Calciopédia
·23 de abril de 2024
In partnership with
Yahoo sportsCalciopédia
·23 de abril de 2024
A edição 2023-24 da Serie A teve o seu primeiro veredito e ele foi justamente o mais importante. Saiu a campeã da temporada e ela foi, para a surpresa de ninguém que tenha acompanhado a competição nos últimos meses, a Inter. Muito superior a seus adversários, a equipe treinada por Simone Inzaghi igualou o recorde de antecedência para a conquista do título – cinco rodadas, tal qual o Napoli de 2022-23, além da Juventus, da Fiorentina, do Torino e da própria Beneamata, em anos anteriores.
Para delírio dos nerazzurri, este scudetto teve sabor especial. Afinal, foi o vigésimo da história da agremiação, o que lhe permitirá adicionar uma segunda estrela a seu brasão. Para fechar uma incrível temporada com chave de ouro, o título foi confirmado matematicamente numa vitória em pleno Derby della Madonnina sobre o Milan, com quem estava empatada em números de troféus da Serie A. Em quase 100 anos de disputa do campeonato em pontos corridos, isso jamais havia acontecido.
Além do título da Inter, que representou o sexto troféu de Inzaghi no comando da equipe, a 33ª rodada da Serie A teve outros resultados importantes. O mais chamativo deles foi a categórica vitória do Bologna sobre uma forte Roma no confronto direto por Champions League realizado no Olímpico. Entretanto, ainda tivemos rebuliço na briga contra o rebaixamento, já que Lecce, Empoli e Verona ganharam e Cagliari e Frosinone também somaram pontos. A seguir, confira o que de melhor ocorreu na jornada.
Gols e assistências: Tomori; Acerbi (Pavard) e Thuram Tops: Pavard e Barella (Inter) Flops: Hernandez e Pulisic (Milan)
Para fazer história e impor ao Milan um motivo eterno de troça na rivalidade local, a Inter precisava vencer. E entrou, desde o primeiro minuto do clássico, determinada a tal. Do outro lado, o seu adversário pareceu, às vezes, não ter brio suficiente sequer para lutar pela conservação do seu orgulho – e, consequentemente, o da própria torcida. Passivo, com poucas ideias e muito inferior à Beneamata, o Diavolo foi um fiel retrato do fim de trabalho de Stefano Pioli, técnico com maior número de derrotas no Derby della Madonnina. São 10, sendo seis em sequência, com placar agregado de 14 a 2. Desde a década de 1940 os nerazzurri não estabeleciam hegemonia tão grande no confronto.
A Inter não precisou nem de 20 minutos para encaminhar a vitória e a conquista do scudetto em pleno dérbi. Aos 18, numa jogada que Simone Inzaghi revelou ter ensaiado na manhã desta segunda, Dimarco cobrou escanteio no primeiro pau e Pavard se antecipou ao compatriota Hernandez para dar uma casquinha na bola e passá-la ao solitário Acerbi, ex-Milan, que abriu o placar com mais uma testada.
No restante do primeiro tempo, Lautaro e Thuram tiveram boas chances de ampliarem, só que erraram seus arremates. O Milan acordou num contragolpe puxado por Musah, que encontrou Rafael Leão – escalado como falso nove, numa experiência malsucedida. O português testou Sommer, que se mostrou atento e fez a defesa. O suíço se repetiu aos 40, ante Calabria, e, na sequência, Maignan foi reativo para evitar um gol de Mkhitaryan. Mas a Inter ampliaria logo na volta do descanso: Thuram teve liberdade e calibrou um chute rasteiro para vencer o seu compatriota na baliza rossonera.
Com dois gols de desvantagem, o Milan esmoreceu e viu a Inter controlar o clássico mesmo sem pisar no acelerador. Aos 80 minutos, porém, uma jogada aérea fortuita devolveu os rossoneri para o jogo: já na ponta após a entrada de Giroud, Rafael Leão escorou para Gabbia testar com violência e, depois do rebote de Sommer e do desvio na trave, Tomori empurrou para a rede. Foi um lampejo, contudo. Na fase final da partida, o Diavolo perdeu a cabeça e teve dois jogadores expulsos – Hernandez, vice-capitão, e Calabria, dono da braçadeira. O interista Dumfries também levou cartão vermelho, mas voltou ao gramado em seguida, já que a festa nerazzurra tinha hora para começar. Não para acabar.
Gols e assistêncisa: Azmoun; El Azzouzi (Calafiori), Zirkzee (El Azzouzi) e Saelemaekers (Zirkzee) Tops: Zirkzee e El Azzouzi (Bologna) Flops: Paredes e Llorente (Roma)
Se a Inter entrou em campo determinada a ser campeã nesta segunda, pode-se dizer que o Bologna também foi à capital italiana motivada para dar um ponto final – ou quase isso – nos questionamentos sobre sua possibilidade de se classificar para a Champions League. O time de Thiago Motta conseguiu uma vitória categórica no confronto direto com a boa Roma de Daniele De Rossi, que só havia sido derrotada pela campeã desde o início do trabalho do técnico. Com isso, consolidou a quarta posição, com sete pontos de vantagem sobre os giallorossi, e encostou na Juventus, terceira. A Loba segue em quinto.
O Bologna abriu o placar logo no início, e graças à pintura de um jogador que pode ter importância na reta final da Serie A: El Azzouzi, que virou titular após a grave lesão do capitão Ferguson. Aos 14 minutos, o meia emendou uma bicicleta para completar o cruzamento de Calafiori e ainda contou com a sorte, já que a bola tocou na trave antes de entrar. O marroquino ainda apareceu perto do intervalo, com uma assistência de peito para Zirkzee finalizar e superar Svilar, ampliando o placar.
Até aquele momento, o Bologna só havia permitido que a Roma assustasse devido a duas posses perdidas à frente de sua área, com Calafiori e Lucumí. A Loba voltou do intervalo determinada a mudar a situação e só não diminuiu aos 50 minutos porque Posch usou o rosto para, em cima da linha, bloquear a bomba de El Shaarawy. Em seguida, entretanto, Azmoun insistiu e reduziu a desvantagem dos giallorossi. A empolgação capitolina durou pouco, já que Saelemaekers estava endiabrado. O belga, que já havia acertado o travessão em cobrança de falta e iniciado a jogada do segundo gol, fecharia a conta com outra pintura, aos 65: recebeu de Zirkzee em profundidade e, com uma cavadinha marota, deixou Svilar vendido.
Graças a grande atuação no Olímpico, o Bologna ganhou o confronto direto com a Roma e encostou na Juventus (Adnkronos)
Gols: Gaetano (pênalti) e Mina (pênalti); Vlahovic e Dossena (contra) Tops: Luvumbo (Cagliari) e Yildiz (Juventus) Flops: Dossena (Cagliari) e Locatelli (Juventus)
Num jogo emocionante, o Cagliari surpreendeu mais uma equipe da parte superior da tabela – embora pudesse ter saído com um resultado ainda melhor. O time de Claudio Ranieri lamenta mesmo que esteja invicto há quatro rodadas e tenha somado cinco pontos contra Atalanta (sexta), Inter (campeã) e Juventus (terceira): afinal, mostrou capacidade de ter vencido os três adversários e deixou de acumular mais gordura na briga contra o rebaixamento. De qualquer forma, a sequência dá moral para os sardos, que devem garantir a permanência sem muitos sustos. Já a Velha Senhora, apesar da série de apenas dois triunfos em 11 jornadas, está praticamente garantida na próxima Champions League.
A Juventus fez uma etapa inicial pavorosa. Sofrendo muito com Luvumbo, a Velha Senhora foi agraciada por uma furada do angolano a poucos metros da baliza, aos 27 minutos. Porém, o VAR notou que a bola havia tocado no braço aberto de Bremer antes disso e Gaetano converteu a penalidade com categoria. Na sequência, o imparável ponta africano desperdiçou outra oportunidade em passe de Shomurodov, mas não falhou na terceira: recebeu no corredor, ganhou de Gatti e só parou porque Szczesny, jogando com nariz fraturado, o derrubou na área. Mina direcionou a batida para o lado direito, tal qual seu colega, e ampliou.
O primeiro tempo já era histórico, pois jamais a Juventus havia concedido duas penalidades antes de um intervalo em jogos da Serie A. Vlahovic até chegou a empurrar a bola para a rede aos 43 minutos, mas o impedimento de Chiesa anulou o lance. A reação bianconera teve mesmo de começar após o descanso e a entrada do enérgico Yildiz.
Antes de o substituto dar o ar de sua graça, Vlahovic teve uma falta para cobrar e, contando com a complacência da barreira, diminuiu a desvantagem – com seu quarto tento através de tiro livre nos dois últimos anos, Dusan é o líder do quesito nos cinco maiores campeonatos europeus neste período. A Velha Senhora passou a intensificar a pressão e chegou ao empate aos 87, após Yildiz cruzar na área e Dossena errar o corte de maneira bizarra, anotando contra. O turco ainda ficou perto de virar nos acréscimos, mas Scuffet defendeu o seu arremate desviado na zaga.
Gols e assistências: Maldini (Bondo); De Ketelaere (Lookman) e Touré (Lookman) Tops: Lookman e De Ketelaere (Atalanta) Flops: Gagliardini e Izzo (Monza)
Depois de duas rodadas sem vitórias na Serie A, a Atalanta manteve a sexta posição e encostou na Roma ao reencontrar os três pontos – apesar de ter dado um susto na sua torcida. Assim como contra o Verona, a Dea abriu uma vantagem de dois gols e viu o adversário reagir: o Hellas empatou, enquanto o Monza só não chegou lá por causa da trave, no último lance da peleja.
Por toda a duração da partida, a Atalanta utilizou o corredor esquerdo para atacar e incomodar o Monza. Naquele setor, aproveitando as inconsistências de Birindelli, Izzo e Gagliardini, Lookman caía com frequência, dialogando principalmente com De Ketelaere. Até mesmo Kolasinac avançava e, assim, aos 8 minutos, teve a primeira boa chance do jogo. O gol que abriu o placar saiu aos 44, quando o meia-atacante belga usou a força para ter vantagem no posicionamento em relação a Gagliardini e, assim, cabecear para as redes.
No início do tempo complementar, a Atalanta chegou a ter uma boa chance com Lookman, novamente pelo lado esquerdo. O segundo gol sairia um pouco depois, aos 72 minutos, no mesmo setor: Gagliardini deu espaço para Touré, que tabelou com o atacante nigeriano e apareceu na área para arrematar. O Monza melhorou depois que a Dea começou a tentar administrar o placar e, graças a Valentín Carboni e Daniel Maldini, cresceu no jogo. Endiabrado, o meia emprestado pelo Milan diminuiu a desvantagem com um chute de média distância e, no derradeiro lance da partida, acertou a trave – ele ainda viu a bola correr caprichosamente na frente da baliza, antes de sair pela linha de fundo.
A Juventus reagiu e arrancou empate em Cagliari, mas segue em má fase (Getty)
Gol e assistência: Cerri (Gyasi) Tops: Luperto e Fazzini (Empoli) Flops: Juan Jesus e Di Lorenzo (Napoli)
No Carlo Castellani, tivemos um confronto entre um time motivado por um milagreiro obcecado por atingir objetivos complicados e um adversário que não tem perspectiva alguma de futuro. Olhando por essa perspectiva, fica fácil entender porque o fraco Empoli superou o Napoli, que falhou clamorosamente na missão de defender o título italiano conquistado em 2023 – a propósito, foi apenas a segunda equipe com o scudetto gravado no peito; ou seja, na campanha seguinte à obtenção do troféu, a ser derrotada fora de casa pelos toscanos. A impressão é que os partenopei, donos da medíocre oitava posição, só se classificarão a alguma competição continental devido à ampliação de vagas relativa ao ótimo desempenho das agremiações da Bota nos torneios europeus da atual temporada.
O pior jogo do trabalho de Francesco Calzona no Napoli já começou mal. Aos 4 minutos, o goleiro Caprile (de propriedade partenopea) lançou para Gyasi, que ganhou do improvisado – e sumido – brasileiro Natan, que atuou como lateral-esquerdo. Fazzini também aproveitou a moleza de Juan Jesus na marcação e, após o cruzamento da direita, Cerri, um dos mais limitados atacantes da Serie A, subiu mais do que Di Lorenzo para abrir o placar. Depois, o primeiro tempo dos visitantes foi marcado por erros de passes, pouquíssima criatividade e sinais de desmotivação. Na verdade, o Empoli é que quase ampliou, pois acertou a trave com Cambiaghi.
A segunda etapa do Napoli foi bem similar à primeira. E, até por isso, mais torturante para a torcida do campeão. Afinal, em nenhum momento o time partenopeo se mostrou capaz de ameaçar o Empoli: Davide Nicola reforçou a compactação das linhas dos mandantes e o time da casa segurou o resultado sem precisar de um esforço hercúleo. Com a vitória, os toscanos terminaram a rodada na 15ª posição, com os mesmos 31 pontos do Verona, e ganharam fôlego na corrida pela permanência na elite.
Gol e assistência: Luis Alberto (Kamada) Tops: Luis Alberto e Felipe Anderson (Lazio) Flops: Ekuban e Spence (Genoa)
Prestes a passar por uma reformulação em seu elenco, a Lazio versão 2023-24 vai se esforçando para encerrar o seu ciclo da melhor forma possível para a torcida. Com a magra vitória sobre o despreocupado Genoa, a equipe biancoceleste segue na zona de classificação para competições europeias e ainda mantém vivo o sonho de uma remota vaga na Liga dos Campeões.
Porém, apesar dos esforços para escrever uma história diferente ao fim de uma temporada repleta de decepções, a Lazio não fez um primeiro tempo muito bom. O Genoa foi melhor em campo na etapa inicial e, antes dos 15 minutos, levou perigo após duas verticalizações, concluídas para fora. Perto do intervalo, duas posses perdidas pelos capitolinos – mais especificamente, por Casale e Kamada – quase lhes complicaram. Retegui tentou do meio-campo e, como antes, não acertou o alvo; pouco depois, Ekuban voltou a desperdiçar uma oportunidade. Finalizou em diagonal, à direita da baliza de Mandas, mas poderia ter apenas ajeitado para companheiros em melhores condições de marcar o gol.
A Lazio se ajeitou no intervalo e voltou melhor para o segundo tempo, concentrando sua criação em Luis Alberto e Felipe Anderson. Foram justamente os dois que tiveram boas oportunidades antes dos 60 minutos – Martínez e Martín, porém, atrapalharam os planos dos adversários. Aos 67, entretanto, não teve jeito. O brasileiro, de saída para o Palmeiras, passou em profundidade para Kamada, que só ajeitou para trás e encontrou o espanhol. Após colocar na rede e decidir a partida, Lucho apontou para o escudo em sua camisa, numa demonstração de amor à equipe que deve deixar de representar ao fim da temporada.
Depois de mais um tropeço e de uma péssima atuação, os jogadores do Napoli tiveram que se explicar à torcida (Getty)
Gols e assistências: Kouamé (Ranieri) e Ikoné (Mandragora) Tops: Kouamé e Kayode (Fiorentina) Flops: Pellegrino e Sambia (Salernitana)
A Fiorentina não jogou bem de novo, mas, dessa vez, tinha a péssima Salernitana como adversária. Aí, nem mesmo se tentasse se esforçar (mais) para não vencer, teria obtido sucesso na empreitada. Entregue ao rebaixamento, que pode ser sacramentado matematicamente na próxima rodada, a lanterna ratificou suas deficiências e cedeu à nova nona colocada da Serie A no final da partida.
Era o jogo de número 500 de Candreva no campeonato, mas nem mesmo a possibilidade de dar uma alegria a um de seus principais jogadores num dia tão importante parecia motivar o elenco da Salernitana. O primeiro tempo foi um verdadeiro suplício para os olhos. A partida melhorou um pouco após o intervalo e só aí Ochoa começou a trabalhar de verdade.
Logo na volta do descanso, o mexicano efetuou uma boa defesa ante Sottil. Memo se repetiu já aos 76 minutos, quando Kouamé recebeu em sua frente e tentou finalizar rasteiro, mas sem sucesso. Na casa dos 80, não teve jeito: Ranieri cruzou e Pellegrino falhou na cobertura, permitindo que o marfinense cabeceasse e encobrisse o goleiro. Já nos acréscimos, a Fiorentina ainda ampliou após tabelar dentro da área sem a mínima oposição da Salernitana – a não ser a de Ochoa, que pegou o chute de Mandragora. No rebote, o volante só rolou para o centro e Ikoné fechou a conta.
Tops: Buongiorno (Torino) e Romagnoli (Frosinone) Flops: Rodríguez (Torino) e Barrenechea (Frosinone)
No Piemonte, o Torino teve seus planos europeus atrapalhados por um Frosinone que chegou ao quarto empate seguido e não conseguiu deixar a zona de rebaixamento mesmo após pontuar durante um mês inteiro. Com o tropeço caseiro, o time grená desperdiçou a oportunidade de encostar no Napoli, oitavo colocado, e caiu para a décima posição.
Temos de ser sinceros: nenhum dos goleiros fez grandes defesas na partida. Os dois times equilibraram oportunidades, sendo cinco delas algo relevantes para cada um dos lados. Entretanto, a pontaria dos finalizadores estava bem descalibrada.
Nesse contexto de esterilidade, o Frosinone teve a melhor oportunidade do jogo nos pés de Cheddira, aos 58 minutos, quando Rodríguez escorregou e perdeu o controle da bola no meio-campo. O marroquino aproveitou e saiu correndo, mas não tem a velocidade como forte e teve o chute atrapalhado por Bellanova, de modo que Milinkovic-Savic efetuou a defesa. Do outro lado, já nos acréscimos, Zapata tirou tinta da trave gialloblù devido a um desvio providencial de Romagnoli.
Com gol do “apaixonado” Luis Alberto, a Lazio venceu e manteve esperanças de obter uma vaga na Liga dos Campeões (Getty)
Gols e assistências: Gendrey (Oudin), Dorgu (Gallo) e Piccoli (Krstovic) Tops: Dorgu e Gallo (Lecce) Flops: Toljan e Erlic (Sassuolo)
O campeonato vai se aproximando do fim e, a cada rodada que passa, o Sassuolo vai colecionando tropeços colossais, que deixam a impressão de que o time será incapaz de reagir e evitar um rebaixamento absolutamente improvável. Dessa vez, os neroverdi foram atropelados em casa no confronto direto com o Lecce e encerraram uma sequência muito ruim em duelos com adversários que também lutam para não caírem – nos dois últimos meses, o penúltimo colocado somou três derrotas, um empate e apenas uma vitória em embates do gênero. Os salentinos, por outro lado, seguem na 13ª posição e se aproximaram da permanência na elite.
O Lecce encaminhou os três pontos antes mesmo dos 20 minutos de jogo. Aos 11, Oudin cobrou falta na área e Gendrey não se acanhou diante da inferioridade de estatura em relação a Thorstvedt: saltou mais do que o norueguês, 10 centímetros mais alto, e abriu o placar. Na casa dos 15, Pongracic lançou Gallo, que colocou a pelota perto da marca do pênalti. O ala Dorgu se infiltrou e aproveitou a falha incrível de Erlic, que deixou a bola passar e só ficou olhando a finalização morrer na rede. Após a partida, o técnico Davide Ballardini definiu como “injustificável” o tipo de abordagem que o Sassuolo promoveu no duelo.
Os mandantes, na verdade, quase não ameaçaram o goleiro Falcone, que foi um verdadeiro espectador da peleja. No segundo tempo, Ferrari teve que cortar em cima da linha para evitar o terceiro do Lecce. Que não demorou a se concretizar, a propósito: aos 61 minutos, em contragolpe, Piccoli só colocou por baixo de Consigli para fechar a conta. E a situação só não foi mais humilhante para os neroverdi porque o arqueiro da casa evitou a doppietta de Piccoli em seguida.
Gol e assistência: Coppola (Duda) Tops: Coppola e Duda (Verona) Flops: Bijol e Lucca (Udinese)
Foi preciso ficar ligado até o fim num dos dois confrontos diretos pela permanência na elite nesta rodada – mais precisamente, naquele em que os dois combatentes entravam mais ameaçados e, inclusive, empatados em pontos. Ainda que a Udinese tenha ameaçado, o Verona jogou melhor. Porém, somente no último minuto de acréscimos é que conseguiu transformar a superioridade demonstrada em uma vitória importantíssima para o seu objetivo.
A primeira boa chance da partida foi da Udinese. Após um escanteio heterodoxo, cobrado de forma rasteira, Lucca finalizou e parou numa boa defesa de Montipò. O Verona reagiu perto do intervalo, quando Noslin acertou uma cabeçada na trave. Na fase inicial da etapa complementar, os visitantes voltaram a assustar: até meados do segundo tempo, viram Lucca – desmarcado – isolar uma oportunidade cristalina, Bijol levar perigo com uma testada e Pereyra ter gol anulado por impedimento evidente.
Depois desse período de baixa, o Verona equilibrou o jogo e cada um dos times teve boas oportunidades entre os 70 e 73 minutos: porém, tanto Cabal quanto Ehizibue não aproveitaram o ótimo posicionamento que tinham e chutaram centralmente, facilitando a vida das defesas. Já no finalzinho, o Hellas passou a apostar nas jogadas aéreas, sempre com o eslovaco Duda. Calibrado, ele encontrou Folorunsho aos 88: o ítalo-nigeriano subiu alto e acertou a trave. Nos acréscimos, o meia repetiu a dose, mas com desfecho diferente: o prata da casa Coppola saltou sobre Bijol e coroou a partida segura que fazia na retaguarda gialloblù para definir o triunfo mandante.
Sommer (Inter); Pavard (Inter), Pongracic (Lecce), Calafiori (Bologna); Saelemaekers (Bologna), Barella (Inter), El Azzouzi (Bologna), Dorgu (Lecce); Lookman (Atalanta); Thuram (Inter), Zirkzee (Bologna). Técnico: Thiago Motta (Bologna).