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·21 marzo 2025

Onde estão os milhões de Pinto da Costa?

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Jorge Nuno Pinto da Costa faleceu a 15 de fevereiro e, no seu último livro, Azul até ao Fim, publicado em outubro de 2024, deixou conselhos aos seus filhos. Segundo o médico e amigo Fernando Póvoas, que falou à revista SÁBADO, o falecido afirmou que a sua família “não precisa de procurar dinheiro em contas no estrangeiro, pois o que tem está no banco. E não é o que as pessoas pensam que ele possui”.

Apesar das suas advertências, a partilha dos bens do icónico presidente do FC Porto, que liderou o clube de 1982 a 2024, está a gerar controvérsia e promete ser um tema de discussão intenso.


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O Correio da Manhã noticiou que Pinto da Costa “deserdou” o seu filho, Alexandre, num testamento elaborado dois meses antes da sua morte. O ex-presidente terá redigido um novo testamento a 9 de dezembro de 2024, três dias após receber alta do hospital da CUF do Porto, onde foi tratado de uma fratura no fémur, o que anulou o testamento anterior.

O advogado Pedro Proença, em contacto com a SÁBADO, afirmou que a situação é complexa, uma vez que Pinto da Costa “dissipou parte do seu património antes de falecer”, vendendo ações antes de falecer, de modo a que “esses bens não fizessem parte da herança”. Essa decisão não o exclui dos filhos, mas “impede que esses bens cheguem a eles”.

O advogado esclareceu que “não é possível deserdar um filho” a menos que este “seja condenado por um crime grave”, o que não se aplica ao caso. O que Pinto da Costa efetivamente fez foi “limitar a herança do filho ao mínimo legal”, que corresponde a 25% dos bens aos herdeiros legítimos.

Que bens deixou Pinto da Costa?

De acordo com o Correio da Manhã, ele deixou um apartamento de tipologia T1 e algumas obras de arte. O total da sua parte da herança, que corresponde a um terço, foi atribuído à sua companheira e à filha, Joana. O neto Nuno recebeu ainda o direito de uso do seu nome.

Não se sabe ainda se existem contas bancárias não reveladas, nem os montantes que possam estar envolvidos. O levantamento da habilitação de herdeiros será feito por quem for designado como cabeça de casal, que deverá ser Cláudia Campo, a sua última companheira.

Uma fonte citada pela Flash afirmou que, “oficialmente, não há nada, zero, apenas uma casa que não vale muito”. A mesma fonte insinuou um mistério em torno do dinheiro acumulado, considerando que, apenas na última década, Pinto da Costa teria recebido entre 800 mil a 1 milhão de euros anuais por sua posição na SAD do FC Porto: “Nunca o vimos a ter um estilo de vida luxuoso, nem em viagens. Se não investiu em bens imobiliários, é legítimo questionar onde está o dinheiro”. A fonte finaliza: “Por agora, é importante ser cauteloso na análise do testamento. Não devemos acreditar que, de repente, Pinto da Costa era apenas um pobrezinho com um T1″.

Quanto à exclusão de Alexandre Pinto da Costa do testamento, era uma possibilidade esperada, uma vez que o ex-presidente teve desavenças com o filho e os dois estiveram afastados por muitos anos. O seu livro Azul até ao Fim revela em várias partes que a relação entre eles era tensa, embora Pinto da Costa não forneça muitos detalhes. A 19 de dezembro de 2022, ao comentar a entrega dos Dragões de Ouro, afirmou: “O aspeto negativo foi a ausência do meu filho Alexandre, que não compareceu à Gala por estar presente pessoas que ele não aprecia!!! Incompreensível, mas foi assim!”.

Um ano depois, no Natal de 2023, escreveu: “Por desavenças com o meu filho Alexandre, não passámos o Natal com os restantes familiares, nem nos encontramos! TRISTE! Quando, no dia de Natal, fui almoçar à minha filha Joana, o seu irmão Alexandre também não estava! A ausência de ambos e a falta da companhia dos que estiveram comigo à mesa deixaram-me triste”.

Entretanto, há informações que sugerem que os dois possam ter reconciliado nos últimos dias da vida de Pinto da Costa, com o filho a visitá-lo durante a sua hospitalização. A revista TV Guia sugere que a decisão de “deserdar” o filho pode ter sido uma das últimas jogadas do notável presidente do FC Porto.

Uma fonte que falou com a revista disse: “O momento em que a alteração do testamento foi feita é questionável. Se durante o afastamento ele nunca deserdou o filho, por que o fez agora que estavam mais próximos? O que se terá passado no hospital?”. A fonte também afirmou: “Em Porto, é bem sabido que Alexandre tem estado a alienar património e que existem várias investigações em curso sobre milhões desaparecidos ligados a comissões de jogadores”.

Em suma, a exclusão de Alexandre pode ser um castigo, mas também uma forma de proteger o património da sua família de investigações judiciais, uma vez que, com investigações sobre corrupção em curso, o seu filho poderia ver o seu património comprometido.

Recentemente, Alexandre Pinto da Costa, durante a gala do jornal O Gaiense onde o seu pai foi homenageado, partilhou detalhes sobre a relação entre ambos, afirmando que pretende doar a herança desportiva do pai. “Nunca foi o dinheiro ou os bens materiais que me motivaram a apoiar o meu pai nos momentos em que ele mais precisou de mim como filho”, disse, revelando que teve “desacordos” com o presidente devido à sua “companhia inadequada nos últimos anos da sua presidência”.

Ele ainda afirmou: “Quando alertei, de forma direta, sobre os perigos das suas escolhas, depois, por minha decisão, afastei-me do presidente”, esclarecendo que não se afastou do Pinto da Costa pai: “Estive sempre presente quando ele precisou de mim”. E ainda, por causa dessas “escolhas erradas” do pai, decidiu afastar-se “de todas as atividades do clube, desportivas e sociais, durante muitos anos”.

Alexandre também afirmou na gala que doaria os bens desportivos do pai: “Como herdeiro legítimo de parte do património do meu pai, e após o apuramento legal da divisão, tudo o que se refere ao espólio desportivo, a um magnífico museu que o meu pai possuía, onde guardou religiosamente todos os objetos que recebeu ao longo de décadas de serviço ao FC Porto, será doado por mim, de forma gratuita, ao FC Porto”. E sem qualquer expectativa de compensação financeira “ou rendimento futuro em troca”.

O site The Mag acrescenta que Alexandre, que está em conflito com o seu filho Nuno, um dos netos preferidos de Pinto da Costa, está isolado em relação ao resto da família, pois a relação com a irmã Joana e com Cláudia Campo “é inexistente”. Na verdade, “as duas uniram-se para garantir que os milhões de Pinto da Costa se mantenham a salvo”.

De acordo com a CMTV, a jornalista Tânia Laranjo informou que, neste momento, não existe um inventário dos bens, exceto o T1 e algumas obras de arte. “Em suma, o património pode estar em outras mãos, como as de Cláudia ou da filha Joana. Essa será a grande questão a ser resolvida em tribunal por Alexandre, que não aceitará ser prejudicado na partilha dos bens”.

Uma outra questão a ser considerada é a venda das ações do clube, que o antigo presidente fez por 350 mil euros ao ex-futebolista Caetano, agora o terceiro maior acionista do clube, depois dos irmãos Oliveira, António e Joaquim. O antigo extremo, que jogou no FC Porto na temporada 1989/90, onde conquistou o campeonato e a Taça de Portugal, é agora empresário na construção civil e no setor imobiliário. O site zerozero menciona seus investimentos no Penafiel Park Hotel & Spa e num projeto de habitação de luxo, o Douro Residences, perto da ponte da Arrábida.

O filho de Agostinho Caetano, Rui Caetano, ex-jogador que também passou pela formação do FC Porto, decidiu também investir no mundo empresarial. Em julho de 2024, ele afirmou em uma entrevista ao zerozero: “Desde os 22/23 anos, comecei a abrir ginásios e health clubs. Atualmente, possuo a marca IDEALKORPUS, que possui quase 10 espaços, que incluem ginásios, boxes de crossfit, estúdios de pilates e clínicas de estética, além de estar no setor da construção e promoção imobiliária”.

Quanto aos 350 mil euros da venda das ações, não há informações sobre o seu paradeiro. Contudo, uma fonte afirmou que “Pinto da Costa pode ter feito doações em vida”. Também existem informações de que o antigo presidente estava sempre preocupado em garantir o futuro da sua companheira após a sua morte. Na CMTV, foi revelado que Cláudia Campo recebe uma pensão mensal superior a 5 mil euros (60% da pensão do marido). O relações públicas Rui Terra confirmou que o montante “é superior a 5 mil euros”. A viúva de Pinto da Costa ainda reside na mansão onde viveu com o marido, nas Antas, uma vez que foi decidido que a casa seria dela após a morte do antigo dirigente.

Zulmira Garrido, ex-mulher do treinador Jesualdo Ferreira e que tem uma boa relação com a viúva de Pinto da Costa, afirmou que uma das razões para o antigo dirigente ter decidido casar com Cláudia Campo foi garantir o seu futuro. “Embora ela não precise muito, Cláudia vem de uma boa família, o pai era administrador bancário, e ela também era bancária, nunca deixou de trabalhar. Apenas se afastou nos últimos tempos para estar ao lado de Pinto da Costa 24 horas por dia”.

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