MundoBola Flamengo
·23 luglio 2025
Um clube com estrutura de gigante europeu, gerido como boteco de cidade pequena

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·23 luglio 2025
Não é preciso voltar muito no tempo pra lembrar que o Flamengo já viveu épocas de vacas não apenas magras, mas praticamente anoréxicas. Já fomos um clube que transportava jogador lesionado em carrinho de mão, cujo telefone da sede não podia fazer, mas só receber chamadas, onde atletas alegavam fingir jogar porque o clube só fingia que pagava. Quem viveu se lembra e com certeza não quer viver de novo.
E aí, após anos caminhando pelo vale da indigência, o clube rubro-negro finalmente se organizou, pagou dívidas, fez uso do seu potencial de mercado e passou a ter uma estrutura que faz jus ao seu tamanho. Temos um centro de treinamento elogiado por times da Europa, jogadores com nível de seleção e um clube que, financeiramente, briga pra ser o maior do continente e se coloca entre os maiores do mundo.
Mas infelizmente, se a infraestrutura do Flamengo de 2025 está anos luz à frente daquela que víamos nos anos 90 ou 2000, a mentalidade dos nossos dirigentes não parece ter evoluído na mesma proporção, como ficou claro em dois episódios bizarros porém bastante emblemáticos acontecidos neste mês.
Primeiro o diretor de futebol José Boto colocando o atacante Pedro como negociável numa conversa de Whatsapp com jornalistas e depois o chefe do departamento médico José Luiz Runco declarando, também numa conversa de Whatsapp, que De La Cruz não teria mais condições de jogar futebol.
Antes de qualquer coisa é preciso destacar a falta de respeito visível nas duas situações. Se na de Pedro você ainda pode argumentar que é normal um dirigente colocar preço e tentar negociar seus jogadores, na do meia uruguaio não existe argumento que justifique um médico expor a condição clínica de um paciente dessa maneira, sendo provavelmente até uma violação da ética da profissão.
E como se não bastasse serem posições antiéticas com as pessoas Pedro e Nico De La Cruz, é incrível como também são atitudes burras em termos de gestão. Se seu principal atacante está desmotivado, é dando ele como negociável que você vai motivar ou valorizar o jogador? Se De La Cruz tem mesmo uma lesão incurável, o que o Flamengo, que então tentaria negociar o jogador, ganha divulgando essa informação?
Porque não adianta o Flamengo ter a marca mais valiosa, o CT mais moderno, os jogadores mais caros, se a gestão for feita por vários tiozões do zap que não conseguem conter suas próprias bocas de sacola e estão o tempo todo gerando crises desnecessárias para o próprio clube. Nos prometeram profissionalismo, seriedade, gestão europeia, mas o que estamos ganhando até agora é uma espécie de "Fofocalizando Rubro-Negro", onde em breve a transferência de Carrascal vai ser cancelada pra que Léo Dias, Sônia Abrão e Fabiola Reipert tenham mais espaço no elenco.
Silencioso no meio disso tudo? Apenas ele, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, nosso presidente, que aparentemente não tem Whatsapp, já que não se pronunciou diante de nenhuma dessas situações. Mas talvez seja a hora dele, no grupo da diretoria ou não, botar ordem nessa casa.