Jogada10
·13 settembre 2024
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Com assinatura de Bruno Henrique, De Arrascaeta marcou o gol que levou o Flamengo à 17ª semifinal de Copa do Brasil de sua história – recordista no país. Léo Ortiz, porém, também deveria receber crédito pelo feito, visto que agiu como uma espécie de autor intelectual da jogada. Contratado como zagueiro, o volante precisou voltar às origens, nos tempos de base, para se reinventar em outra função no Rubro-Negro.
Se adaptar – ou readaptar – à função não tem sido uma missão tão simples para Léo Ortiz, que já revelou sua preferência pela zaga. O jogador, no entanto, se colocou à disposição para atuar na ‘volância’ diante das carências no elenco e tem, inclusive, buscado se especializar mais no setor.
“Surgiu essa oportunidade principalmente na Copa América. Acredito que venho aprimorando e crescendo ainda em relação a isso. Acho que a cada jogo, cada treino, cada momento que tenho de refletir sobre o que eu fiz dentro do jogo. O que eu acertei e o que eu errei para adaptar e crescer o meu jogo. Apesar de eu ter feito essa função na base, ainda estou me reinventando e voltando a alguns comportamentos que eu tinha lá”, e concluiu:
“A gente conversa sempre, não só com Tite, mas com todos auxiliares e analistas. Pego vídeo para analisar, estudar. Hoje tenho maturidade muito boa para eu mesmo pegar os vídeos e analisar, crescer com isso”.
A readaptação à “volância” ocorre paralelamente à adaptação ao estilo de jogo do Flamengo. E o entrosamento, que evolui a cada treino ou partida, pode ser considerada uma peça-chave em todo esse processo. Ter domínio não só da sua função, mas das principais características de seus companheiros pode facilitar o próprio desempenho em campo – e Ortiz sabe disso.
Na origem da jogada do gol, por exemplo, Ortiz revelou que buscava inicialmente por uma especialidade de Arrascaeta: um passe entre linhas. A tentativa deu errado quando rebateu no adversário, e o volante, então, acionou a velocidade de Bruno Henrique.
“Na verdade, eu vim procurando o Arrasca durante todo o jogo, em todo momento ali entre linhas. Eu sei que ele gosta de jogar muito naquela função ali, a gente sabe o quanto ele complica os adversários naquela posição de campo. Eu tentei buscar, logo ela rebateu, e a gente sabe que agora a gente está com um outro homem de frente ali, com uma outra característica”, e continuou:
“O Pedro já é um jogador mais de retenção, de segurar a bola, e o Bruno a gente sabe que é um cara que busca atacar sempre o espaço. Logo que ela rebateu, eu já dei o passe para frente, buscando a profundidade. Lógico que tem que valorizar também o movimento do Bruno, que vinha buscando isso no jogo inteiro. Às vezes não dá para pensar muito, mas é mais buscar na ideia sobre o que o atacante gosta de fazer”.
Ortiz inicia jogada para assistência de Bruno Henrique e gol de Arrascaeta em vitória sobre o Bahia – Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
A nova função na verdade é uma velha conhecida de Léo Ortiz. Aliás, no que se refere a Flamengo, sequer pode ser tratada como inédita ou improviso. Isso porque o jogador atuou mais vezes como volante do que como zagueiro desde que chegou ao clube, no início do ano.
O próprio Léo Ortiz discorda do termo ‘improviso’ quando descreve seu papel no grupo. O defensor se tornou preterido mesmo em oportunidades após a Copa América, quando, de fato, precisou suprir carências no setor.
“Não dá para chamar muito de improviso, venho fazendo essa função muitas vezes. Não tenho certeza dos dados, mas acredito que eu tenha mais jogado como volante do que como zagueiro desde quando cheguei. Acho que já estou me acostumando com a função. Lógico que mantenho minha função de origem, que é zagueiro, mas hoje estou mais adaptado ali, achando mais espaços e conseguindo desenvolver o meu jogo da forma que eu gosto e da forma que o time precisa também”, disse na zona mista do Maracanã.