11ª rodada: a Juve bateu a Fiorentina ‘por um focinho’ e aqueceu disputa com a Inter | OneFootball

“Corto muso”: simples. Mais uma vez, a Juventus venceu no limite, como um jóquei cujo cavalo ganha uma prova por um focinho, e segue vivíssima na briga pelo scudetto. Contra a Fiorentina, os comandados de Massimiliano Allegri batalharam até o último minuto para sustentarem o placar magro de 1 a 0, conquistado ainda no começo do duelo graças ao primeiro gol de Miretti com a camisa bianconera. Apesar de ter 10 gols a menos do que a Inter, líder da Serie A, a Velha Senhora tem apenas dois pontos de desvantagem para a arquirrival – e ainda teremos Derby d’Italia em novembro.

Se a Juve gosta de economizar em bolas na rede, a Inter as esbanja. E muito por causa de Martínez, que chegou a 12 gols marcados na competição – o dobro de Giroud, Lukaku e Osimhen, empatados no segundo lugar da artilharia. O tento de Lautaro ajudou a sua equipe a derrubar uma das últimas mandantes invictas da competição, a Atalanta, e manter o seu aproveitamento de 100% como visitantes. O triunfo no Gewiss Stadium fez com que a distância para o Milan aumentasse para seis pontos graças a mais uma derrota em casa do rival rossonero. A queda para a Udinese, que ainda não havia vencido e deixou a zona de rebaixamento, fez muita gente começar a acreditar que a disputa do scudetto ficará entre Beneamata e Velha Senhora.

Por fim, fortes emoções tomaram a capital italiana. Quando tudo parecia perdido, a Roma reverteu uma “romada” clássica e foi autora de uma das viradas mais improváveis dos últimos tempos. Dois gols nos acréscimos, um deles obviamente sendo de Lukaku, que vem resgatando o seu melhor futebol sob o comando de José Mourinho. Confira essas e outras histórias no resumo da jornada!

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Fiorentina 0-1 Juventus

Gol e assistência: Miretti (Kostic) Tops: Bremer e Szczesny (Juventus) Flops: Beltrán e Mandragora (Fiorentina)

A Juventus já não surpreende. Fez o jogo que dela se esperava, ou até abaixo, e o resultado foi obtido mesmo com apenas quatro finalizações e 32% de posse de bola. Afinal de contas, foi extremamente efetiva em suas chegadas, levando muito perigo ao gol do Terracciano, e também viu seu trio de defensores fazer uma exibição impecável – principalmente na “bateria antiaérea”.

O único gol da partida saiu dos pés de Miretti, cria da base bianconera. No primeiro ataque real dos bianconeri, aos 10 minutos, o jovem meio-campista infiltrou na área e só empurrou para dentro o bom cruzamento rasteiro de Kostic.

Do outro lado, a Viola chuveirou a bola na área exatas 50 vezes e Vincenzo Italiano até colocou Mina nos últimos minutos, para tentar uma última cartada no desespero. Não deu: seis partidas seguidas sem sofrer gols para o lado de Max Allegri – e seu quarto 1 a 0 no período. Com o resultado, a Juve segue na vice-liderança, com dois pontos a menos do que a Inter, ao passo que a Fiorentina chegou à terceira derrota seguida e despencou para o sétimo posto.

Atalanta 1-2 Inter

Gols e assistências: Scamacca (Lookman); Çalhanoglu (pênalti) e Martínez (Mkhitaryan) Tops: Çalhanoglu e Martínez (Inter) Flops: Rafael Toloi e Kolasinac (Atalanta)

No jogão da rodada, a mandante invicta caiu para a visitante 100%. Perdendo Pavard ainda no primeiro tempo, devido a uma lesão no joelho que o afastará dos campos por dois meses, a Inter de Simone Inzaghi sofreu seu primeiro gol longe do San Siro no campeonato e, mesmo assim, conseguiu uma vitória dificílima para cima da forte Atalanta de Gian Piero Gasperini.

O autor do primeiro gol foi Çalhanoglu, na sua especialidade: a cobrança de pênalti. O turco deixou Darmian de cara com Musso e teve a chance de converter o terceiro turco nos últimos quatro jogos. Na Serie A, já marcou 10 vezes a partir da marca da cal e nunca errou uma cobrança – na atual temporada, já garantiu quatro. O segundo da Beneamata saiu dois pés de Lautaro e foi bem bonito: trazendo da esquerda para a direita, o artilheiro do torneio colocou no ladinho da rede do arqueiro, sem chances de defesa.

Com o triunfo encaminhado, a Inter levou um pequeno susto quando a dupla formada por Lookman e Scamacca funcionou. O nigeriano roubou de Dimarco e rolou para o camisa 90 encher o pé e vencer Sommer. Mas ficou nisso. A Beneamata soube se defender, quase fez o terceiro, com Dumfries e, nos últimos minutos, Rafael Toloi chegou a entrar na partida – e também foi capaz de ser expulso após dois cartões amarelos.

Atuando como dono do meio-campo e impecável a partir da marca do pênalti, Çalhanoglu liderou a Inter no triunfo sobre a Atalanta (Getty)

Milan 0-1 Udinese

Gol: Pereyra (pênalti) Tops: Ebosele e Silvestri (Udinese) Flops: Jovic e Musah (Milan)

Desde 2012 que o Milan não perdia duas vezes seguidas em casa por 1 a 0. A fase tenebrosa da equipe de Stefano Pioli, que não vence há quatro partidas, e está no bico do corvo em seu grupo da Champions League, foi intensificada com uma exibição lastimável e pouco criativa. Apesar disso, quase o Diavolo conseguiu o empate nos últimos minutos.

O único gol da partida saiu dos pés de Pereyra. O argentino, que deixou a Udinese no início da janela de transferências, mas acabou retornando ao Friuli, converteu o pênalti sofrido por Ebosele e deu o primeiro triunfo dos bianconeri nesta Serie A – além disso, se redimiu de ótima chance perdida na casa dos 9 minutos. Nos últimos segundos, o goleiro Silvestri ainda fez duas ótimas defesas para garantir o resultado e tirar a equipe de Gabriele Cioffi da zona de descenso.

Salernitana 0-2 Napoli

Gols e assistências: Raspadori (Lobotka) e Elmas (Olivera) Tops: Raspadori e Politano (Napoli) Flops: Tchaouna e Legowski (Salernitana)

No clássico da Campânia, o Napoli contou mais uma vez com um inspirado Raspadori e bateu a Salernitana para voltar à zona de classificação para a Champions League. Do outro lado, os granata chegaram à incrível marca de 12 partidas sem vitórias na Serie A, o que resulta no maior período de jejum da história da agremiação. A permanência vai se tornando uma missão complicadíssima, por mais que lembre o início da temporada 2021-22, na qual a equipe de Salerno conseguiu escapar, mas com muita emoção.

Raspadori abriu o placar logo com 12 minutos. Recebendo de Lobotka dentro da área, fuzilou Ochoa e balançou as redes pelo terceiro jogo consecutivo. A jogada, no entanto, foi alvo de reclamação da Salernitana, já que Olivera estava impedido na origem e nada foi marcado – como os grenás retomaram a bola e a perderam na sequência, o VAR não pode intervir.

O Napoli martelou muito ao longo da partida, tendo Raspadori muito ativo. Ochoa precisou trabalhar para evitar que o bombardeio azzurro resultasse em mais gols. A trave também impediu que Politano comemorasse. Já na casa dos 82, não teve jeito. Após bola roubada no meio-campo, Elmas conseguiu furar a defesa dos donos da casa pela segunda vez, em bela chapada no cantinho, com o arqueiro mexicano ainda triscando na pelota antes de ela entrar. Apesar do merecido triunfo, o atual campeão italiano ainda está na quarta posição, sete pontos atrás da Inter.

Estéril ofensivamente, o Milan chegou a sua segunda derrota seguida em casa – e para a Udinese, que ainda não havia vencido na Serie A (AFP/Getty)

Roma 2-1 Lecce

Gols e assistências: Azmoun (Zalewski) e Lukaku (Dybala); Almqvist (Banda) Tops: Lukaku e Dybala (Roma) Flops: Krstovic e Dorgu (Lecce)

Há muito tempo não se via um desenho tão claro de uma “romada” quanto no Olímpico, neste último final de semana. Tudo caminhava para mais uma derrota decepcionante da equipe da capital quando, nos minutos derradeiros, uma reviravolta digna de “o impossível aconteceu” veio à tona. Fica então a tristeza para o Lecce de Roberto D’Aversa, que fez ótimo jogo, mas chegou à sua sétima partida sem vitórias – incluindo a eliminação da Coppa Italia para o Parma. A Roma, por sua vez, subiu para a sétima posição.

O roteiro da presepada dos romanos começou logo nos primeiros minutos. Lukaku, que nunca havia perdido um pênalti na Serie A, desperdiçou a cobrança, defendida por Falcone. A equipe de José Mourinho foi melhor no primeiro tempo, porém, depois do intervalo, os visitantes vieram com sede de cometer o crime e conseguiram: Banda fez ótima jogada pela esquerda e Almqvist bateu bem, de esquerda, para abrir o placar.

A vitória do Lecce estava praticamente decidida até os acréscimos, quando todo o esforço dos apulianos foi por água abaixo simplesmente do nada. Primeiro, Azmoun, o “Ibrahimovic iraniano”, recebeu ótimo cruzamento de Zalewski e acertou um míssil de cabeça, marcando seu primeiro gol com a camisa giallorossa – e também seu primeiro por clubes desde abril. O segundo foi um tento com assinatura de Lukaku: recebeu de costas para a defesa, girou e tirou do goleiro, batendo no alto. Aí foi tirar a camisa e correr para abraçar a torcida em uma comemoração absolutamente efusiva. Uma vitória de muito coração, às vésperas do Derby della Capitale contra a Lazio, que – inclusive – foi ultrapassada pelos romanistas graças aos resultados do fim de semana.

Bologna 1-0 Lazio

Gol e assistência: Ferguson (Zirkzee) Tops: Calafiori e Zirkzee (Bologna) Flops: Pedro e Marusic (Lazio)

E a campanha extraordinária do Bologna de Thiago Motta continua. Imbatível há 10 jogos, o time rossoblù da atual temporada igualou a marca da equipe comandada Marino Perani, que obteve a mesma sequência entre 1979 e 1980. Em sexto lugar, os felsinei seguem na zona de qualificação para competições europeias, enquanto a Lazio – ultrapassada pelos emilianos devido ao resultado de sexta – estacionou no meio da tabela.

A Lazio até começou melhor no jogo, mas foi neutralizada pelo sistema defensivo do Bologna. No segundo tempo, aliás, pouco ameaçou Skorupski. E foi justamente no início da etapa complementar que a vitória magra dos mandantes foi conquistada – com direito a um recorde histórico. Zirkzee deixou Ferguson na cara do gol e ele não desperdiçou. O único tento da peleja, o décimo de Lewis na Serie A, o coloca como o escocês com mais bolas nas redes na liga, empatado apenas com Law, ambos com 10.

Lukaku se redimiu de pênalti perdido e sacramentou a virada da Roma sobre o Lecce, nos acréscimos (AFP/Getty)

Torino 2-1 Sassuolo

Gols e assistências: Sanabria (Tameze) e Vlasic (Tameze); Thorstvedt (Berardi) Tops: Tameze e Vlasic (Torino) Flops: Racic e Bajrami (Sassuolo)

Com uma pressão avassaladora no começo de cada tempo, o Torino conseguiu voltar a vencer em casa após três jogos sem sucesso e com apenas um gol marcado. Os visitantes amargaram a quinta rodada seguida sem vitória e acenderam o alerta para zona de rebaixamento: são apenas três pontos de distância.

Logo com 5 minutos, o craque da partida, Tameze, encontrou Sanabria em ótima condição dentro da área para completar de esquerda e marcar o seu primeiro gol neste campeonato – antes, em jogada similar, o paraguaio tinha parado em Consigli. Curiosamente, o Torino não balançava as redes na etapa inicial havia 12 jogos.

O Sassuolo chegou no empate com Thorstvedt, que acertou um belíssimo chute de esquerda, deixando Milinkovic-Savic pregado no chão, aos 18 minutos. Na segunda etapa, os homens de Ivan Juric, que – suspenso – acompanhou a partida das tribunas com seu habitual nervosismo, voltaram a pressionar e castigaram os visitantes. Laurienté acertou a trave com forte chute e, na sequência, Racic errou na saída de bola. Tameze roubou a posse e serviu Vlasic, que entrou por conta da lesão de Ricci. O croata não titubeou e marcou o tento da vitória grená.

Frosinone 2-1 Empoli

Gols e assistências: Çuni (Ibrahimovic) e Ibrahimovic (Marchizza); Caputo (Cambiaghi) Tops: Ibrahimovic e Reinier (Frosinone) Flops: Gyasi e Marin (Empoli)

A jovem equipe do Frosinone deu sequência aos bons resultados que vêm conseguindo em casa. Já são cinco jogos sem perder no Benito Stirpe e mais uma vez são os jogadores mais novos que aparecem como destaque do elenco treinado por Eusebio Di Francesco. O Empoli do veterano Aurelio Andreazzoli, de 70 anos recém-completos, segue na penúltima posição.

Algumas bolas na trave impediram que o duelo fosse ainda mais recheado de gols. A primeira ocorreu num petardo de Cancellieri, que explodiu no travessão aos 2 minutos. O Frosinone, por sua vez, teve duas com o capitão Mazzitelli.

Depois de ter um tento anulado no primeiro tempo, Çuni abriu o placar em grande estilo, mandando para as redes, de calcanhar, o cruzamento do alemão Ibrahimovic – que não tem parentesco com o craque sueco. Depois, em ótima trama pelo meio, o próprio Ibra encheu o pé e fez o segundo dos donos da casa, se tornando o primeiro atleta nascido em 2005 a anotar pela Serie A. Caputo diminuiu faltando cinco minutos para o fim da partida e chegou a marcar de novo na sequência, porém, o segundo tento foi anulado.

Muito sólido, o Bologna de Thiago Motta entrou de vez na briga por vagas europeias (Getty)

Verona 1-3 Monza

Gols e assistências: Folorunsho (Ngonge); Colombo (Colpani), Colombo (V. Carboni) e Caldirola (Kyriakopoulos) Tops: Colombo e Kyriakopoulos (Monza) Flops: Magnani e Faraoni (Verona)

O Verona segue despencando na tabela, sem previsão de melhora. Os gialloblù, que entraram na zona de rebaixamento, chegaram a quatro derrotas seguidas, nove jogos sem vencer e apenas três gols marcados em oito partidas. Quem não tem nada a ver com isso é o Monza, que segue fazendo mais uma campanha estável na Serie A e contou com o jovem Colombo inspirado para sair com os três pontos do Marcantonio Bentegodi.

Num primeiro tempo agradável, cada time acertou a trave uma vez. O Monza o fez com Pablo Marí, aos 9, e o Verona respondeu com um balaço de Duda, aos 32. Perto do intervalo, Colombo abriu o placar finalizando mascado, após boa assistência de Colpani.

Em fantástica jogada individual na etapa complementar, o centroavante emprestado pelo Milan desfilou em cima da defesa gialloblù e fez seu segundo no duelo. Caldirola, de cabeça, marcou o terceiro para selar a vitória, já no finalzinho. Folorunsho diminuiu para os mandantes pouco antes do apito final, mas isso não mudou a história do jogo.

Cagliari 2-1 Genoa

Gols e assistências: Viola (Oristanio) e Zappa (Petagna); Gudmundsson Tops: Oristanio e Viola (Cagliari) Flops: Dragusin e Badelj (Genoa)

No duelo entre times rossoblù, o Cagliari deu sequência a sua boa fase e venceu seu terceiro jogo seguido, somando Coppa Italia e Serie A. Como era de esperar, o confronto foi tenso e deixou o Genoa mais perto da zona da degola – agora apenas dois pontos do Verona, 18º colocado.

Em um primeiro tempo pouco movimentado, só o Genoa ameaçou: acertou a trave com Vásquez. Saindo do banco no intervalo, Viola deu a liderança para os sardos com um belíssimo chute de esquerda, no cantinho. Pouco tempo depois, Goldaniga protagonizou uma bizarrice ao tentar afastar uma bola dando uma cabeçada rente ao chão e a sobra ficou com o destaque da equipe de Alberto Gilardino. Na ausência de Retegui – e mesmo quando o ítalo-argentino está disponível – é o islandês Gudmundsson que dá o toque de mágica. Dessa vez, ele aproveitou o erro do zagueiro e bateu muito bem, de voleio.

E mais uma vez o dedo de Claudio Ranieri fez a diferença. Zappa, outro que saiu da reserva, marcou para o Cagliari após sobra de confusão na área e garantiu os três pontos – antes, tivera uma boa chance e não aproveitara. Seis dos últimos sete gols do sardos foram feitos por substitutos, o que dá uma dimensão do quanto o treinador conhece o elenco. No finalzinho, o Genoa partiu para o abafa, mas perdeu ótimas chances e amargou a derrota.

Seleção da rodada

Szczesny (Juventus); Rugani (Juventus), Bremer (Juventus), Calafiori (Bologna); Zappa (Cagliari), Tameze (Torino), Çalhanoglu (Inter), Marchizza (Frosinone); Ibrahimovic (Frosinone), Colombo (Monza), Martínez (Inter). Técnico: Simone Inzaghi (Inter).