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·11 agosto 2025

Mentor de Vini Jr: Noval conta histórias inéditas de como o craque foi lapidado

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Carlos Noval, ex-diretor das categorias de base do Flamengo, acompanhou de perto a formação e a trajetória de Vinícius Júnior desde que o jovem chegou ao Rubro-Negro aos 10 anos. Em entrevista, Noval revelou detalhes inéditos e histórias marcantes que ajudam a entender o talento e a personalidade do craque, hoje estrela do Real Madrid e da seleção brasileira.

Ele destacou o começo humilde de Vini, os desafios fora de campo, o carinho que sempre teve pelo garoto e as expectativas que já tinha sobre o futuro do jogador, tudo vivido no.


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“Até 2014, ninguém sabia quem era o Vinicius no Flamengo. Os caras não tinham noção. Você falava com eles: ‘olha, acho que tem um menino aqui embaixo que é monstro, diferenciado demais, de todos os atletas que temos na base, eu nunca vi um igual’. Nem conheciam. Só quem conhecia realmente eram os caras da base que trabalharam com ele."

"Quando chegou no sub-15, sub-16, começou a participar de competições mais importantes, as pessoas começaram a entender quem era o Vinicius. A base hoje é o coração do clube. Tem que entender que é ali que vai te dar o ativo, ou na parte técnica para o clube, ou na financeira.”

Noval lembra que o menino Vini Jr era “muito humilde, um coração enorme, sorriso”, mas tinha dificuldades na escola.

“O maior perrengue com o Vini era para estudar. Não queria estudar de jeito nenhum. Era uma briga constante. Eu cheguei a tirar ele de uma semifinal Flamengo e Botafogo porque não estava passando de ano. Ele ficou revoltado, o treinador também. Falei que tinha que estudar. Depois ele foi indo; continuou sem vergonha, mas é um menino sensacional.”

Histórica marcante de um Flamengo x Vasco

Carlos Noval ainda conta um episódio curioso e marcante envolvendo Vini Jr em uma disputa contra o Vasco. As partidas em questão eram válidas pelo Campeonato Carioca Sub-17 de 2016, quando o craque já mostrava o seu talento.

“Tem muita história boa dentro de campo. Um Flamengo e Vasco em 2017, ganhamos o primeiro jogo de 4 a 0 lá em São Januário. O profissional do Vasco tinha acabado de treinar e eles ficaram ali assistindo ao jogo. Ele deu uma lambreta, fez gol e os caras do Vasco ficaram loucos da cabeça", disse Noval, antes de completar:

"Fomos para o segundo jogo na Gávea e eu fiquei na cabeça deles: não ganhamos nada, não tem nada disso. Aí ele: ‘Calma, você está nervoso por quê?’. Falei que não estava nervoso, mas tínhamos que jogar sério e respeitar o adversário. Acabou 6 a 1 o segundo jogo. Quando estava 3 a 0, eu estava na grade e ele passou por mim falando: ‘Calma, velho’. Foi muito engraçado.”

Sobre o potencial de Vini Jr, Noval afirma que já via nele um talento extraordinário muito antes do reconhecimento internacional:

“Se pegarem quatro, cinco anos atrás, eu sempre falei que ele seria o melhor do mundo quando tivesse 22, 23 anos. Na época não, porque era muito novo, tinha uma deficiência ainda na parte de finalização, mas estava melhorando. Não foi obra feita, isso foi falado há muito tempo. Ele realmente era muito diferenciado.”

Demissão e novo modelo na base do Flamengo

Carlos Noval reforçou o sentimento de surpresa com a demissão e disse que houve uma mudança de filosofia no clube. Segundo ele, apesar das reformas feitas e da redução do orçamento, o Flamengo optou por uma nova direção na base.

“Fizemos a reformulação toda que pediram. Acho que foi uma mudança de filosofia. Eles quiseram botar um europeu para tentar essa mudança. Sempre deu certo, há anos, desde que estávamos lá, deu certo, vários atletas sendo negociados, formados. Foi uma surpresa. Mudança de filosofia foi só o que me explicaram. Não (foi o Bap quem conversou), quem me demitiu foi o Paulo Dutra (CEO do clube). Não conversei (com o Bap)."

Noval explicou que a base passava por uma redução no número de atletas para melhorar a qualidade do trabalho e reduzir o inchaço. Além de uma redução no orçamento.

“Teve uma conversa entre o presidente, eu e o Boto e foi passado que teria que ter uma redução de atletas e profissionais. O meu entendimento também era que o grupo estava muito inchado. Chegamos a ter categorias de 38, 40 e poucos atletas. Sempre trabalhamos com 20 a 25 atletas em cada categoria para desenvolver e evoluir. O clube estava com 430 jogadores na época e a ideia era reduzir para uns 300."

“Nos profissionais foi também uma questão de ter que reduzir a parte orçamentária. O orçamento da base caiu um pouco, reduziram, então entendemos que tinham que sair porque eu achava que (a quantidade de jogadores) não estava de acordo com o que eu queria naquele momento. O orçamento, se não me engano, foi de R$ 3 a 6 milhões.”

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