
Gazeta Esportiva.com
·26 giugno 2025
Vasco registra superávit em 2025 mesmo após dívida subir R$ 350 milhões com SAF

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·26 giugno 2025
Em meio a um cenário ainda delicado, o Vasco da Gama começou 2025 com sinais de recuperação financeira. Mesmo acumulando um aumento de R$ 350 milhões em dívidas desde a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em 2022, o clube apresentou superávit nos primeiros quatro meses do ano, reflexo direto de um novo modelo de gestão adotado após o rompimento com a 777 Partners.
Os dados constam no segundo Relatório Mensal de Atividades, protocolado pelas consultorias Wald Administração Judicial e K2. O documento detalha a situação financeira do clube associativo e da SAF e foi entregue à Justiça como parte do processo de recuperação judicial iniciado em fevereiro.
Segundo o levantamento, o clube associativo encerrou o primeiro quadrimestre com um superávit de R$ 786 mil e saldo em caixa de R$ 1,4 milhão. As receitas, que ultrapassaram R$ 6,6 milhões, vieram de patrocínios, bilheteria, royalties, programas sociais e repasses da SAF. As despesas, por sua vez, giraram em torno de R$ 5,9 milhões, com destaque para custos administrativos e operacionais.
“Estamos reconstruindo o clube com responsabilidade. Adotamos medidas estruturais, criamos novas formas de arrecadação e reduzimos desperdícios. É um processo de longo prazo, mas já conseguimos apresentar caixa positivo e mostrar que é possível virar essa página”, afirmou Pedrinho, em entrevista ao Poder360.
Já a Vasco SAF, embora ainda não tenha apresentado demonstrações financeiras auditadas de 2024, também registrou números positivos. O caixa da empresa somava R$ 29,9 milhões ao fim de abril, mesmo após um início de ano com investimentos significativos. Apenas nos quatro primeiros meses, o setor de futebol arrecadou cerca de R$ 124 milhões — montante impulsionado por receitas com direitos de transmissão, negociações de atletas, patrocínios e bilheteria.
(Imagem: Reprodução)
O mês de fevereiro foi o mais lucrativo, com R$ 52,8 milhões arrecadados, sendo R$ 31 milhões vindos dos direitos de TV e R$ 15,3 milhões oriundos da venda de jogadores. Também chamou atenção a estreia de arrecadação robusta com o programa de sócio-torcedor em abril, gerando mais de R$ 1,6 milhão.
Apesar da entrada de receitas expressivas, o relatório destaca o aumento das saídas de caixa operacionais ao longo do quadrimestre, com gastos que saltaram de R$ 27 milhões em janeiro para mais de R$ 33 milhões em abril — puxados, sobretudo, pelos custos com o elenco profissional e despesas administrativas. Esses dois elementos responderam por mais de 85% das despesas do período.
Além disso, o clube investiu R$ 27,7 milhões em reforço esportivo e estruturação técnica, o que impactou diretamente na liquidez de curto prazo. O caixa, que era de R$ 58 milhões em fevereiro, sofreu queda, mas se manteve com fôlego operacional ao final de abril.
O relatório também reforça que a crise que levou à recuperação judicial foi consequência direta da gestão da 777 Partners, que detinha a maior parte da SAF vascaína. A empresa americana, segundo o clube, não cumpriu compromissos financeiros e contribuiu para o agravamento das dívidas, mesmo após os aportes iniciais feitos entre 2022 e 2023.