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·29 novembre 2024

Presidente do Corinthians critica adiamento de votação sobre impeachment e se defende

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  1. Por Jailson Menezes e Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

A votação sobre o impeachment do presidente Augusto Melo, que estava prevista para esta quinta-feira, 28, foi adiada para o dia 2 de dezembro por recomendação da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo, e o mandatário do Timão não hesitou em criticar a decisão.

Gostaria que fosse hoje. Tivemos todos os preparativos para que pudesse ser hoje. É até prejuízo para o clube social, porque havia festa, aluguel do salão nobre e jogo de basquete do NBB. Enfim, ontem recebi o comando da polícia e, de repente, fomos pegos de surpresa com o adiamento. Infelizmente, já que armaram tudo isso, por que não fazem logo?“, reclamou Augusto Melo em entrevista à TNT Sports.


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Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

O pedido de destituição do presidente, assinado por 85 conselheiros, foi protocolado no Conselho Deliberativo do clube em agosto e anexado ao processo disciplinar contra Augusto Melo e outros dirigentes, instaurado na Comissão de Ética e Disciplina após uma investigação interna sobre o contrato de patrocínio com a VaideBet, por recomendação da Comissão de Justiça. O mandatário apresentou sua defesa ao comitê disciplinar em setembro.

Paralelamente ao processo de impeachment, o Conselho de Orientação do Corinthians (Cori) recomendou, na última segunda-feira, 25, a abertura de um novo processo contra a gestão na Comissão de Ética, devido ao atraso na prestação de contas do terceiro trimestre (julho, agosto e setembro). Em resposta, o presidente do Corinthians protestou contra a decisão do órgão, afirmando que os documentos estavam disponíveis para análise dos membros do Cori.

Não existe gestão temerária. Temos trocas de e-mails. Aliás, o órgão responsável é o Conselho Fiscal, que transfere tudo ao Cori. O Cori não tem poder de julgar, tem poder de orientar. Temos documentos do nosso Jurídico e do nosso Financeiro. Vamos apresentar porque foi feita uma reunião fechada em que havia 13 integrantes e, simplesmente, o presidente da comissão explanou o que achava dentro do Cori, e as pessoas que estavam lá acreditaram“, justificou o presidente.

Existem documentos, trocas de e-mails do Jurídico. Documentos abertos ao presidente (do Cori) para que ele pudesse abrir, tirar suas dúvidas, e aí esse presidente disse: ‘Calma, vamos ter uma reunião segunda-feira’. E nessa reunião já foi decidido o que acharam que deveria ser feito.”

Temos documentos de tudo. Vamos pedir uma reunião ao Cori e entender por que isso aconteceu. Pedi o relatório desde segunda-feira e foi entregue ontem (quarta-feira) à noite, porque disseram que estavam fazendo algumas correções. Recebemos o relatório ontem à noite e já está com nosso Jurídico, Financeiro e Conselho Fiscal. Já estão levantando e disponibilizando todos os documentos necessários, que dizem que não foram apresentados. Saiu da reunião do Cori e já estava na imprensa. Eu não fui notificado. Eu e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., deveríamos ter sido os primeiros notificados“, concluiu Augusto Melo.

A votação do impeachment no Conselho Deliberativo será realizada em duas chamadas, às 18h e 19h (horário de Brasília), no Parque São Jorge. Para que Augusto Melo seja afastado do cargo, é necessário que a maioria dos presentes vote a favor da decisão. Se o afastamento for aprovado, Osmar Stabile, primeiro vice-presidente, assumiria interinamente, até que os sócios do clube social referendem a decisão do Conselho em Assembleia Geral.

Caso VaideBet:

O principal motivo pelo qual o processo de impeachment de Augusto Melo foi movido é o caso envolvendo uma empresa laranja no contrato de patrocínio do clube com a VaideBet, que foi rompido unilateralmente pela casa de apostas em junho. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil, mas, até o momento, não há indiciamento de dirigentes do clube.

A diretoria do Timão também determinou uma investigação interna sobre o caso, mas cancelou a apuração antes de um resultado definitivo. O clube havia contratado a consultoria EY para conduzir a investigação, mas rescindiu o contrato. Augusto Melo afirmou que a decisão de cancelar a investigação foi tomada pelo diretor jurídico da época, Leonardo Pantaleão.

Isso foi decisão do diretor jurídico junto com outras pessoas. Quando assumiram, como existe um processo policial — que deveria ter sido feito no Corinthians — se tivesse sido feito aqui, não teria desgastado a imagem do clube. Volto a repetir, deveria ter sido feito aqui primeiro, mas preferiram a imprensa e a polícia. A polícia já quebrou o sigilo de muita gente e está investigando isso. Então, eles mesmos, o diretor jurídico e pessoas acima disseram: ‘presidente, essa empresa não tem o conhecimento para isso’. Estou falando o que me passaram“, explicou Augusto Melo.

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