MundoBola Flamengo
·23 de novembro de 2020
23 de Novembro de 2019. Lima. Peru. Um ano da Glória Eterna

In partnership with
Yahoo sportsMundoBola Flamengo
·23 de novembro de 2020
Blog Resenha Rubro-Negra – Bruno Andrade – Twitter: @andradebrunoc
Mark Twain, escritor e comediante americano, disse que “os dois dias mais importantes da sua vida são o dia em que você nasce e o dia em que você descobre o porquê.” Ele não errou. E há um um ano, uma nação descobriu, juntos, o motivo pelo qual nasceu.
Dizem que o tempo é o melhor remédio, que você aprende a entender as coisas e a emoção passa. Falácia. Pelo menos quando tratamos do dia da nossa libertação. Todo flamenguista, vivo ou morto, imaginava inúmeros roteiros, incontáveis heróis, infinitos lugares, inumeráveis rivais e imensas histórias. Nenhum foi capaz de desenhar com tamanha exatidão o que aconteceu em Lima, na Final Única.
Compareci em derrotas vexatórias. Presenciei das arquibancadas um time favorito cair para o América do México, uma equipe com Ronaldinho Gaúcho ficar pelo caminho, um elenco modesto cair pro fraquíssimo Leon. De casa, vi aos 47 na Argentina, o sonho mais uma vez ir por água a baixo. Sofri, muitas vezes aos prantos, outras calado. Mas, ao mesmo tempo, me tornei forte e passei por todas essas turbulências ainda mais rubro-negro, ainda mais firme no nosso casamento.
Em 2019, lá em janeiro, já me sentia renovado e pronto pra enfrentar de frente o meu sonho novamente, mas dessa vez com uma força descomunal, uma vontade impressionante de, enfim, realizá-lo. A trajetória começou como qualquer clássico de cinema: fraco e devagar. Era como se o estrelado elenco ainda não tivesse aquele diretor que extraísse o máximo de cada ator. E como toda grande produção, era só questão de tempo.
Ainda usando o cinema como exemplo, era como se fossemos coadjuvantes. Porém, coadjuvantes como o coringa de Heath Ledger, ou o coronel Hans Landa, de Bastardos Inglórios. Prontos para tomarem pra si um filme que não foi escrito pra isso. E o primeiro passo pra isso? Tirar a poeira do passaporte europeu e buscar em Portugal o melhor que poderíamos. O tal grande diretor.
Me emociono toda vez que vejo a caminhada de 2019, todas as vezes que olho as fotos no Maracanã, quando lembro da sensação de dever cumprido quando vencíamos os jogos e da alegria em seu estado mais puro, descendo a rampa e cantando como se o amanhã simplesmente não existisse. O Flamengo é o que não se explica.
Gostou desse conteúdo? Nós acreditamos ser possível falar sobre o Flamengo com qualidade. Seja nosso apoiador!
Cada passo foi dado, todas as desconfianças foram deixadas pra trás, todos os rivais nocauteados e chegamos lá. 23 de novembro de 2019. Monumental U que virou Maracanã, Lima que virou Rio de Janeiro, Peru que virou Brasil. Um sábado que virou carnaval.
Acredito que a grande maioria não acompanhou quando Gabriel viu a bola implorando pra ser chutada, ainda estavam em lágrimas pelo primeiro gol também marcado pelo anjo. Acredito que alguns, ainda incrédulos, acompanharam toda a saga do segundo gol e ainda não acreditam no que aconteceu. Seja como for, vivenciamos aquilo de uma forma única, e isso ninguém tira.
Esse dia será contado pros filhos, netos, bisnetos. Será lembrado independente do que aconteça no futuro. Quem esteve ali contará com sorriso no rosto sobre o dia que o Brasil sorriu após 38 anos, que uma nação se curou de todos os cortes, que a América, finalmente, pintou-se novamente de vermelho e preto.
Cansados de ouvir histórias, aprendemos a vivencia-las.
2020.23 de novembro.
Um ano da glória eterna.
Ao vivo
Ao vivo
Ao vivo