José Fernando Rio: “Este Mundial de Clubes pode ser o fim da linha para Martín Anselmi” | OneFootball

A derrota do FC Porto contra o Inter Miami, ocorrida na passada quinta-feira, por 2-1, levantou diversas questões sobre a permanência de Martín Anselmi à frente da equipa, especialmente devido à frustração dos adeptos com os resultados e o desempenho da equipa.

José Fernando Rio, ex-candidato à presidência do FC Porto, concedeu uma entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto para analisar a participação da equipa no Mundial de Clubes e para avaliar os primeiros seis meses de Anselmi no comando dos dragões.

A situação de apuramento para a fase a eliminar é bastante complicada para os dragões no grupo A, uma vez que já não têm o controlo total do seu destino na competição intercontinental.

O FC Porto precisa de vencer o Al Ahly na última jornada da fase de grupos e torcer para que o Inter Miami vença o Palmeiras. Contudo, um detalhe pode comprometer o apuramento dos azuis e brancos: um empate entre Inter Miami e Palmeiras significaria que ambas as equipas seguiriam em frente, e uma goleada não salvaria Anselmi.

“Acho que o apuramento é quase impossível de acontecer. Um empate com o Palmeiras e esta derrota, que considero quase humilhante frente ao Inter Miami, deixam o FC Porto com um pé e meio fora do Mundial de Clubes“, começou por comentar.

O futuro de Anselmi pode estar em risco

“Este Mundial de Clubes pode significar o fim de Anselmi. Até agora, concedi-lhe o benefício da dúvida. Esta competição era uma oportunidade para um recomeço, mas Anselmi falhou de forma retumbante nestes dois jogos e, por isso, é muito difícil que continue no FC Porto após esta competição”, disse.

“A equipa não mostrou melhorias com Martín Anselmi. A estratégia de jogo não é clara ou não foi aplicada. Falta intensidade, não há um estilo de jogo, falta tudo. Falta o FC Porto. Por isso, é muito difícil que Anselmi consiga reverter esta situação”, acrescentou.

José Fernando Rio já havia falado, em entrevista ao Desporto ao Minuto, sobre a atuação do treinador do FC Porto, expressando a sua esperança de que Martín Anselmi não fosse um desperdício de tempo. Meses depois, acredita que o tempo para o novo treinador pode estar a esgotar-se.

“A verdade é que concedi o benefício da dúvida ao treinador do FC Porto e a oportunidade de fazer um Mundial de Clubes e de melhorar a imagem e o desempenho da equipa. Contudo, neste momento temo que os seis meses de Martín Anselmi, assim como os seis meses de Vítor Bruno, sejam um desperdício, o que representa um grande prejuízo para o FC Porto a nível desportivo. A responsabilidade é imensa para quem tomou a decisão de contratar estes dois treinadores e, neste momento, a situação é bastante complicada”, afirmou o ex-candidato à presidência do FC Porto.

“Acredito que a análise deve ser feita após a participação do FC Porto no Mundial de Clubes e, se acontecer o que eu prevejo, Martín Anselmi não terá condições para iniciar a próxima temporada“, acrescentou o portista.

Gabri Veiga e as áreas a melhorar no plantel

A chegada de Gabri Veiga ao FC Porto esta temporada foi recebida com otimismo pelos adeptos. Contudo, devido ao tempo de adaptação do jogador, há receios de que não seja suficiente para transformar o meio-campo da equipa. O ex-candidato à presidência do FC Porto apela por mais jogadores com esta qualidade e por uma reformulação no plantel.

“A contratação de Gabri Veiga é um indicativo de que é um jogador de qualidade, jovem e com um grande futuro, o que pode trazer retorno desportivo e financeiro para o FC Porto. Contudo, os dois jogos no Mundial de Clubes, um contra o Palmeiras e outro contra o Inter Miami, não foram suficientes para avaliar o jogador, mas isso não é culpa dele. Espero que mais jogadores da qualidade de Gabri Veiga cheguem, pois é a única forma de o FC Porto não repetir a frustração desta época”, reiterou, antes de mencionar as posições que mais necessitam de reforço.

“Infelizmente, é necessário reforçar todos os setores, especialmente quando os nossos centrais incluem um veterano de 37 anos e um jogador que na época passada jogava na equipa B, como o Zé Pedro. Está tudo dito. Os centrais precisam de ser reforçados, o meio-campo precisa de melhorias, e o ataque não pode depender unicamente do desempenho do Samu. É necessário que haja extremos que possam oferecer mais garantias, que criem desequilíbrios e que possam marcar e assistir os avançados. Será necessário um grande esforço para recuperar a qualidade do plantel“, concluiu José Fernando Rio.