TAPIA SERÁ SEXTO CHILENO NA HISTÓRIA DO SÃO PAULO: LISTA TEM BANIDO PELA FIFA, GENRO DE LUXA E CELEBRIDADE DE TV; RELEMBRE | OneFootball

Ponta será anunciado em breve como novo reforço do Tricolor (Divulgação/River Plate)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Gonzalo Tapia será jogador do São Paulo. O clube do Morumbi acertou com o River Plate, da Argentina, o empréstimo do ponta de 23 anos, que deve ser oficializado em breve como novo jogador tricolor.

O chileno será o sexto de seu país a vestir as cores são-paulinas (existem outros dois jogadores contratados, mas que nunca atuaram pelo clube). Entre famosos e anônimos aqui, mas que são celebridades por lá, o AVANTE MEU TRICOLOR relembra para você todos os outros nativos da terra dos Andes que já desembarcaram no Morumbi. Confira:

QUANDO CHEGOU: 1987

40 JOGOS/37 GOLS SOFRIDOS

TÍTULOS: CAMPEONATOS PAULISTA DE 1987 E 1989

Nome mais conhecido da lista, sem dúvida, muito mais pelo fora de campo. Rojas chega ao São Paulo em 1987, contratado após se destacar nas partidas contra o Tricolor pela Libertadores daquele ano. O negócio veio da cabeça de Juvenal Juvêncio, diretor de futebol na ocasião, que estava insatisfeito com Gilmar (o Rinaldi) e queria uma sombra ao seu titular. Ficou até 1989, quando aconteceu o fato que mudou sua vida: em 3 de setembro cortou o próprio rosto e alegou ter sido atingido por um rojão em duelo contra o Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990. O São Paulo prometeu ajudar seu goleiro, mas ele acabou banido do futebol pela Fifa. Continuou, contudo, recebendo integralmente os salários previstos no contrato, que ia até 1991. Em 2000, ganhou o perdão e pôde voltar a trabalhar no futebol. Já funcionário do Tricolor, trabalhando no clube social, virou o preparador de goleiros do profissional. Ficou até 2003, quando substituiu Oswaldo de Oliveira no comando da equipe. E o Rojas técnico não decepcionou, classificando o São Paulo para a Libertadores do ano seguinte, marcando o retorno tricolor à competição após dez anos. Demitido no ano seguinte para a chegada de Cuca, rodou por várias equipes do país, seja como técnico ou preparador de goleiros e hoje está aposentado por conta dos problemas de saúde. Já disse publicamente que se sente amargurado pela forma como é tratado nos dias atuais pelo Tricolor. Apesar de estar na galeria de ídolos do museu são-paulino, não é costumeiramente chamado para eventos de ex-jogadores.

VOLANTE

QUANDO CHEGOU: 2000

99 JOGOS/2 GOLS MARCADOS

TÍTULOS: CAMPEONATO PAULISTA DE 2000, TORNEIO RIO-SÃO PAULO DE 2001 E SUPERCAMPEONATO PAULISTA DE 2002

Chegou ao Tricolor também vindo do Colo-Colo, por indicação do famoso empresário uruguaio Juan Figer. Não demorou a se destacar e virar titular absoluto, ganhando a simpatia da torcida, por conta da raça e qualidade técnica que o fizeram um dos melhores defensores do futebol brasileiro e integrante constante da seleção chilena. Tanto que parte da torcida reclamou quando foi negociado com o Cruzeiro em 2003. Importante lembrar que o chileno era noivo na ocasião de uma das filhas de Vanderlei Luxemburgo, então técnico dos mineiros, o que, digamos, facilitou a transação. A idolatria ficou levemente abalada em 2013, quando o jogador se recuperou de contusão no rival Corinthians (com quem assinaria contrato depois), insinuando que o Tricolor não abriu as portas do Reffis. Depois voltou atrás, mas já era tarde demais. Atua hoje como técnico, após longo período sendo auxiliar em vários clubes do país.

3 - JOSÉ LUIS SIERRA

MEIA-ATACANTE

QUANDO CHEGOU: 1994

43 JOGOS/3 GOLS MARCADOS

Um dos casos mais emblemáticos dessa lista. Mais uma vez chamou a atenção do São Paulo após duelo com o clube na semifinal da Libertadores de 1994, quando defendia o Unión Española. O furor da contratação milionária (para os padrões da época) foi grande e Sierra foi apresentado à torcida chegando de helicóptero no Morumbi. Mas a era Telê Santana estava acabando, o Tricolor já não era o mesmo de antes e Sierra teve problemas de adaptação, seja dentro de campo, não se entendendo taticamente como jogar e na própria vida cotidiana na capital paulista. Mesmo assim chegou a decidir um clássico contra o Corinthians. Não teve jeito. No ano seguinte foi negociado como deu para o Colo-Colo (que ainda repassou outro nome que citaremos nessa lista como parte do pagamento), gerado prejuízo aos cofres tricolores, mas retomando as glórias na carreira, agora em um dos clubes mais populares do Chile. Hoje é técnico em seu país

LATERAL-ESQUERDO

QUANDO CHEGOU: 2016

46 JOGOS

Chegou ao São Paulo vindo de empréstimo do Cruzeiro. Diferente dos nomes citados até aqui, não foi uma contratação de muita empolgação. O jogador desembarcara no Brasil três anos antes, para jogar no Santos. Do rival partiu para o time mineiro, onde assinara um contrato longo e não tinha muito espaço (por isso houve o repasse). Era a esperança de solucionar um problema do elenco, que tinha só o argentino Buffarini como opção no plantel para a temporada. Ganhou a posição, mas em um ano de mais baixos do que altos, isso não significou lá grande coisa. Ainda atua e atualmente está no Universidad Católica.

LATERAL-DIREITO

QUANDO CHEGOU: 1996

12 JOGOS

Dono de uma vistosa cabeleira até os dias atuais, aqui é um completo desconhecido, mas no Chile é uma verdadeira celebridade. Apontado como um dos heróis do Colo-Colo pela conquista da Libertadores de 1991, ficou sete temporadas no clube cacique até que no final de 1996 se envolveu em uma polêmica das grandes: descobriu-se que mantinha relações com a filha do presidente (que era casada). A solução para a crise interna foi emprestá-lo ao São Paulo como parte do pagamento por Sierra. No Brasil, o bad boy símbolo sexual, que fazia as mulheres chilenas suspirarem, se acanhou. Não se adaptou, não ganhou a posição de Zé Carlos e ainda foi preterido por Belletti, improvisado na sua posição (na época ainda era meia-atacante e então teve a primeira experiência na posição pela qual se consagrou). Pelo menos ter o São Paulo no currículo lhe ajudou em uma transferência para o futebol mexicano, onde de novo viveu as glórias de ser ídolo, dessa vez do Tigres. O pós-carreira foi igualmente estrelado: participou de diversos reality shows, ganhando em 2009 uma versão deles de 'A Dança dos Famosos'. Nisso, explodiu, virou apresentador e chegou até a atuar em novelas locais. Desde 2016 tenta surfar na onda buscando a carreira política, concorrendo (e perdendo) as eleições para ser vereador em três cidades diferentes.