Já na segunda etapa, especialmente depois que o Bayern abriu o placar, o sistema defensivo como um todo funcionou para emperrar o PSG em sua fraca tentativa de reação. A área esteve sempre bem protegida.

O primeiro nome a se destacar é o de Josip Stanisic. O jovem lateral poderia ser visto por alguns como um “ponto fraco”, especialmente pela missão de ter que combater Kylian Mbappé. Entretanto, o garoto deu conta do recado e não só não comprometeu, como conseguiu anular o adversário na maior parte do tempo. Por mais que o atacante tentasse suas jogadas individuais, quase sempre tinha uma marcação dura do croata. Stanisic fez uma partida um tanto quanto conservadora, sem avançar tanto ao campo de ataque. Em compensação, terminou a noite entre os líderes de desarmes, cinco no total.

Se por um lado Stanisic prendia em seu confronto direto com Mbappé, do outro Alphonso Davies avançava pela esquerda e incomodava Achraf Hakimi. Era outro embate de enormes expectativas na partida, e não se nega como o canadense se deu muito melhor. O marroquino pareceu muito mais preocupado na marcação e não produziu tanto pelos flancos. Davies já tinha sido fundamental na ida, com a assistência que valeu a vitória, e de novo permaneceu como um escape importante. Mas não que tenha se limitado a isso. Defensivamente, o lateral foi até melhor. Esteve entre os mais ativos nos bloqueios, sobretudo num lance crucial no primeiro tempo. Quando Lionel Messi pintava livre na área, o defensor o travou na hora exata, num carrinho salvador.

Aquele lance também contaria com um bloqueio essencial de Matthijs de Ligt diante do argentino. E o zagueiro foi sólido a noite toda. É um jogador ainda visto com desconfiança, por não ter vingado na Juventus, mas consegue recuperar o prestígio no Bayern e é o melhor defensor do time na temporada. Existia o temor de que sua lentidão não daria conta do embate com Mbappé. O que se viu, na verdade, foi um beque muito inteligente na leitura dos espaços. E veloz quando necessário, sobretudo quando rasgou praticamente em cima da linha o gol certo de Vitinha, após o erro de Sommer. Já no segundo tempo, quando o Bayern recuou seus blocos para trancar a área, a firmeza do holandês seguiu impecável para proteger o time.

Por fim, Dayot Upamecano também arrebentou na noite. Pode não ter sido tão espetacular quanto De Ligt, mas por vezes até parecia se multiplicar. Como responsável pela cobertura pelo lado direito, era ele quem dobrava a marcação contra Mbappé nos momentos em que o atacante tentava passar por Stanisic. E o zagueiro da seleção francesa exibia um gosto especial por chegar junto do companheiro dos Bleus. Vinha sempre com muito vigor, muito inteiro em cada jogada. Conseguiu preencher muito bem o setor e foi quem melhor desempenhou o papel na construção do quarteto. Ótimo nos passes e nos lançamentos, com só um erro em 52 tentativas.

Sommer é quem fica um pouco para trás nesse papel da defesa. O goleiro não transmitiu muita confiança nas vezes em que precisou jogar com os pés e viu sua lambança, muito lento, ser corrigida por De Ligt. Prometeu até deixar um “caminhão lotado de chocolates suíços” na porta da casa do companheiro para agradecê-lo. Ainda assim, não se nega a excelência do veterano sob os paus. E se uma reação do PSG não aconteceu de imediato, ele também tem sua responsabilidade no milagre que operou contra Sergio Ramos. Voou para salvar uma cabeçada que tinha endereço, e que praticamente foi o único lance claro dos parisienses no segundo tempo.

Mbappé se viu encaixotado em campo. As linhas de passe ao redor de Messi estavam todas cortadas. Mesmo o óbvio escape pelos lados, com Hakimi e Nuno Mendes, pouco funcionou. Que a falta de conexão do PSG tenha seu preço, o talento também não funcionou porque o Bayern soube neutralizá-lo. Outros tantos fizeram boas partidas sem a bola, como Thomas Müller no lance do gol. Entender o campo de jogo como time e preencher os espaços para não deixar o adversário jogar foi uma virtude dos bávaros. Valeu a classificação, os elogios a Julian Nagelsmann pela preparação e os aplausos a tanta gente que entregou um trabalho de alto nível.

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