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·02 de dezembro de 2022

26 jogadores que nasceram ou cresceram na Suíça, têm origens nos Bálcãs e defenderam as mais diferentes seleções

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Um dos reencontros mais esperados da Copa do Mundo de 2022 acontecerá nesta sexta-feira. Suíça e Sérvia nutriram uma rivalidade desde o explosivo jogo do Mundial de 2018. As comemorações dos gols de Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri, representando a águia de duas cabeças da bandeira da Albânia e relembrando suas origens kosovares, marcaram a importantíssima vitória por 2 a 1 que levou os suíços para os mata-matas. Os sérvios, porém, não se esquecem da provocação e querem revanche. Um sinal mais do que concreto aconteceu há alguns dias, quando uma bandeira reafirmando o domínio da Sérvia sobre Kosovo foi fotografada nos vestiários. Curiosamente, ela estava posicionada diante do armário de Milos Veljkovic, zagueiro sérvio que nasceu e cresceu na própria Suíça.

Enquanto Milos Veljkovic é o jogador da Sérvia atual que possui raízes no país adversário, o time da Suíça conta com quatro atletas de origens nos Bálcãs. Xhaka e Shaqiri permanecem como referências do grupo albanês / kosovar, agora acompanhados pelo garoto Ardon Jashari, que também tem ligações com a Macedônia do Norte. Já o atacante Haris Seferovic é de etnia bosníaca. Fazem parte de um caldeirão que explicita não apenas o multiculturalismo da Suíça através do grande número de imigrantes, como também o papel do país na acolhida de refugiados das guerras de independência da antiga Iugoslávia.


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É verdade que as ondas migratórias dos Balcãs rumo à Suíça são bem mais antigas que os conflitos. Durante as décadas de 1960 e 1970 houve um grande fluxo de trabalhadores balcânicos rumo às cidades suíças – não apenas das diferentes repúblicas da Iugoslávia, mas também da vizinha Albânia. O pico desse movimento chegou nos anos 1980, com mais de 60 mil iugoslavos se mudando à Suíça. Não à toa, filhos desses imigrantes já começaram a pintar nas diferentes seleções, tanto na equipe suíça que os acolheu, quanto nos times dos Bálcãs dos quais tinham cidadania.

Já nos anos 1990, a Guerra da Iugoslávia fez esses números se multiplicarem. Em 1995, a população com origens nos Bálcãs que vivia na Suíça passava dos 300 mil. E as mais diferentes etnias passaram a conviver no novo país, mesmo que suas nações estivessem em guerra. Kosovares, albaneses, macedônios, sérvios, montenegrinos, bósnios, croatas e (em menor número) eslovenos receberam uma chance de recomeçar. Muitos deles tiveram no futebol um caminho para se integrar. Os efeitos na seleção da Suíça são claros, com jogadores das mais diferentes etnias, mas também equipes dessas antigas nações da Iugoslávia ganharam talentos. Inclusive a própria Sérvia.

Abaixo, reunimos uma lista de 26 jogadores de origens nos Bálcãs que nasceram ou cresceram na Suíça e chegaram ao futebol de seleções. Destacamos nomes relevantes, mas também histórias de vida interessantes. Além dos países da antiga Iugoslávia, incluímos também atletas da Albânia, pela relação étnica com Kosovo que liga fortemente as duas nações – e também a Macedônia do Norte.

Ligações com a Sérvia

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(Harold Cunningham/Getty Images/One Football)

Philippe Senderos

Senderos certamente passa despercebido nessa legião balcânica da Suíça, por seu sobrenome. Seus pais são imigrantes: a mãe nasceu na Sérvia e o pai veio da Espanha. Entre as seis línguas dominadas pelo beque também está o sérvio – assim como o inglês, o espanhol, o francês, o italiano e o alemão. Curiosamente, ele ainda se casaria com uma mulher iraniana. Nascido em Genebra, em 1985, Senderos sempre defendeu os helvéticos em todos os níveis. Estreou pela seleção adulta em 2005 e disputou três Copas do Mundo, de 2006 a 2014. Por clubes, o beque teve passagens mais expressivas pela Inglaterra, sobretudo no Arsenal e no Fulham. Aposentou-se em 2019, aos 34 anos, com 57 partidas pela seleção. Seu irmão Julien era profissional no basquete e também defendeu a seleção suíça.

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(FRANCOIS-XAVIER MARIT/AFP via Getty Images/One Football)

Zdravko Kuzmanovic

O futebol contribuiu para a mudança dos Kuzmanovic à Suíça: o pai de Zdravko também foi jogador. De uma família sérvia enraizada na atual Bósnia-Herzegovina, o progenitor passou pelo futebol alemão, antes de vestir a camisa no Thun. E foi na cidade suíça que o filho nasceu, em 1987. A família permaneceu no novo país e o meio-campista iniciou sua carreira no Basel, antes de defender com relativa relevância Fiorentina e Stuttgart, passando ainda pela Internazionale. Já por seleções, Kuzmanovic até defendeu as equipes de base da Suíça, mas aceitou um convite da Sérvia em 2007. Participaria da equipe que disputou a Copa do Mundo de 2010 e se manteve nas convocações até 2014.

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(Srdjan Stevanovic/Getty Images/One Football)

Aleksandar Prijovic

Aleksandar Prijovic é de uma família de origem sérvia que se estabeleceu na cidade de St. Gallen. Por lá o atacante nasceu, em 1990, e também atuou na base do St. Gallen. Prijovic rodou por diversos países, com destaque ao seu auge pelo Legia Varsóvia e pelo PAOK. Atualmente está no Western United, da Austrália. Já nas seleções de base, o centroavante teve um movimento curioso: ele atuou primeiro pela Sérvia, no sub-17 e no sub-19, antes de se juntar ao sub-20 e ao sub-21 da Suíça. Entretanto, longe das convocações por seis anos, em 2017 o atacante requisitou à Fifa o retorno à equipe nacional sérvia. Recebeu a aprovação e se deu bem, integrando o elenco na Copa de 2018. Não é chamado desde 2019.

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(Laurence Griffiths/Getty Images/One Football)

Milos Veljkovic

O elenco atual da Sérvia possui um jogador nascido na Suíça. É o zagueiro titular Milos Veljkovic, natural de Basel. Seus pais são de origem sérvia e o garoto nasceu num contexto de conflitos nos Bálcãs, em setembro de 1995. Sua carreira como profissional se concentrou inteira longe da Sérvia. Transferiu-se ao Tottenham na base e rodou por clubes menores da Inglaterra, antes de deslanchar no Werder Bremen a partir de 2016. O beque chegou a vestir a camisa do sub-16 da Suíça, mas a partir do sub-17 se colocou à disposição dos sérvios. A estreia na seleção principal aconteceu em 2017 e, presente na Copa de 2018, ganhou peso rumo ao Mundial de 2022. O recente incidente com a bandeira que mencionava Kosovo provocativamente aconteceu em seu armário nos vestiários.

Ligações com a Sérvia e com a Croácia

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(DENIS CHARLET/AFP via Getty Images/One Football)

Boris Smiljanic

A relevância de Boris Smiljanic por clubes não é das maiores. O zagueiro / lateral passou a carreira inteira no Campeonato Suíço, superando os 300 jogos pelo Grasshopper e também com mais de 100 aparições pelo Basel. Já na seleção da Suíça, o defensor atuou em somente três partidas de 1999 a 2006, sem pintar nas competições internacionais. O mais curioso é que o rapaz nascido em 1976, na cidade de Baden, tinha três seleções à disposição. Além da Suíça natal, ele tinha a possibilidade de defender a Sérvia e também a Croácia por conta de seus pais. Retrata não apenas a convivência existente entre as diferentes etnias, como também os movimentos migratórios anteriores às guerras.

Ligações com a Macedônia do Norte

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(Laurence Griffiths/Getty Images/One Football)

Aleksandar Mitreski

Aleksandar Mitreski é natural de Ohrid, na atual Macedônia do Norte, nascido em 1980. O meio-campista se mudou para a Suíça ainda durante a infância, cresceu nos subúrbios de Berna e iniciou sua trajetória nas categorias de base locais, a partir dos 12 anos. Teve passagens destacadas por Young Boys e Grasshoppers, além de se aventurar na Alemanha, com seu melhor momento pelo Colônia. E preferiu atuar pela seleção macedônia no nível internacional. Mitreski frequentou as convocações de 2002 a 2007, com 34 aparições pela equipe nacional.

Ligações com a Macedônia do Norte e com a Albânia

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(Justin Setterfield/Getty Images/One Football)

Admir Mehmedi

Admir Mehmedi nasceu em Gostivar, cidade da Macedônia do Norte, então parte da Iugoslávia. Sua família tem etnia albanesa e ele se mudou para a Suíça em meio à guerra, em 1993, aos dois anos de idade. A partir de então, sua vida se concentraria no novo país. Profissionalizou-se no Zurique, antes de rodar principalmente por equipes da Alemanha, com momentos relevantes por Freiburg, Bayer Leverkusen e Wolfsburg. Atualmente defende o Antalyaspor. O atacante esteve nos Jogos Olímpicos de 2012 e na Copa de 2014 com a Suíça, além das Eurocopas em 2016 e 2020. Deixou de ser convocado em 2021, com 76 partidas e 10 gols pela equipe nacional. Apesar da origem albanesa, manteve uma ligação mais forte com os macedônios de sua cidade natal.

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(GIUSEPPE CACACE/AFP via Getty Images/One Football)

Blerim Dzemaili

Blerim Dzemaili também veio de uma família albanesa que vivia na atual Macedônia do Norte. O meio-campista é natural de Tetovo e se mudou em 1990 para Zurique, aos quatro anos de idade. Formado pelo próprio Zurique, o volante faria fama especialmente no futebol italiano, com destaque em seus tempos de Napoli. Mais recentemente, voltou para ser novamente campeão com o Zurique. Aos 36 anos, está aposentado da Suíça, mas defendeu a equipe nacional por 12 anos. Jogou as Copas de 2006, 2014 e 2018, além da Euro 2016. Sua primeira esposa também tinha origem albanesa.

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(FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images/One Football)

Ardon Jashari

A seleção da Suíça ganhou recentemente mais um jogador de origem albanesa em seu elenco. Ardon Jashari é um dos caçulas da convocação, aos 20 anos, nascido na cidade de Cham. Ainda assim, sua família tem etnia albanesa e emigrou da Macedônia do Norte, com seu pai fazendo carreira como músico e instrumentista. O meio-campista permanecia elegível para as seleções de Albânia, Kosovo e Macedônia do Norte, com a federação kosovar inclusive fazendo contato com a família. Entretanto, o prodígio do Luzern optou pela Suíça. Defendeu a seleção sub-21 em uma partida, mas logo estreou pelo time principal em setembro de 2022 e terminou como uma das principais novidades na convocação final para a Copa do Mundo de 2022.

Ligações com Montenegro e Bósnia-Herzegovina

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(Michael Steele/Getty Images/One Football)

Elsad Zverotic

Elsad Zverotic nasceu em 1986, na cidade de Berica, no território de Montenegro, mas com origem bosníaca. Também migrou para a Suíça na infância, fazendo sua carreira nas categorias de base locais e defendendo a seleção suíça no sub-18. O lateral teve seu período mais longevo com a camisa do Wil, mas passou por Young Boys, Luzern, Sion e Aarau, além do Fulham. Em 2007, Zverotic fez a opção por atuar por Montenegro na base e se tornou uma figura frequente na seleção principal a partir de 2008. Foram 11 anos de serviços prestados, com 61 partidas disputadas. É o quarto da lista entre aqueles que mais vestiram a camisa montenegrina.

Ligações com a Bósnia-Herzegovina

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(FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images/One Football)

Haris Seferovic

O elenco atual da Suíça possui um jogador de origem bósnia, através de Haris Seferovic. O centroavante tem familiares na cidade de Sanski Most, mas seus pais emigraram nos anos 1980 e o garoto já nasceu em Sursee, no cantão de Luzerna, em 1992. De etnia bosníaca, o centroavante também é muçulmano. Apesar de certo flerte para jogar pela Bósnia, o atacante vestiu somente a camisa da Suíça. Seria destaque no time que conquistou o Mundial Sub-17 de 2009, mas sua estreia no nível adulto aconteceu apenas em 2013. Desde então, são 25 gols em 91 partidas pelos helvéticos. Seferovic está em sua terceira Copa do Mundo e jogou duas edições da Eurocopa. Fica o destaque aos dois gols sobre a França, fundamentais para levar os suíços às quartas de final da Euro 2020. O detalhe é que o centroavante foi por muitos anos treinado por Vladimir Petkovic, bósnio de nascimento que se transferiu ao futebol suíço já como jogador profissional e construiu sua carreira de técnico no país, até dirigir a seleção de 2014 a 2021.

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(JUAN MABROMATA/AFP via Getty Images/One Football)

Izet Hajrovic

Hajrovic fez o caminho contrário ao de Seferovic. O meia também é filho de pais bósnios, nascido na cidade de Brugg em 1991. Formado pelo Grasshoppers, seu melhor momento em clubes aconteceu no Werder Bremen, mas ele também teria uma significativa passagem pelo Dinamo Zagreb entre 2018 e 2021. Já pela seleção, Hajrovic vestiu a camisa da Suíça na base e num amistoso da principal contra a Tunísia. Como isso não o impediu a trocar sua elegibilidade, no ano seguinte se juntou à Bósnia. O meia esteve presente nas convocações de 2013 a 2019, com 27 partidas e seis gols. Participou da classificação para a Copa de 2014 e também da fase final do Mundial, com direito a um gol importante na reta final das Eliminatórias diante da Eslováquia.

Ligações com a Croácia

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(JOSE JORDAN/AFP via Getty Images/One Football)

Ivan Rakitic

O jogador nascido na Suíça mais célebre entre aqueles com origens croatas é Ivan Rakitic. O pai do meio-campista ainda tem uma etnia específica dentro da Croácia, enquanto sua mãe é bósnia de etnia croata. A família se mudou para a Suíça na década de 1980, depois que seu pai, que chegou a atuar nas seleções de base da Iugoslávia, teve a carreira interrompida e conseguiu um emprego na construção civil. Rakitic nasceu em 1988, natural de Rheindelden, na região da Basileia. Despontou no próprio Basel, de onde saiu para sua elogiada carreira por Schalke 04, Sevilla e Barcelona. O craque somou mais de 40 aparições pelas seleções de base da Suíça, do sub-16 ao sub-21, mas decidiu jogar pela Croácia no nível adulto. Os compatriotas não reclamam: seriam 106 partidas para aplaudir a cátedra de Rakitic, com participações em três Eurocopas e em duas Copas do Mundo. O bolão que jogou no Mundial de 2018 marcou sua despedida com a camisa xadrez.

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(KIRILL KUDRYAVTSEV/POOL/AFP via Getty Images/One Football)

Mario Gavranovic

Gavranovic nasceu em 1989, no seio de uma família de etnia croata que emigrou da Bósnia-Herzegovina e se estabeleceu na cidade de Lugano. O atacante deslanchou na carreira no próprio futebol suíço, antes de passar pela Alemanha. Ainda teve um período expressivo no Campeonato Croata, campeão com o Rijeka e para depois empilhar taças com o Dinamo Zagreb. Por seleções, todavia, Gavranovic sempre foi fiel à Suíça. Passou por diferentes times de base e ganhou as primeiras convocações ao time principal em 2011. Curiosamente, seus dois primeiros gols aconteceram num amistoso diante dos croatas em 2014. Jogou a Euro 2020, bem como as Copas de 2014 e 2018, com direito à assistência para o famoso gol de Shaqiri diante da Sérvia. Atualmente no Kayserispor, o atacante ainda disputou a Data Fifa em junho, mas decidiu se aposentar da seleção aos 33 anos.

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(GIUSEPPE CACACE/AFP via Getty Images/One Football)

Josip Drmic

Josip Drmic também possui pais de etnia croata que moravam na Bósnia e passaram a viver na Suíça. O atacante nasceu em Lachen, em 1992, e cresceu em Zurique. Foi no próprio Zurique que começou a carreira, prosperando na Alemanha, com as camisas de Nuremberg, Bayer Leverkusen e Borussia Mönchengladbach. É mais um que aproveitou suas origens para fazer sucesso no Campeonato Croata, com muitos gols pelo Rijeka, até se transferir recentemente ao Dinamo Zagreb. Drmic se juntou à seleção da Suíça nas categorias de base. Disputou as Olimpíadas de 2012, até aparecer nas Copas do Mundo de 2014 e de 2018. Contabilizou 35 partidas com os helvéticos e marcou 10 gols, de 2012 a 2019.

Ligações com Kosovo e/ou Albânia

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(Clive Rose/Getty Images/One Football)

Xherdan Shaqiri

Xherdan Shaqiri é natural da cidade de Zhegër, então parte da antiga Iugoslávia, mas que fica dentro do território reivindicado por Kosovo. O atacante nasceu em 1991 e emigrou com a família meses depois, num momento intenso das guerras de independência. Os Shaqiri fincaram raízes na Basileia, onde os pais conseguiram empregos na construção civil. Foi por lá que a carreira do ponta vingou, como uma grande revelação do Basel, antes de rodar por Bayern de Munique, Internazionale, Stoke City, Liverpool, Lyon e Chicago Fire. Quando Shaqiri se profissionalizou, passou a frequentar as seleções de base da Suíça. Intocável nas convocações, esteve presente nas Copa de 2010, na Euro 2012 e na Copa de 2014 – inclusive com as bandeiras kosovar e a albanesa ilustradas em suas chuteiras durante o Mundial do Brasil. Após a Euro 2016, chegou a declarar que poderia defender Kosovo após a inclusão da equipe pela Uefa, bem como manteve contato com o presidente da federação, mas no fim continuou com os helvéticos. Afinal, foi com a camisa alvirrubra que Shaqiri anotou o explosivo gol da virada contra a Sérvia no Mundial de 2018, aos 45 do segundo tempo, comemorando com o gesto da águia de duas cabeças da Albânia. Presente ainda na ótima campanha na Euro 2020, Shaqiri é o terceiro jogador com mais partidas pela Suíça (110) e o sexto com mais gols (26).

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(Clive Rose/Getty Images/One Football)

Granit Xhaka

Diferentemente de Shaqiri, Xhaka nasceu na Basileia, em 1992. Seus pais de etnia albanesa viviam no atual território reivindicado por Kosovo e sofreram com a opressão nos tempos de Iugoslávia. O pai do jogador, Ragip, era estudante da Universidade de Pristina e participava de manifestações contra o governo, exigindo mais direitos a Kosovo. Casado há três meses, ele seria preso em 1987 e ficaria na cadeia por três anos. Tinha apenas 10 minutos de ar fresco por dia e sofria espancamentos da polícia, até ser liberado repentinamente em 1990. Foi quando, com ajuda da Anistia Internacional, a família fugiu para a Suíça. “Meu pai era um kosovar orgulhoso e achava que eles tinham o direito de existir. Ele estava lutando pelos direitos deles, direitos básicos da democracia: necessidades, como poder votar”, disse Xhaka, ao jornal The Guardian.

Cria do Basel, Xhaka depois estouraria no Borussia Mönchengladbach, antes de se tornar um nome importante do Arsenal. Já pela seleção da Suíça, passou por todas as categorias e ajudou na conquista do Mundial Sub-17 de 2009. Ainda tentou se disponibilizar para o time adulto da Albânia, mas dizia que era ignorado e que o interesse dos suíços era maior. Participou da Copa de 2014 e da Euro 2016, até flertar com uma mudança para a equipe nacional de Kosovo, então admitida pela Uefa. Todavia, o volante afirmou que a Fifa impediu o movimento por sua participação da Eurocopa – algo contestado pelo então presidente da federação kosovar. Pela Suíça, de qualquer maneira, teve a chance de jogar a Copa de 2018 e de celebrar com o gesto da águia de duas cabeças da bandeira albanesa, com o primeiro gol diante da Sérvia. Fundamental para o sucesso na Euro 2020, chegou em alta para a Copa de 2022.

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(FRANCOIS LO PRESTI/AFP via Getty Images/One Football)

Taulant Xhaka

A família Xhaka teve um irmão que seguiu por outro caminho. Taulant é um ano mais velho que Granit, mas já nasceu na Basileia, depois que seu pai ganhou liberdade e a família fugiu da Iugoslávia. Da mesma forma fez carreira no Basel e praticamente só vestiu uma camisa na carreira, exceção a uma breve passagem emprestado ao Grasshopper. O volante acumula 12 anos com a equipe principal do clube. Ele também rodou pelas seleções de base da Suíça em diferentes categorias, mas escolheu a Albânia no nível principal, a partir de 2013. Segundo suas próprias palavras, Granit o influenciou na decisão. Um episódio marcante aconteceu nas eliminatórias da Euro 2016, quando um drone com a bandeira da Grande Albânia sobrevoou um jogo de sua seleção contra a Sérvia. Aleksandar Mitrovic tomou a bandeira e uma confusão se armou no gramado. Torcedores invadiram o campo para atacar os jogadores albaneses, que trocaram socos e depois correram para os vestiários. No fim, com os três pontos conquistados nos tribunais, a Albânia faturou a inédita classificação para a Eurocopa. Taulant enfrentou Granit na estreia contra a Suíça, com direito a uma imagem marcante de sua mãe nas arquibancadas com uma camiseta levando as duas bandeiras. Apesar de problemas com o técnico Gianni De Biasi, Taulant defendeu os albaneses até 2019, com 31 partidas no total.

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(JEWEL SAMAD/AFP via Getty Images/One Football)

Valon Behrami

Outro nome muito relevante entre os albaneses étnicos na seleção da Suíça é Valon Behrami. O meio-campista nasceu numa cidade kosovar, em 1985, e se mudou com a família para Stabio quando tinha cinco anos, com os pais em busca de emprego. A carreira de Behrami por clubes começou no Lugano, com uma coleção de camisas tradicionais depois disso – Genoa, Lazio, West Ham, Fiorentina, Napoli, Hamburgo e Udinese, entre outros. Tal relevância também se refletiu na seleção da Suíça. O meio-campista passou pelas seleções de base e estreou no time adulto em 2005. Foram duas Eurocopas disputadas e, mais notável, quatro Copas do Mundo – todas de 2006 a 2018. Foi o primeiro suíço a comparecer em quatro Mundiais, recorde igualado por Shaqiri em 2022. Behrami ainda acumulou 83 aparições pelos helvéticos, até se despedir da equipe nacional em 2018.

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(BERTRAND LANGLOIS/AFP via Getty Images/One Football)

Arlind Ajeti

Arlind Ajeti é filho de albaneses étnicos que deixaram Kosovo no início dos anos 1990 e se estabeleceram na Basileia. O zagueiro, nascido em 1993, virou profissional no Basel e rodou principalmente por clubes italianos. Já por seleções, defendeu a Suíça em todos os níveis do sub-17 ao sub-21, mas optou pela Albânia no nível principal. A decisão seria tomada em 2014, após o episódio do drone com a bandeira da Grande Albânia. O beque logo estreou pela equipe nacional e seria convocado para a Euro 2016, como um dos destaques na campanha. Irmãos mais novos de Arlind, os gêmeos Albian e Adonis também são profissionais. Albian preferiu defender a Suíça inclusive no nível adulto, enquanto Adonis passou somente pelas seleções de base.

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(ERIK SIMANDER/TT NEWS AGENCY/AFP via Getty Images/One Football)

Arijanet Muric

Arijanet Muric possuía várias seleções para escolher. O goleiro nasceu na cidade de Schileren, na Suíça, filho de pais albaneses étnicos que deixaram Montenegro. Poderia atuar por qualquer uma das três equipes e inclusive passou pelo sub-21 montenegrino. No fim das contas, a origem permitiu que tivesse abertura também em Kosovo e terminou se juntando aos kosovares no nível adulto, inclusive como titular. O arqueiro manteve boa fama no início da carreira e passou pela base do Manchester City, mas sem chances na equipe principal. Rodou por vários clubes emprestado, até se juntar ao Burnley na atual temporada.

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(ARMEND NIMANI/AFP via Getty Images/One Football)

Albert Bunjaku

A história de Albert Bunjaku é uma das mais curiosas dessa lista. O atacante nasceu em 1983, na cidade kosovar de Gjilani, e emigrou para a Suíça com a família ainda na infância – seu pai já trabalhava no país. Sua carreira se desenvolvia nas divisões de acesso, inclusive na Alemanha, até que arrebentou com o Bayern de Munique num jogo de Copa da Alemanha pelo Rot-Weiss Erfurt, então na terceirona. Logo o atacante se transferiu ao Nuremberg e cavou seu espaço na seleção da Suíça, convocado para a Copa do Mundo de 2010. Entretanto, depois que Kosovo recebeu a aprovação da Fifa, Bunjaku optou por defender a seleção de sua terra – as regras permitiram a transferência inclusive a quem já tinha atuado em competições oficiais por outros países. Foi titular no ataque durante a estreia internacional da nação e marcou o primeiro gol da história da seleção, numa derrota por 6 a 1 diante da Turquia. Por clubes, ainda rodou por times como o Kaiserslautern, o St. Gallen e o Viktoria Colônia. Segue na ativa aos 39 anos, atualmente no Bonner, da quinta divisão alemã.

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(GENT SHKULLAKU/AFP via Getty Images/One Football)

Migjen Basha

Migjen Basha nasceu em 1987, em Lausanne, filho de pais albaneses saídos de uma cidade kosovar. Parte da infância do volante seria vivida na nação originária, para onde voltou a fim de receber uma educação dentro das tradições albanesas. Retornou para a Suíça em decorrência da guerra no Kosovo. Sua antiga casa foi queimada e um tio assassinado no conflito. O meio-campista despontou com a camisa do Lausanne e defendeu diversas equipes da Itália, com menções principais a Atalanta e Torino. Era membro das seleções de base da Suíça, mas se juntou à Albânia no nível principal. Estreou na equipe em 2013 e compôs o elenco na Euro 2016. Foram 33 partidas disputadas, entre 2013 e 2019.

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(Clive Mason/Getty Images/One Football)

Fidan Aliti

Fidan Aliti é da cidade de Binningen, na região da Basileia, nascido em 1993. Filho de pais albaneses com raízes kosovares, o zagueiro despontou no Old Boys e faria carreira inclusive nos Bálcãs. Jogou na Croácia pelo Slaven Belupo e depois na Albânia com o Skënderbeu Korçë. Atualmente está no Zurique. O beque disputou duas partidas pela Albânia em 2014, mas aceitou o chamado de Kosovo após a oficialização da equipe. É o quarto atleta com mais aparições pela equipe nacional, com 44 partidas disputadas, empatado com Vedat Muriqi.

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(MICHAL CIZEK/AFP via Getty Images/One Football)

Amir Abrashi

Amir Abrashi é mais um filho de pais albaneses étnicos que saíram de Kosovo. O volante nasceu em 1990, na cidade de Bischofszell. Despontou no Winterthur, com passagens significativas por Grasshopper e Freiburg. Já no futebol de seleções, teve bons momentos na base da Suíça. Fez parte do sub-21 vice-campeão europeu em 2011 e disputou os Jogos Olímpicos de 2012. Entretanto, diante da falta de chances na equipe principal, o meio-campista se manifestou publicamente dizendo que não poderia esperar tanto. Assim, virou jogador da seleção albanesa. Esteve presente na Euro 2016 e disputou 42 compromissos internacionais com a equipe.

Imagem do artigo:26 jogadores que nasceram ou cresceram na Suíça, têm origens nos Bálcãs e defenderam as mais diferentes seleções

Mërgim Brahimi

Mërgim Brahimi atuou por três seleções distintas na carreira. O meio-campista nasceu em 1992, na cidade kosovar de Istog, e se mudou com a família para Zurique quando tinha dois anos de idade. Seu pai já estava estabelecido na cidade. Por clubes, seus principais momentos aconteceram com o Grasshoppers. Pelas origens étnicas albanesas, ele defendeu as seleções de base da Albânia e disputou até mesmo um amistoso contra o Irã em 2012. Entretanto, aceitaria um chamado da Suíça, com partidas pelo sub-21 entre 2013 e 2014. Já em 2015, com a aprovação de Kosovo pela Fifa, o meio-campista tinha a chance de trocar sua elegibilidade mais uma vez. Foram dois amistosos pelos kosovares, mas não chegou a entrar em campo partidas de competição oficial.

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