Calciopédia
·24 de dezembro de 2024
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·24 de dezembro de 2024
O bom velhinho já sabe quem foi um bom garoto e vai ganhar presentes de Natal – pelo menos o bom velhinho de Bérgamo. Gian Piero Gasperini mais uma vez depositou suas esperanças em De Ketelaere e viu o belga fazer dois gols, sendo um crucial, nos últimos minutos do duelo com o Empoli, que garantiu o alívio dos nerazzurri. Com 11 vitórias consecutivas, e sendo a única equipe das cinco maiores ligas europeias com 13 triunfos em seu respectivo campeonato nacional em 2024-25, a Dea vai ter uma excelente ceia, depois de muitas emoções no final de semana.
Quem também sofreu foi o Napoli. Na cola da liderança, os partenopei fizeram um excelente primeiro tempo, mas sofreram muito no segundo, contra o Genoa – deixando Antonio Conte insatisfeito, a ponto de fazê-lo se manifestar publicamente sobre o desempenho, em entrevista. Logo atrás, a Inter não foi brilhante, mas diferentemente dos rivais, não enfrentou tantos perrengues para conseguir superar o Como, em partida entediante.
De forma semelhante à rival da capital da Lombardia, o Milan passou longe de ser ameaçador contra a pior defesa do campeonato e só conseguiu uma vitória magra sobre o Verona porque seu meio-campo teve um momento de inspiração espetacular. Dentre os grandes, a única equipe que teve uma atuação positivamente fora da curva foi a Roma, que não tomou conhecimento do Parma e atropelou os crociati numa tarde de números históricos para Dybala.
Também tem gente que não vai passar o Natal empregado. Lenda rossonera, Alessandro Nesta não conseguiu em nenhum momento construir um Monza competitivo em cerca de seis meses de trabalho e, com justiça, foi demitido do cargo. Melhor para a Juventus de Thiago Motta, que voltou a conhecer o caminho da vitória depois de quatro empates consecutivos. Com o resultado, a Velha Senhora se igualou à Fiorentina, única equipe do pelotão europeu que tropeçou neste fim de semana – a Lazio ficou perto disso, mas evitou o empate no finalzinho.
Confiro tudo isso e muito mais no resumo da jornada!
Gols e assistências: De Ketelaere (Zappacosta), Lookman (Zaniolo) e De Ketelaere (Pasalic); Colombo (Henderson) e Esposito (pênalti) Tops: De Ketelaere e Zappacosta (Atalanta) Flops: Cacace e Ismajli (Empoli)
Com um início de jogo ruim, a sequência de vitórias da Atalanta parecia verdadeiramente ameaçada por um Empoli enjoado, capaz de desafiar os grandes na Itália. Só que o time de Roberto D’Aversa não contava com mais uma noite de inspiração pura de De Ketelaere. Com uma doppietta, o belga garantiu o triunfo da Dea: são 11 consecutivos para a formação de Bérgamo, que amplia seu recorde na Serie A e chega a três rodadas seguidas como líder.
Aproveitando a marcação alta e a desatenção dos donos da casa, Colombo colocou os visitantes na frente após um arremesso lateral cobrado rapidamente. Porém, a partir daí é que a Dea entrou de vez no confronto e começou a aumentar gradativamente sua pressão. Retegui saiu lesionado aos 20 minutos e, na reta final da primeira etapa, os nerazzurri já passavam a maior parte do tempo no último terço do campo adversário. De cabeça, De Ketelaere igualou o placar e Lookman, com assistência de Zaniolo, que entrara na vaga do artilheiro da Serie A, virou nos acréscimos.
Desligada novamente nos primeiros minutos após o intervalo, a Atalanta sofreu o empate depois de pênalti de Djimsiti, convertido por Esposito – foi o quarto gol marcado pelo talento emprestado pela Inter nas quatro partidas. Com dificuldades de criação, a equipe de Gasperini pouco ameaçou, apesar de ter o domínio total da posse de bola. O triunfo foi conquistado graças a um lampejo de De Ketelaere: o belga recebeu na ponta direita, carregou para a canhota e, praticamente sozinho, marcou o terceiro e último gol do agitado confronto da noite de sábado.
Gols e assistências: Carlos Augusto (Çalhanoglu) e Thuram (Zielinski) Tops: Carlos Augusto e Thuram (Inter) Flops: Dossena e Van der Brempt (Como)
Com força máxima, a Inter levou o confronto contra o Como no banho-maria até que marcou duas vezes no segundo tempo. O time de Cesc Fàbregas teve uma boa prestação defensiva e chegou a exigir uma grande intervenção de Sommer, porém a diferença técnica dos elencos é muito grande e acabou por se confirmar no placar, favorável aos mandantes e construído lentamente.
Dumfries e Dimarco desperdiçaram boas chances para a Beneamata na primeira etapa, mas Carlos Augusto tratou de subir alto, após escanteio cobrado por Çalhanoglu, e marcar no comecinho do segundo tempo. Curiosamente, o brasileiro também havia balançado as redes na rodada anterior, contra a Lazio.
Thuram, nos acréscimos da segunda etapa, sacramentou o triunfo dos mandantes com um tirambaço que terminou no ângulo de Reina. A atuação não foi inspirada, mas bastou para manter os nerazzurri na cola de Atalanta e Napoli – que seguem à frente da Inter e têm uma partida a mais.
Carlos Augusto voltou a marcar e manteve os nerazzurri bem posicionados na corrida pelo scudetto (Arquivo/Inter)
Gols e assistências: Pinamonti (Vitinha); Anguissa (David Neres) e Rrahmani (Lobotka) Tops: Meret e Anguissa (Napoli) Flops: Martín e Frendrup (Genoa)
O Napoli entregou dois níveis de atuação bem distintos no mesmo jogo: o primeiro tempo arrasador deu lugar a uma segunda etapa decepcionante, mas suficiente para deixar o estádio Luigi Ferraris com a vitória. Quem não gostou nem um pouco disso foi Antonio Conte, que mesmo com os três pontos, ficou revoltado com o “medo” apresentado por seu time após o intervalo.
No Marassi, o Napoli aproveitou bastante os cruzamentos, que entravam com facilidade na defesa do Genoa – e o seu primeiro gol saiu depois de momentos de pressão nesse tipo de jogada. Primeiro, Lukaku carimbou o travessão. Depois, Anguissa conseguiu capitalizar a bola alçada por David Neres e abriu a conta. Novamente no ataque aéreo, Rrahmani ampliou a vantagem.
Nos 45 minutos finais, tudo mudou, desde os primeiros segundos. Intervenções cruciais de Meret impediram o empate dos grifoni. Com várias defesaças, o arqueiro só não conseguiu impedir o gol de Pinamonti, que deu o tom de dramaticidade para o confronto. Balotelli melhorou a performance de seu time e, além de ter dado trabalho ao goleiro do Napoli, ainda chegou a carimbar a trave – foi o mais perto que os rossoblù chegaram da igualdade.
Gols: Morente; Castellanos (pênalti) e Marusic Tops: Castellanos e Marusic (Lazio) Flops: Guilbert e Krstovic (Lecce)
Dando muito trabalho, o Lecce por muito pouco não ficou com um ponto no Via del Mare. A expulsão de Guilbert, que cometeu um pênalti ao usar a mão, em cima da linha, para evitar um gol da Lazio, parecia que iria facilitar a vida dos biancocelesti. Longe disso: os donos da casa conseguiram ameaçar constantemente e só pereceram a um tento fenomenal e, até aquele momento, imprevisível, levando em conta o que havia sido construído no confronto.
Castellanos deu a liderança para os comandados de Marco Baroni, que fez sucesso como técnico do Lecce, no finzinho da primeira etapa. O argentino converteu justamente o pênalti cometido por Guilbert, que rendeu a inferioridade numérica para os salentinos. Entretanto, o jogo mudou de cara depois do intervalo.
De forma bem organizada, o Lecce chegou ao empate com um golaço de Morente – o segundo do espanhol em duas rodadas. No restante do confronto, o time da casa foi melhor e, ocupando bem os espaços, nem sofreu com o bom ataque da Lazio. Porém, Marusic, nos minutos finais, devolveu o voleio do hispânico na mesma moeda, garantindo a vitória dos capitolinos, que superaram um cenário de muito equilíbrio na etapa complementar. Com o triunfo, os aquilotti seguem na quarta posição.
Bem no primeiro tempo, mas mal no segundo, o Napoli conseguiu evitar o tropeço na visita ao Genoa (Getty)
Gols e assistências: Birindelli (Carboni); McKennie (Koopmeiners) e González (Locatelli) Tops: González e McKennie (Juventus) Flops: Pablo Marí e Carboni (Monza)
O começo, o meio e o fim da passagem de Alessandro Nesta no Monza foram completamente previsíveis. Sem grandes trabalhos na carreira como treinador, o ex-zagueiro vinha apresentando um desempenho pífio na primeira divisão do futebol italiano e, por isso, terminou demitido: somou apenas uma vitória em 17 jogos da Serie A e deixou a impressão de que durou muito no cargo, que será ocupado por Salvatore Bocchetti, outro ex-beque do Milan.
Teve sorte a Juventus de Thiago Motta, que foi a última equipe a enfrentar o time de Nesta antes da demissão do treinador. Assim, a Velha Senhora se aproveitou justamente das fragilidades defensivas do adversário, novo lanterna do certame, para construir o placar. Repetindo de certa forma o sucesso no compromisso da Coppa Italia, contra o Cagliari, do meio da semana, o técnico entrou com Koopmeiners em uma posição mais recuada, deixando González atuar como uma espécie de segundo atacante, atrás de Vlahovic, enquanto Yildiz e Francisco Conceição completavam o ataque pelas pontas. O esquema funcionou, especialmente na primeira etapa, nas jogadas criadas pelo lado do turco.
Com dois cruzamentos lidados da pior forma possível pela defesa do Monza, McKennie e González aproveitaram para fazer os dois tentos dos bianconeri, ainda na primeira etapa. Os donos da casa chegaram a empatar com Samuele Birindelli, filho de Alessandro Birindelli, ex-lateral da Juve. Mas no geral, pouco ameaçaram a meta de Di Gregorio, seu antigo goleiro. A maior discussão da partida ficou por conta de uma bola que bateu no braço de McKennie, dentro da área. A arbitragem optou por não marcar pênalti. Melhor para os bianconeri, que asseguraram o triunfo e subiram para a quinta posição.
Gols e assistências: Dybala (pênalti), Saelemaekers (Angeliño), Dybala, Paredes (pênalti) e Dovbyk (Dybala) Tops: Dybala e Saelemaekers (Roma) Flops: Balogh e Coulibaly (Parma)
Em um dia de brilhantismo de Dybala, a Roma de Claudio Ranieri fez o que quis com o Parma – inclusive, até escolheu quem marcaria o quinto gol. La Joya marcou duas vezes, deu uma assistência e se isolou como terceiro argentino com mais tentos na Serie A italiana, com 127; desconsiderando nesta lista o ítalo-argentino Sívori (147). Deixou para trás seu amigo Higuaín (125) e agora tem apenas Crespo (153) e Batistuta (183) à frente.
É impressionante como o jogo pelas pontas tem funcionado muito bem na equipe giallorossa, pelo menos nas melhores atuações sob o comando do novo treinador. De confiança renovada, Saelemaekers tem sido uma arma constante com suas investidas pela direita, e recebeu de Angeliño um cruzamento na medida para marcar um belo gol neste jogo – o segundo, ainda no início, pouco após Dybala ter aberto a conta. Com a boa vantagem construída precocemente, a Roma se tranquilizou e encaçapou um Parma que tem complicado a vida dos grandes.
Paredes e Koné se firmam como dupla de meio-campo que mais dá equilíbrio, ofensivo e defensivo, dentro das opções que Ranieri tem à disposição – uma má notícia para Cristante, que está lesionado e pode perder seu lugar no onze inicial. Depois de construir a goleada, a equipe capitolina insistiu em tentar criar chances para Dovbyk marcar o seu. Dybala havia ganhado um gol de presente de Paredes, que abriu mão de cobrar a primeira penalidade da partida e ,foi responsável por deixar o ucraniano sem goleiro, precisando só empurrar a bola para o fundo das redes.
A Lazio festejou, mas por pouco: a vitória sobre o Lecce foi sofrida (Getty)
Gols e assistências: Kean (pênalti); Lucca (Ekkelenkamp) e Thauvin (Lovric) Tops: Lucca e Abankwah (Udinese) Flops: Ranieri e Colpani (Fiorentina)
Responsável por mais da metade dos gols marcados pela Udinese nessa Serie A, a dupla formada Lucca e Thauvin novamente entrou em ação para virar o jogo sobre a Fiorentina e garantiu uma difícil vitória dos friulanos, em Florença. Com a presença de Bove como espectador no Artemio Franchi, a Viola fez um bom primeiro tempo, criou até para fazer mais de um gol, mas não aproveitou seu único bom momento no duelo e sucumbiu. Dentre as equipes que estão na zona de classificação para competições europeias, foi a única que tropeçou na rodada. Ou seja, perdeu terreno em relação às adversárias.
O gol dos donos da casa saiu cedo, através de um pênalti bem revisado pelo VAR – e bizarramente não marcado em campo, pelo árbitro Matteo Marcenaro, que chegou a mostrar cartão amarelo ao derrubado Sottil, por reclamação. Na cobrança, Kean fez o seu 10° gol no campeonato e, apenas pela segunda vez na carreira, alcançou o dígito duplo em tentos numa única temporada. Antes, o ítalo-marfinense só tinha conseguido o feito pelo Paris Saint-Germain, em 2020-21.
Completamente irreconhecível após o intervalo, a Fiorentina pouco resistiu as investida dos bianconeri, que, naturalmente, viraram a partida. Primeiro, uma entregada de Ranieri terminou em cruzamento rasteiro de Ekkelenkamp e ótima finalização de Lucca. Poucos minutos depois, Thauvin fez um belíssimo gol ao colocar no cantinho de De Gea, sem dar chances para o espanhol. A bem da verdade, na maior parte do tempo, a Udinese parecia mais perto do terceiro do que de sofrer o empate. Com uma vitória segura, os friulanos consolidaram a nona posição, com quatro pontos de vantagem sobre Roma, Empoli e Torino.
Gol e assistência: Reijnders (Fofana) Tops: Fofana e Reijnders (Milan) Flops: Daniliuc e Sarr (Verona)
Entre turbulências, o Milan mais uma vez confia a vitória em seus meio-campistas, enquanto os grandes craques do time vivem problemas distintos. Rafael Leão se lesionou, não vai enfrentar a Roma e pode perder a Supercopa Italiana. Hernandez, por outro lado, está saudável, mas parece cada vez mais distante de Paulo Fonseca. O português não está satisfeito com o explosivo lateral, e já declarou que conta com o jovem Jiménez como titular.
No Marcantonio Bentegodi, tivemos uma partida morna durante a maior parte do tempo. E relativamente confortável para os visitantes, que encontraram seu ápice na dupla Fofana e Reijnders. O francês achou um passe magistral para o holandês, que não desperdiçou e fez o único gol do duelo.
De resto, o Verona pouco ameaçou Maignan, que foi um espectador privilegiado da partida. O Hellas somou a quinta derrota nos últimos seis jogos, ainda que o triunfo sobre o Parma, no fim de semana anterior, tenha preservado o cargo de Paolo Zanetti e servido para manter o time fora da zona de rebaixamento. Pelo menos, a pior defesa do campeonato não foi ameaçada tantas vezes pelo Milan, talvez pelo ritmo lento do jogo. Por outro lado, pode ser um sinal de preocupação para os rossoneri.
A Juventus se valeu de uma péssima atuação defensiva do Monza para reencontrar a vitória após quatro rodadas (Getty)
Gols e assistências: Dallinga (Miranda) e Pobega Tops: Pobega e Holm (Bologna) Flops: Masina e Sosa (Torino)
Se acertando aos poucos e tendo a sétima posição consolidada, o Bologna de Vincenzo Italiano também vê as novas contratações assumindo momentos de protagonismo em suas vitórias. Se Castro, que chegou em janeiro, impressionava nas últimas rodadas, desta vez decepcionou ao parar em Milinkovic-Savic e perder um pênalti nos primeiros minutos de jogo. Sem problemas, porque a solução saiu dos pés de seu substituto.
Um primeiro tempo de chances para ambos os lados terminou zerado e, após o intervalo, os visitantes começaram a imprimir um ritmo que lhes agradava. Pobega, ex-Torino, carimbou o travessão, e, dez minutos depois, Dallinga, que havia entrado em campo no lugar do Castro fazia 20 segundos, recebeu de Miranda, inaugurando o placar. Na bola parada, o meia de passado granata apareceu de novo e, acionando uma das leis mais clássicas do futebol, definiu o placar. O Toro segue sofrendo ofensivamente e vai precisar reforçar o ataque no mercado de janeiro.
Gols e assistências: Zampano (Oristanio) e Sverko; Pavoletti (Augello) Tops: Stankovic e Oristanio (Venezia) Flops: Luperto e Mina (Cagliari)
Aos trancos e barrancos, o Venezia conseguiu triunfar, depois de seis rodadas sem vitórias – período em que até mostrou alguma evolução, apesar dos maus resultados. As defesas de Stankovic foram cruciais para a conquista dos três pontos pelos lagunari, que empurraram o Monza para a lanterna. Apesar de ter criado mais chances, o Cagliari não conseguiu converter o domínio em gols, marcando só depois de estar em uma desvantagem de dois tentos.
Nos últimos minutos do primeiro tempo, Oristanio fez ótima jogada individual para servir Zampano, que contou com falha de Augello para abrir a conta e imitar a comemoração do lutador Conor McGregor. E, por um calcanhar em posição impedimento, Oristanio quase não fez valer a lei do ex contra o time da Sardenha. Sem problemas, pois Sverko trombou com meio mundo antes de ampliar a vantagem dos arancioneroverdi. Foi o suficiente. A pressão rossoblù continuou, mas o time de Davide Nicola só conseguiu marcar uma vez, com Pavoletti.
Stankovic (Venezia); Holm (Bologna), Hummels (Roma), Bastoni (Inter), Carlos Augusto (Inter); Saelemaekers (Roma), Pobega (Bologna), Paredes (Roma), De Ketelaere (Atalanta); Dybala (Roma), Dovbyk (Roma). Técnico: Claudio Ranieri (Roma).