AVANTE MEU TRICOLOR
·21 agosto 2025
TRAÍDO, OFENDIDO E QUASE DESCARTADO COMO OPÇÃO DE CASARES À SUCESSÃO, BELMONTE DEVE DEIXAR FUTEBOL DO SÃO PAULO

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·21 agosto 2025
Diretoria do Tricolor deixou de falar a mesma língua nos últimos tempos (Instagram)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Quase uma semana depois de uma mensagem ser enviada por engano por um funcionário do São Paulo onde supostamente o diretor de futebol do clube, Carlos Belmonte, foi ofendido e seria alvo de uma suposta 'fake news' plantada (o profissional alegou se tratar de uma brincadeira), a crise nos bastidores políticos do Tricolor parecem ter estourado de vez. E pode acarretar na saída do dirigente.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, 'forçado' a aceitar as desculpas por parte do funcionário, Belmonte percebeu que é praticamente carta fora do baralho de Julio Casares para a indicação à sua sucessão na presidência do clube do Morumbi, nas eleições que ocorrerão no final de 2026.
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Mais que isso, o grupo político do qual Belmonte faz parte não engoliu as desculpas. Mais que isso, observaram uma clara tentativa vinda por parte de aliados de Casares de 'fritar' seu diretor de futebol.
Com tudo isso, Belmonte deve deixar a diretoria de futebol. O 'UOL' fala no final do ano, mas o AMT apurou que a saída deve acontecer nas próximas semanas já. Uma tentativa de Casares em apresentar ao público um de seus favoritos para se sentar na sua cadeira no próximo mandato: Márcio Carlomagno, atual CEO do clube e que nos últimos tem se tornado um braço-direito do presidente, montando uma espécie de 'chapa puro-sangue' ao lado do presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres Abreu, e da diretoria social Mara Casares, sua ex-mulher.
Empossado diretor de futebol por ser o principal articulador da eleição de Casares em 2021, Belmonte sempre conviveu com críticas externas e acusações de estar ilegalmente no cargo, já que isso desrespeitaria o estatuto do clube. Na ocasião, o dirigente surfava um grande sucesso dentro do Morumbi. Impulsionado pelas vitórias do time de basquete que ajudou a ressuscitar, se tornou líder de um dos maiores grupos políticos são-paulinos.
Para Casares, sua presença no departamento mais importante do São Paulo era questão essencial para ter amplo apoio no Conselho Deliberativo e desmobilizar de vez a oposição.
Os primeiros rachas vieram em 2022. Aliados de Belmonte foram contrários à mudança no estatuto que permitiu Casares se reeleger. O motivo, óbvio, era o de ser o diretor de futebol como presidente. E o seu grupo, então uma espécie de 'centrão são-paulino', sofreu baixas importantes. Douglas Schwartzman, atual diretor da base e figura crucial na política são-paulina, e seus aliados foram os primeiros. Cardeais, como o ex-presidente Fernando Casal del Rey, ainda formaram uma base aliada importante e evitaram uma crise maior.
Superada o primeiro entreveiro, o já mais enfraquecido grupo político de Belmonte entrou em rota de colisão com Casares desde o início dessa segunda gestão. Seja por perderem postos importantes (o presidente bancou a manutenção de Olten Ayres como mandatário do Conselho, algo que eles queriam), seja pela crise financeira que o São Paulo se meteu.
Sem diminuir sua dívida, pelo contrário, aumentando-a em quase R$ 1 bilhão, Casares acertou o fundo de investimento da Galápagos e implantou um teto de gastos que desagradou Belmonte no futebol. O final do ano passado foi marcado por troca de informações. De um lado, jornalistas que possuem o Morumbi como fonte correram para propagar que Belmonte estava com os dias contados. Do outro, da Barra Funda vieram as informações de que Casares tinha o sonho de transformar o São Paulo em SAF onde ele seria o CEO.
De certa forma, escancarou-se à torcida o clima de suposta harmonia total entre clube e futebol e desde então atitudes demonstraram as coisas de forma mais que clara, quase sempre com Belmonte sofrendo pancadas.
Em meio às notícias sobre a situação financeira, o futebol foi responsabilizado pelo estouro de R$ 43 milhões acima do previsto no primeiro semestre de 2025. Já o setor comandado pelo futebol, localizado na Barra Funda, considera o orçamento irreal e aponta a ausência de investimentos para montar o elenco.
De um lado, Barra Funda correu para vender joias e deixar claro que a ordem é apertar o cinto. Do outro, Casares tomou à frente de algumas decisões do futebol e chegou a fazer anúncios de contratações e renovações antes do próprio clube.
O episódio da mensagem errônea mandada pelo diretor de comunicação do clube, José Eduardo Martins, é considerada 'a cereja do bolo'. Casares foi direto internamente ao dizer que não demitiria o profissional, como queriam apoiadores de Belmonte, que ressentido, acatou a 'ordem' de ficar quieto sobre o ocorrido, engolindo seco o ocorrido, até como forma de blindar o elenco antes da decisão na Copa Libertadores. Terminado o jogo, contudo, a bola de neve interna não para de crescer. E talvez só mudanças possam evitar que ela desmorone de vez a gestão Casares em sua reta final.
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