Calciopédia
·21 de outubro de 2024
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·21 de outubro de 2024
Nos jogos que envolveram os times da parte de cima da tabela da Serie A, tivemos apenas placares magros nesta rodada. No confronto mais aguardado do fim de semana, a Inter, que colecionou lesões na primeira etapa, conseguiu superar as adversidades e bateu a Roma em plena capital italiana. Vida nada fácil para Ivan Juric no seu começo de trabalho pelos giallorossi: além da herança de Daniele De Rossi, o croata enfrenta um ambiente hostil por parte da torcida, apesar de ser poupado das críticas.
Mesmo com a vitória nerazzurra, o líder segue sendo o Napoli. Também pelo placar mínimo, os comandados de Antonio Conte bateram o Empoli e vão passar mais uma semana na primeira colocação – e justo os dias que antecedem o Derby d’Italia, entre a Inter e a Juventus, suas maiores perseguidoras. Em uma rodada com algumas expulsões decisivas, o Milan foi um dos que teve que atuar mais de um tempo com um jogador a menos. Mesmo passando um considerável sufoco, venceu a Udinese e ascendeu ao G4. A Lazio não teve a mesma sorte contra a Juve, terceira colocada: além da expulsão de Romagnoli, viu Gila marcar contra a própria meta e caíram para o quinto lugar.
Entre os times que tiveram de jogar em inferioridade numérica, o Lecce, sim, é que teve um triste destino: foi massacrado pela Fiorentina, também quinta colocada, na maior goleada do campeonato até aqui, e caiu para a penúltima posição. O detalhe é que os próprios apulianos já amargavam a maior derrota da competição antes, mas para a Atalanta, que divide o posto com a Viola, a Lazio e a Udinese. A Dea foi uma das equipes que ganharam de forma confortável, apesar de não ter produzido uma margem tão grande quanto a dos gigliati neste fim de semana. Confira essas e outras histórias no resumo da jornada!
Gols e assistências: Paz (Fadera); Bonny (Hernani) Tops: Paz (Como) e Bonny (Parma) Flops: Dossena (Como) e Balogh (Parma)
Apresentando um futebol bem interessante até aqui na temporada, Como e Parma produziram volume de jogo para que muitos gols fossem marcados no Giuseppe Sinigaglia. Não foi o que ocorreu e um ponto para cada lado acabou sendo justo. Destaque individual para Paz, que, depois de estrear pela seleção argentina dando uma assistência para Messi, marcou seu primeiro gol na Serie A e coroou uma sequência de ótimas atuações.
Falando em assistências, Nico quase serviu Gabriel Strefezza, que acabou mandando por cima da meta de Suzuki na primeira grande chance dos donos de casa. Aproveitando a velocidade pelos lados de campo, Almqvist puxou contra-ataque e tocou para Hernani, que cruzou um pouco atrás de Bonny. Sem problemas: o francês improvisou com um belíssimo toque de letra para abrir o placar.
No duelo que foi lá e cá, especialmente em sua primeira metade, o Como chegou ao empate com excelente passe de Fadera para Paz, que não desperdiçou. Fora os dois gols, foram mais três bolas na trave, sendo duas dos visitantes, nesse confronto agitadíssimo.
Gols e assistências: Pinamonti (Ekhator) e Pinamonti (Martín); Orsolini (Moro) e Odgaard Tops: Pinamonti (Genoa) e Orsolini (Bologna) Flops: Matturro (Genoa) e Casale (Bologna)
Apesar da fase terrível, intensificada por uma epidemia de lesões, o Genoa saiu mais satisfeito com o ponto conquistado no Luigi Ferraris. O que parecia uma derrota certa virou um empate graças ao faro de gol de Pinamonti. Com mais dois anotados no sábado, o centroavante já soma quase metade dos tentos feitos pelos rossoblù na Serie A. O time de Alberto Gilardino soma apenas seis pontos em oito rodadas e, dentro da zona de rebaixamento, está bem longe da tranquilidade que teve na última temporada.
Por outro lado, Vincenzo Italiano ainda tenta tornar sua equipe mais consistente e ir além do meio da tabela – sem sucesso, já que o Bologna deixou escapar, nos minutos finais, uma vitória importantíssima para seus objetivos. Uma exibição dominante não foi o suficiente para garantir o triunfo. E olha que tivemos uma partida em que praticamente só um time jogava até a primeira hora.
Em uma chuva de finalizações, Orsolini foi o primeiro a conseguir balançar as redes, graças a um desvio. Depois, Odgaard marcou pela primeira vez na temporada em grande estilo, acertando o cantinho de Leali. Uma presepada de Casale deu a chance que Pinamonti queria para diminuir a desvantagem e, nos últimos minutos, na bola parada, o centroavante do Genoa fez o segundo, de cabeça. E mereceu os elogios de Balotelli, que vem sendo cogitado como reforço do Vecchio Balordo.
Apesar de não ter feito um grande jogo, o Napoli bateu o Empoli e manteve a liderança da Serie A (Getty)
Gol e assistência: Chukwueze (Pulisic) Tops: Pulisic e Pavlovic (Milan) Flops: Zemura e Touré (Udinese)
Aos trancos e barrancos, o Milan se segurou como pode para conseguir vencer a Udinese em casa. Apesar do excelente começo, com domínio total das ações, a expulsão de Reijnders, antes de meia hora de bola rolando, quase colocou tudo a perder. A consistência defensiva dos rossoneri foi o suficiente para terminarem os 90 minutos sem sofrer gols. Ou melhor, tentos validados – afinal, dois dos friulanos foram anulados.
Logo no início, Chukwueze anotou o único do jogo – após assistência de Pulisic, que chega a nove participações em gols em 10 partidas nesta temporada. Depois disso, a equipe de Údine ensaiou uma pressão, mas faltavam recursos ofensivos. Sem Thauvin, os bianconeri se concentraram em investidas pelas pontas, com muitos cruzamentos.
No fim do primeiro tempo, a Udinese balançou as redes, mas Ehizibue estava impedido por milímetros. No apagar das luzes, aos 96, Kabasele também estufou o barbante após bola pipocada na área. No entanto, o lance foi invalidado pelo árbitro Daniele Chiffi devido à posição irregular de Ekkelenkamp, também por muito pouco. Segundo o apitador, o holandês interferiu no lance. Frustração para os bianconeri e festa rossonera: com o placar, o Milan ultrapassou a adversária, agora quinta colocada, e entrou no G4.
Gol: Gila (contra) Tops: Cabal e Kalulu (Juventus) Flops: Romagnoli e Gila (Lazio)
A melhor defesa da Europa voltou a mostrar suas qualidades contra um adversário duríssimo. Com apenas um gol sofrido nas primeiras oito rodadas da Serie A, Thiago Motta consegue um início fantástico na Juventus, ao menos sob o ponto defensivo: jamais a Velha Senhora havia sido vazada menos de duas vezes a esta altura do campeonato. Ainda que o rendimento do outro lado do campo siga abaixo do esperado, os bianconeri seguem na terceira posição, na cola de Inter e Napoli.
A Lazio ficou com um jogador a menos cedo: aos 24 minutos, Romagnoli deu um carrinho na meia-lua e parou Kalulu, que iria sair cara a cara com Provedel, sendo expulso após revisão no VAR. Depois disso, a posse ficou praticamente o tempo todo com a Juventus, que sofria para criar oportunidades. Douglas Luiz teve as duas mais claras – e sem sucesso.
A cinco minutos do fim, Cabal cruzou rasteiro na área e Gila, numa furada bisonha, jogou contra a própria meta. Um balde de água nos biancocelesti, que quase escaparam de Turim com um ponto, após uma intensa batalha. Com a vitória, a Juventus desgarrou da Lazio e se isolou na terceira posição, deixando os aquilotti em quinto.
Um gol contra no finalzinho permitiu à Juventus comemorar uma sofrida vitória sobre a Lazio (Getty)
Gol: Kvaratskhelia (pênalti) Tops: Buongiorno e Politano (Napoli) Flops: Solbakken e Gyasi (Empoli)
Um aguerrido Empoli, que vem sendo uma das surpresas da Serie A, fez de tudo para vencer o líder do campeonato. Até dificultou, mas o único chute a gol dos napolitanos terminou nas redes. Aos 63 minutos, Kvaratskhelia converteu com tranquilidade o pênalti sofrido por Politano, que não foi unanimidade. Anjorin trombou forte com o ponta e Rosario Abisso marcou, sem intervenção do VAR.
Durante o confronto, Caprile, ex-Empoli, se mostrou uma opção confiável na ausência de Meret – que ficou marcado em Nápoles justamente por algumas falhas bizarras contra os toscanos. Nos momentos de maior sufoco, que não foram tantos, o goleirão foi seguro o suficiente.
Apesar da derrota, os homens de Roberto D’Aversa voltaram a dificultar contra um time grande e deixaram boa impressão – afinal, o Empoli entrou no campeonato como um dos favoritos ao rebaixamento. O Napoli de Antonio Conte, por sua vez, sorri: manteve a liderança e, na próxima rodada, terá até a chance de ampliar sua vantagem, já que Inter e Juventus se enfrentam no Derby d’Italia.
Gols e assistências: Cataldi (Bove), Colpani, Cataldi, Colpani, Beltrán (Kouamé) e Parisi (Colpani) Tops: Colpani e Cataldi (Fiorentina) Flops: Gallo e Guilbert (Lecce)
Cinco jogos de invencibilidade, quatro vitórias e uma goleada gigantesca para coroar o bom momento. A Fiorentina de Raffaele Palladino parece finalmente estar pegando tração e soma resultados muito expressivos. Após as vitórias sobre Milan e Lazio, um sonoro 6 a 0 em cima do Lecce alavancou a trupe violeta à quinta posição da Serie A, ao lado de Atalanta, Udinese e da própria Lazio. Mas, por incrível que pareça, nem tudo são boas notícias.
A Viola já controlava o duelo quando Gallo foi expulso. Estava 2 a 0 para os visitantes, e o terceiro saiu em uma belíssima cobrança de falta de Cataldi, autor de dois tentos no Via del Mare. Outro que desencantou foi Colpani, que anotou uma doppietta, com direito a um lindo voleio, e ainda forneceu uma assistência. Beltrán e Parisi fecharam a conta.
Para a Fiorentina, porém, as lesões de Gudmundsson e Kean preocupam. Os dois saíram com problemas físicos e podem desfalcar a equipe por algumas semanas – sendo que, no próximo fim de semana, a Viola recebe a Roma. O Lecce, por sua vez, amarga a penúltima posição. O cargo de Luca Gotti está ameaçado, mas a diretoria optou por dar mais uma oportunidade ao treinador.
Com um triunfo bastante suado sobre a Udinese, o Milan entrou no G4 (Getty)
Gols e assistências: Pasalic (Retegui) e Retegui Tops: Retegui e Pasalic (Atalanta) Flops: Idzes e Candela (Venezia)
Quem para Retegui? Neste domingo, tivemos mais um gol e uma assistência para o ítalo-argentino, que fecha a rodada como artilheiro isolado do campeonato, com oito bolas nas redes. Um Venezia impotente e defensivamente impreciso não foi páreo nem para o atacante nem para todo o time da Atalanta. O que se viu foi um controle pleno durante os dois tempos: parecia que a Dea só precisava querer para criar uma chance de perigo.
No geral, o jogo ficou morno, com a bola ficando com o time de Gian Piero Gasperini. Pasalic abriu o placar no comecinho, e se tornou o croata com maior números de gols na Serie A italiana (50). Era o prenúncio de uma tarde complicada para o goleiro Filip Stankovic, filho do craque Dejan Stankovic, que estreava pelo campeonato – surpreendentemente, Eusebio Di Francesco colocou Joronen no banco. O arqueiro precisou fazer algumas boas defesas e ainda torceu para um petardo de Lookman explodir no travessão.
No comecinho do segundo tempo, Retegui mostrou que falhar em sua frente é fatal. Candela errou o domínio, o camisa 32 da Atalanta aproveitou e, de cavadinha, deixou Stankovic na saudade, garantindo a vantagem confortável da Dea. De resto, o Venezia pouco resistiu e ainda viu os nerazzurri ficarem perto do gol em outras ocasiões.
Gols e assistências: Viola, Palomino (Luperto) e Coco (contra); Sanabria (Lazaro) e Linetty (Vlasic) Tops: Palomino e Viola (Cagliari) Flops: Coco e Milinkovic-Savic (Torino)
Três derrotas consecutivas por 3 a 2: essa é a fase do Torino, que compete, mas não consegue vencer e, por isso, caiu da liderança da Serie A para a nona posição em questão de semanas. Numa noite em que o Cagliari jogou melhor e buscou a vitória até o fim, o resultado acabou ser justo para o time de Davide Nicola. São sete pontos conquistados dentre os últimos nove disponíveis pelos sardos, que saíram da zona de rebaixamento com méritos.
A bola parada foi determinante na primeira metade da partida. Primeiro, Viola encheu o pé em falta próxima à área e Milinkovic-Savic não conseguiu reagir a tempo para fazer a defesa. Na sequência, os granata já empataram, em cobrança de escanteio na medida para Sanabria. O paraguaio homenageou Zapata na comemoração – o colombiano está fora da temporada devido a uma lesão ligamentar no joelho.
Passado o intervalo, o Cagliari começou em cima, e mesmo assim, o gol saiu do outro lado. Linetty, com um potente remate de longe, anotou uma belo tento. Os donos da casa não desanimaram, seguiram com a pressão e conseguiram uma virada relâmpago. O jogo aéreo estava funcionando, tanto que Luperto assistiu Palomino pelo alto. Quatro minutos depois, Coco marcou contra, em cruzamento rasteiro de Piccoli. O Torino até ensaiou um abafa nos minutos finais, porém, era tarde. E quando conseguiu finalizar, Palomino efetuou bloqueios e Scuffet fez uma excelente intervenção.
Com a maior goleada desta Serie A, a Fiorentina superou o Lecce e deu sequência a seu bom momento (Getty)
Gol: Lautaro Tops: Lautaro e Thuram (Inter) Flops: Zalewski e Çelik (Roma)
Um cenário caótico para a Roma favoreceu muito os visitantes, que souberem se aproveitar das fragilidades do adversário. A curva sul do Olímpico passou os 15 minutos iniciais da partida vazia, em protesto dos ultras contra a diretoria norte-americana, em mais um episódio dentre os muitos que não têm facilitado o início de trabalho de Ivan Juric na capital. A Inter, que não tem nada a ver com isso, fez sua parte e, num jogo em que teve de vencer adversidades, mostrou força para seguir na cola do Napoli às vésperas do Derby d’Italia.
A partida não começou nada bem para a Inter, que teve de mexer duas vezes antes dos 30 minutos, devido a problemas físicos apresentados por Çalhanoglu e Acerbi – Barella, que retornava de lesão, passou a atuar como regista. Além disso, os nerazzurri reclamaram de falta de Cristante sobre Thuram, que ia saindo cara a cara com Svilar e, nesse caso, provocaria a expulsão do volante. Davide Massa mandou seguir.
Entretanto, a Inter tem Lautaro. E o argentino foi, mais uma vez, o nome nerazzurro. Com o gol marcado no Olímpico, alcançou a liderança da artilharia da história da Beneamata entre os não italianos, empatado com húngaro Nyers – a dupla divide a sétima posição geral, com 133 tentos. O lance que decidiu a peleja saiu de uma série de colapsos dos giallorossi: primeiro, Zalewski se desequilibrou ao tentar dominar uma sobra em campo ataque e permitiu o contragolpe rival; depois, Çelik se embananou ao tentar cortar o cruzamento e El Toro não perdoou.
Juric até tentou mudar, deixar a Roma mais ofensiva, mas isso só ofereceu mais oportunidades para a Inter, que criou bastante a partir de contra-ataques. No fim, Soulé foi quem teve o chute derradeiro do confronto, e parou nas mãos de Sommer, seguro durante todo o duelo. Com o resultado, a Beneamata conseguiu sua quarta vitória seguida sobre a Loba no Olímpico e igualou seu recorde histórico de nove anos invicta nos domínios da rival.
Gols e assistências: Mota (Caprari), Mota (Djuric) e Bianco Tops: Mota e Turati (Monza) Flops: Faraoni e Bradaric (Verona)
Se engana quem pensa que, só pelos três gols de diferença, o Monza de Alessandro Nesta ganhou tranquilamente no Marcantonio Bentegodi. Longe disso. Turati fez diversas intervenções para garantir a primeira vitória do time da Lombardia, que era o único que ainda não havia vencido nesta Serie A. Com isso, os brianzoli deixaram a zona de rebaixamento e empurraram o Genoa para o Z3.
Além de Turati, que colecionou defesas seguras durante toda a partida, o Monza teve seus dois atacantes como destaques. Em lances que contaram com lançamentos do arqueiro em tiros de meta e falhas da defesa dos mastini, o grandalhão Djuric, ex-Verona, efetuou duas casquinhas para ajudar a criar os dois últimos gols dos visitantes no jogo.
E, claro, Mota foi o grande nome da partida. Antes de aproveitar o passe do bósnio e uma desatenção coletiva da zaga do Hellas, o português havia feito o primeiro da noite com belo chute cruzado de primeira, numa de suas marcas registradas. Vale destacar que o camisa 47 é o artilheiro do seu time na competição, com quatro gols somados até aqui.
Turati (Monza); Dodô (Fiorentina), Palomino (Cagliari), Buongiorno (Napoli), Cabal (Juventus); Colpani (Fiorentina), Cataldi (Fiorentina), Pasalic (Atalanta); Mota (Monza); Retegui (Atalanta), Pinamonti (Genoa). Técnico: Raffaele Palladino (Fiorentina).