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·30 novembre 2024

Novo pedido de destituição de Augusto Melo é protocolado no Conselho e enviado à Comissão de Ética

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Caso Augusto Melo não seja afastado pelos conselheiros do Corinthians em reunião agendada para às 19h da próxima segunda-feira, o presidente terá de se preparar para um novo processo de destituição. O requerimento, desta vez enviado ao Conselho Deliberativo pelo Conselho de Orientação, já foi encaminhado para a Comissão de Ética. Desta maneira, o novo processo, que também pode gerar o impeachment de Augusto Melo, está oficialmente aberto.

Diferentemente do requerimento que está para ser votado daqui a dois dias, a solicitação do Cori não depende de investigação. Ela é baseada em dados técnicos e números apresentados no último relatório do órgão sobre as demonstrações financeiras do primeiro semestre da gestão.


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Por isso, o processo deve correr de maneira mais rápida. A partir de agora, a Comissão de Ética tem cinco dias para comunicar Augusto Melo. O presidente, então, terá 10 dias para apresentar uma defesa. Após isso, a comissão terá mais 10 dias para formalizar um parecer. A tendência, portanto, é de que em aproximadamente 30 dias o Conselho Deliberativo coloque em votação o requerimento de destituição sugerido pelo Cori.

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A base do pedido do Conselho de Orientação é o artigo 106, letras “d” e “e” do estatuto do clube, que diz o seguinte:

-São motivos para requerer a destituição dos administradores (presidente da diretoria ou de seus vices-presidentes)

d – ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária. e – prática de ato de gestão irregular ou temerária.

No relatório de 26 páginas, o Cori destaca as seguintes infrações estatutárias da administração: não ter divulgado, mensalmente, demonstrações financeiras; não ter atendido a pedidos e solicitações dos órgãos fiscalizadores; não ter contado com aprovação prévia do Cori para operações de contratação acima de 10 mil salários mínimos, e nem mesmo ter procurado o órgão posteriormente; ter feito contratações de empresas de segurança e limpeza sem os processos devidos de orçamento; não ter feito revisão do orçamento no meio do ano com projeção por mais seis meses; aumento substancial da dívida e do endividamento sem apresentação detalhada dos gastos ou investimentos.

No texto, o Cori afirma que houve “sabotagem deliberada de atuação estatutária dos órgãos fiscalizadores” e aponta “graves infrações estatutárias e legais com a cristalização de condutas que configuram gestão irregular e temerária”.

Por fim, o órgão solicita que Augusto Melo, representante maior da diretoria, responda pelos atos nos termos dos artigos 25 e 29 do estatuto, que regem as punições: advertência escrita; suspensão; desligamento.

O relatório do Cori foi aprovado por unanimidade e diante da presença de representantes da diretoria executiva. Na ocasião, 12 membros recomendaram a destituição de Augusto Melo e um membro se absteve. Dos ex-presidentes, apenas Mario Gobbi participou da conclusão do documento. Andrés Sanchez, Roberto de Andrade e Duilio Monteiro Alves não marcaram presença e, por isso, não votaram. Dos 10 membros trienais eleitos ao Cori, nove são oriundos da base de apoio à campanha de Augusto Melo.

Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, ao ser procurado pela Gazeta Esportiva, confirmou a abertura do novo processo de destituição de Augusto Melo, mas preferiu não entrar em detalhes.

“É verdade, recebi o pedido do Cori e apenas dei encaminhamento para apuração, porque o estatuto pede que seja assim. Mas, não posso e não quero comentar sobre isso. Me desculpe, mas não posso dar nenhum detalhe e lamento o vazamento de inúmeras informações confidenciais que estão ocorrendo no clube, por diversas formas e teores. Inclusive, me coloquei à disposição dos conselheiros para acionar as autoridades e investigar os responsáveis por isso. O clube precisa de paz”, respondeu Tuma Jr.

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