Glorioso 1904
·14 novembre 2024
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No Clássico de domingo, 10 de novembro, com o Porto (4-1), ficou evidente que Tomás Araújo oferece solidez defensiva e uma elevada capacidade de sair a jogar com bola, qualidades estas que têm valido a titularidade e a confiança de Bruno Lage. Luís Mateus, editor executivo do jornal A Bola, num artigo de opinião, deixou grandes elogios ao jovem central das águias, depois da sua performance diante dos azuis e brancos.
"Tomás Araújo já merecia um artigo só para si. Há três épocas, viu o habitual escudeiro na equipa B, António Silva, ultrapassá-lo na hierarquia ao cair nas boas graças de Roger Schmidt durante os primeiros particulares e assumir depois inclusive a titularidade devido a um surto de lesões que levou até à contratação urgente de Brooks em setembro e a custo zero, quando ele próprio já se encontrava ao serviço do Gil Vicente, por empréstimo", começou por escrever Luís Mateus.
"Na altura, o alemão terá preferido a dimensão física do mais novo à maior qualidade de passe e velocidade de Araújo. O jovem central assinou excelente temporada em Barcelos, assente nessa capacidade de ter a bola e saber sempre o que fazer com ela, porém o Europeu de sub-21 que se sucedeu não lhe podia ter corrido pior. À má estreia na derrota com a Geórgia somou a expulsão no empate com os Países Baixos, resultados que deixavam a equipa das quinas à beira da eliminação precoce, e não voltou a jogar", referiu o editor-executivo de A Bola.
"O afastamento foi evitado enquanto cumpria suspensão perante a Bélgica, porém nos quartos, com a Inglaterra, Rui Jorge deixou-o os 90 minutos no banco. Portugal cairia, ao perder por 1-0", acrescentou.
"Qualquer outro jogador, menos maduro, teria visto aí uma sentença negativa sobre o seu futuro, mas não Tomás Araújo, que continuou a fazer o seu trabalho e beneficiou da crença de um Benfica que, mesmo mantendo um errático e cada vez mais erróneo Otamendi a usurpar o seu espaço de afirmação, não deixou que desistisse. Deu bons sinais no regresso aos trabalhos, ainda com Schmidt, e que coincidiram com a quebra de António Silva, e beneficiou da aposta definitiva de Lage, que assim conseguiu responder aos problemas transportados dos últimos anos na primeira fase de construção e até na velocidade no controlo da profundidade, quando procura uma linha defensiva mais alta, juntando os setores. Hoje, mais confiante também, Tomás Araújo é o melhor central do Benfica e um dos melhores da Liga", destacou o jornalista.
"A vantagem de com a bola nos pés pensar como médio e sem esta se mostrar um defesa eficaz (e inteligente na forma como pode abordar as antecipações), ainda que com natural margem de evolução, foi evidente no clássico com o FC Porto. Está criado mais um belo defesa português e, pelo menos, já não terá que regatear pelo espaço que merece. A visão de Lage foi fundamental, tal como antes tinha sido a de Schmidt, em António Silva e João Neves, por exemplo. Há que confiar. E responsabilizar", concluiu Luís Mateus.