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·02 de abril de 2020
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A aclamada série espanhola La Casa de Papel está próxima de estrear sua 4ª temporada nesta sexta-feira (3). Ansiosamente aguardada pelo público brasileiro e mundial, a série tem algumas referências sutis com o futebol. Mas, além disso, já contou com a ilustre presença de Neymar em dois episódios da 3ª temporada, da qual interpretou o monge João, que frequentava o monastério onde Berlim (Pedro Alonso) morava.
Então, a coluna Navegando pela La Fúria desta semana contará 30 referências da série com o futebol, seja nas cenas, no marketing ou nos estádios. Portanto, sem mais delongas, se você é fã do “Maior ‘atraco’ da história da Espanha”, embarque nesta jornada.
O subinspetor Ángel Rubio (Fernando Soto) torce para o Atlético de Madrid. Durante uma conversa com a inspetora Raquel Murillo (Itziar Ituño), o personagem está num café (comum na série) e liga para sua desejada para se declarar a ela. Na ocasião, ele questiona se não pode gostar de nada além do Atléti, alcunha do Atlético de Madrid. Contudo, a inspetora se surpreende por não saber que ele torcia para o clube colchonero (6º episódio da 1ª temporada).
Assim como Rio, interpretado por Miguel Herrán, aparentemente torce para o Real Madrid (dada a referência na série). Porém, não revelou seu time na vida real. Nascido em Málaga, este pode ser seu time também. Por outro lado, foi ainda criança para Madri, o que pode o ter feito idolatrar a equipe merengue. Mas, na série, Tóquio (Úrsula Corberó) tenta encorajar Rio a se entregar para a polícia caso a coisa ficasse “feia” e o diz para levantar uma bandeira branca. Entretanto, o ladrão diz que só agita a bandeira branca quando o (Real) Madrid vence (1º episódio da 2ª temporada).
O Professor (Álvaro Morte) usa uma analogia para explicar a quadrilha que a população estaria ao lado deles. Assim, ele comenta que, num jogo entres Brasil x Camarões numa Copa do Mundo, o Brasil venceria. Mas que o mundo todo, exceto os brasileiros (ainda ressaltando que até alguns brasileiros e brasileiras), torceriam para Camarões, pelo fato de ser a menor equipe.
O cabeça do grupo ainda ressalta que é da natureza do ser humano torcer pelo mais fraco. Dessa forma, o grupo inteiro, se dizendo torcedores de Camarões, começam então a cantar: “Camarões, Camarões, Camarões…” (4º episódio da 2ª temporada).
Durante o episódio 2, enquanto o Professor explica a importância de ser a resistência, mostra em vídeos a força que o grupo tem. Assim, mostra na TV a torcida do Rennes, da França, que subiu uma gigantesca bandeira com os dizeres: “Liberté, Égalité, Résistance” (Liberdade, Igualdade e Resistência). A série espanhola realmente prestou homenagem aos torcedores do clube, denominados Roazhon Celtic Kop, que se destacaram nas arquibancadas durante uma partida da Ligue 1.
Mas não foi uma simples menção, foi mais uma constatação. A princípio, o time francês realmente fez uma homenagem, mas não exatamente como a série mostrou. Teve, sim, uma bandeira, mas não com aqueles dizeres mostrados na 3ª temporada. Veja a real imagem:
Também durante o episódio 2, logo após mostrar a torcida do Rennes, da França, mostram também uma bandeira na Arábia Saudita, no caso, do Al-Ittihad. A bandeira foi modificada para se enquadrar na série, mas o que vale é a referência.
Durante uma partida no Prince Abdullah Al-Faisal Stadium, os torcedores do Al-Ittihad decidiram dar as boas-vindas à equipe Al Shanab com uma enorme bandeira para surpreender seus adversários. Obviamente a arte estava inspirada na série e os jogadores e o técnico da equipe da cidade de Jeddah podiam ser vistos como protagonistas.
Também fizeram um mural que dizia: “We trust you” (Nós confiamos em vocês”. Na ocasião, o treinador chileno José Luis Sierra foi representado como o personagem “Professor”, e outros quatro jogadores aparecem como seus comparsas. Veja a bandeira original que na série foi adaptada:
Neymar aparece na 3ª temporada, durante o episódio 6, precisamente no minuto 3’30”. Enquanto o Professor (Álvaro Morte) e Berlim (Pedro Alonso) conversam sobre o plano no monastério onde Berlim está morando, Giovanni, um abade, passa e oferece frutas que colheu no jardim para o personagem de Pedro.
Ao lado do abade está João (personagem interpretado por Neymar), um discípulo de Giovanni, que é perguntado por Berlim como está os cantos gregorianos. Neymar (João) responde que é uma coisa celestial.
Ney tem uma segunda participação, no episódio 8 da mesma temporada, no minuto 2’08”. No mesmo flashback da conversa entre Professor e Berlim, este que pergunta de onde João é. Neymar responde que é de São Paulo, visto que nasceu em Mogi das Cruzes, cidade da Grande São Paulo. Pedro Alonso enfatiza que o Brasil é um lugar maravilhoso, com festas, alegria, magia e o futebol.
Ironicamente, João diz que não gosta de futebol e nem festas, algo bastante oposto ao “ator” que o interpreta. Mas concorda com Berlim que o Brasil tem um futebol bonito. Enfim, Neymar termina sua participação lembrando que em Copa do Mundo sempre ora muito pela Seleção Brasileira.
A dupla do Paris Saint-Germain entrou fantasiada com o uniforme da série antes de um jogo do PSG. Na ocasião, era uma comemoração de Halloween.
O italiano Alessandro Florenzi foi utilizado em uma divulgação da Netflix em 2018. Com a renovação de La Casa de Papel pela Netflix, um vídeo começou a circular com um homem mascarado falando em italiano, o que levou alguns fãs a especularem que a parte 3 seria ambientada na Itália.
O vídeo, na verdade, era uma ação promocional da Netflix Itália com o jogador, então na Roma, publicada em 12 de abril – dias antes da renovação -. Nela, o atleta falava sobre a classificação do clube para as semifinais da Champions League, onde derrotou o Barcelona por 3 x 0.
Porém, assim como Neymar, o jogador foi “reutilizado”, mas desta vem pelo Valencia. O atleta, contratado em 2020 pelo clube espanhol, foi apresentado como “Plano Valencia“, nome também utilizado na série La Casa de Papel. O anúncio contou com participação de Enrique Arce, o “Arturito”, torcedor fanático do clube.
O Valencia fechou a contratação por empréstimo junto a Roma por meia temporada e o intérprete de Arturo Román também foi convidado para apresentar o clube para Florenzi.
Arturo Román, o Arturito, torce para o Valencia de forma enlouquecedora. No canal do YouTube do clube, contou que é fanático a ponto de pedir para abrir um bar pela manhã (nos Estados Unidos) apenas para ver o jogo do seu time.
Os torcedores do Millonarios, da Colômbia, utilizaram a música “Bella Ciao”, famosa na série, para incentivar time em seus jogos, como novo cântico, desde 2018. “Vamos azules! Pongan mas huevo. Vamos que juega Millonarios hoy es fiesta y carnaval, y dale Millos esta es tu hinchada, la que te alienta sin parar”.
Outra torcida a declarar sua “devoção” a série, ou pelo menos a música de sucesso “Bella Ciao”, foi a do Sevilla:
“En rojo y blanco solo pensamos y nuestro aliento nunca te va a faltar! La Bombonera nos concentramos en el Ramón Sánchez Pizjuán. Lo lo lo lolooo, Lo lo lo lolooo, Lo lo looo looo looo, La Bombonera nos concentramos en el Ramón Sánchez Pizjuán. Forza Sevilla! Se oye en la grada en el glorioso Gol Norte del Pizjuán. Salió el Sevilla, esta es la hinchada que ya no deja de animar”.
Torcedores do Tigres, do México, foram outros que utilizaram “Bella Ciao” para incentivar seu time. Isso aconteceu em 2019, na semifinal da Liga dos Campeões da Concacaf, da qual venceram por 3 x 0 o rival Santos Laguna:
“Ooooh oh ooooh oooooh (10x)! Tigres, querido, nunca te olvides, esta es tu hinchada que siempre te va alientar y todos juntos defenderemos el orgullo popular. Ooooh oh ooooh oooooh (10x)!”
Os torcedores argentinos marcaram o início da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, ao som de uma paródia de Bella Ciao. O hit ouvido nos estádios e nas ruas do país europeu foi da série e a letra não pode faltar às provocações ao Chile (que não se classificou para a Copa do Mundo) e ao Brasil (pela rivalidade de sempre).
Também durante a Copa da Rússia, os torcedores do Brasil, presentes no território europeu, com a criatividade de sempre, responderam os Hermanos com uma paródia de “Bella Ciao”. Assim, afim de incentivar a Seleção Brasileira e, de quebra, provocar os argentinos, nasceu a seguinte paródia: “O Di Maria, o Mascherano, o Messi tchau, Messi tchau, Messi tchau, tchau, tchau. E o argentino está chorando e essa Copa eu vou ganhar”.
A fama da série tomou conta do público brasileiro e os Tricolores das Laranjeiras não perderam a oportunidade e criaram sua versão de Bella Ciao. Então, assim ficou a versão dos torcedores do Fluminense: “Eu visto o sangue do encarnado. Sou tricolor! Tricolor! Tricolor! Minha bandeira é centenária! O dá-lhe dá-lhe Tricolor!”.
Uma das mais fanáticas da Itália, a torcida do Livorno, há bastante tempo, já cantava a música que é uma das mais ouvidas devido à série da Netflix “La Casa de Papel”. Bastante popular na Itália, “Bella Ciao” foi composta no fim do século XIX, se tornando símbolo da resistência contra o fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. E como sabemos, esta era a época em que Benito Mussolini estava no poder do país.
A música também embalou muitos partidos de esquerda ao redor do mundo, como por exemplo, uma manifestação pró-democracia em Hong Kong, em 2014. A música traz um significado melancólico, como se fosse um camponês falando para a sua esposa que, mesmo resistindo, logo partiria e morreria.
“O partigiano, portami via. O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao. E se io muoio da partigiano. O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao (Oh, membro da Resistência, leve-me embora. Querida, adeus, querida, adeus, querida, adeus, adeus, adeus! E se eu morrer como um membro da Resistência. Querida, adeus, querida, adeus, querida, adeus, adeus, adeus!)”.
No estádio do Deportivo La Coruña, o Riazor, tocou “Bella Ciao” para comemorar o título do troféu Teresa Herrera. A equipe da casa havia sido campeã sobre o Real Bétis, em 2019, antes do jogo frente ao Málaga, pelo Campeonato Espanhol.
Os “Ultras Blues”, como se denominam os fanáticos torcedores do Hutteen, fizeram a versão deles de “Bella Ciao”. Em sua música mencionam os turcos, com quem os sírios tem uma relação muito delicada, envolvendo guerra, terrorismo e até desentendimento territorial, afinal, os países são vizinhos: “Não pense que todo velho barbudo sírio fugiu de sua terra natal. Nunca se misture com os outros, especialmente turcos. Esta é a realidade síria”.
O Atlanta United, uma das equipes em ascensão na MLS (Major League Soccer), campeã da Copa da MLS de 2018, tem uma incrível versão de Bella Ciao cantada por seus torcedores. A letra é tão interessante que chega a parecer um hino:
“The time has come now, brothers and sisters. Oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao. The time has come now, brothers and sisters. To lock arms and join the fight. The drums are beating, the flags are waving, oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao, the drums are beating, the flags are waving, for red and black I give my life. And I will tell them, and we will tell them, oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao. That we’re Atlanta. We won’t surrender, ‘Cause we’re coming for the cup. Next time you see us, we’ll still be singing, oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao. Next time you see us, we’ll still be singing, we’re United til we die”.
“Chegou a hora agora, irmãos e irmãs, oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao. Chegou a hora agora, irmãos e irmãs, para preparar os braços e participar da luta. Os tambores estão batendo. As bandeiras estão acenando, oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao. Os tambores estão batendo. As bandeiras estão acenando, para vermelho e preto eu dou minha vida. E eu direi a eles. E nós diremos a eles: oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao. Que somos Atlanta. Não vamos nos render, porque estamos vindo para a taça. Da próxima vez que você nos ver, ainda estaremos cantando oh bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao. Da próxima vez que você nos ver, ainda estaremos cantando. Somos United até morrermos”.
Durante a Copa do Mundo da Rússia, em 2018, os torcedores da Argentina exibiram um cartaz que tinha os seguintes dizeres: “La Casa de Lionel”. Os torcedores coloriram de azul e branco o Estádio Spartak, na estreia contra a Islândia. E o craque Lionel Messi, claro, foi o principal personagem das fantasias, faixas e pinturas nas arquibancadas. O camisa 10 virou o “Professor” da badalada série “La Casa de Papel”, que na versão “hermana”.
Pedro Alonso, intérprete de Berlim em La Casa de Papel, é torcedor do Real Madrid na vida real. Mas o ator revelou ser fã de Lionel Messi e ainda fez uma comparação com Cristiano Ronaldo. Durante um vídeo, divulgado pelo jornal argentino Olé, o ator revelou sua paixão pelo craque do Barcelona.
“Mais do que um grande esportista, Messi é um artista absoluto. Há algo que me espanta, tenho a sensação de que Messi nunca sabe no segundo depois o que ele vai fazer com a bola. É como se surpreender com o que seu corpo está fazendo. Essa é a principal diferença que vejo dele para Cristiano Ronaldo, que parece ter tudo calculado”, disse Alonso.
O ator já esteve na Argentina para divulgar a 3ª temporada da série e aproveitou para conhecer as dependências do River Plate e do Boca Juniors. Chegou a tirar foto com Carlos Tévez, ídolo do Boca, onde visitou junto ao argentino Rodrigo de la Serna, torcedor do Boca e que interpreta Palermo na série. Também tirou foto, mas no estádio Monumental de Núñez, com o técnico dos Millonarios, Marcelo Gallardo.
Juntamente com Berlim (Pedro Alonso), Rodrigo de la Serna regressou à Argentina no início de 2019, antes da estreia da 3ª temporada, para promoção da série. Rodrigo é torcedor do Boca Juniors e, inclusive, levou seu companheiro de profissão não só a uma visita a famosa La Bombonera, como também para serem guiados por outro gigante do futebol argentino, e também ídolo do clube xeneize, Carlitos Tévez, que tem um documentário de sua história na Netflix.
O ex-jogador Martin Palermo, ídolo do Boca, foi garoto propaganda da Netflix na divulgação da 3ª temporada. A ideia da companhia foi uma sacada inteligentíssima, afinal, entraria na série o personagem Palermo, interpretado por Rodrigo de la Serna, que também é argentino. O artilheiro interpretou muito bem no vídeo de divulgação que ficou muito engraçado:
Contratado pelo Sevilla em 2019, o atacante holandês Luuk De Jong, a exemplo de Palermo, foi o garoto propaganda da Netflix. Mas para Holanda e Bélgica, e também para a divulgação da 3ª temporada da série. Porém, na ocasião, o então novo contratado tentava falar em espanhol e agradecer a “oferta de trabalho” aos companheiros de time (que na divulgação eram os integrantes da série.
Denver, interpretado por Jaime Llorente, é torcedor do Atlético de Madrid. Mas, quando criança, torcia para o Deportivo La Coruña e já teve até uma camisa do brasileiro Bebeto. Porém, mais tarde, em um bar, viu a paixão dos torcedores rojiblancos e passou a torcer para os Colchoneros.
O Professor, interpretado por Álvaro Morte, esteve, em 2018, no Estádio Santiago Bernabéu. Foi acompanhar o jogo entre Real Madrid e Juventus pelas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa. Entretanto, foi justamente na derrota merengue por 3 x 1, sendo que Cristiano Ronaldo marcou um gol de pênalti aos 97 minutos de jogo, salvando a classificação galáctica. O Professor sofreu com seu time durante mais de 90 minutos. Curiosamente ele também já encontrou-se com um ídolo do Real, o português Luis Figo, durante um torneio de tênis em Madrid.
Moscou, interpretado por Paco Tous, revelou no programa Radioestadio, na radio Onda Cero, que torce para o Sevilla. Já Tóquio, interpretada por Úrsula Corberó, torce para o Barcelona.
O croata Luka Peros, que interpreta Marselha em La Casa de Papel, é um fã do Barcelona. Jogador amador de hóquei no gelo, esporte do qual seu avô foi profissional, o ator chegou a treinar por um tempo, enquanto gravava a série, com o elenco do Barça de hóquei. Mas, além disso, afirmou ser fã de um bom futebol e que o melhor é o do Camp Nou.
Em 2018, na entrega do título de campeões da 2ª divisão do Campeonato Brasileiro, os jogadores do Fortaleza entraram em campo utilizando a fantasia da série acompanhados da música “Bella Ciao”, antes do jogo contra o Juventude.