Francisco J. Marques após penalty por assinalar contra o Benfica: “FC Porto não pode ter medo de enfrentar o poder do Benfica” | OneFootball

Na passada terça-feira, Francisco J. Marques recorreu às redes sociais para criticar Tiago Madureira, diretor-executivo da Liga, em relação à controversa partida entre Benfica e Moreirense (3-2) no último sábado. A polémica surgiu devido à escassez de repetições transmitidas pela BTV sobre o lance de Florentino Luís, que poderia ter resultado em uma grande penalidade não assinalada.

“O FC Porto deixou de ter o controlo sobre o seu próprio destino para alcançar o segundo lugar e, assim, a participação nas eliminatórias de acesso à Champions. A verdade é que o FC Porto apenas perdeu mais dois pontos devido a um penálti claro de Florentino que não foi assinalado no jogo da Luz. Apesar de ter sido prejudicado, o FC Porto permanece em silêncio, sem se manifestar em relação à indignação dos adeptos”, contextualizou.

“Como é habitual, a BTV fez o possível para ocultar a verdade, e as imagens transmitidas são risíveis, tentando moldar a perceção pública para a ideia de que não houve erro. Imagens captadas por telemóveis são mais esclarecedoras que a transmissão, e até houve analistas de arbitragem que revisaram as suas opiniões após verem essas imagens. O que é lamentável é que a direção atual do FC Porto não se encontra em condições de se posicionar sobre este problema, uma vez que um dos vice-presidentes foi conivente, enquanto era diretor-executivo da Liga. Tiago Madureira, que ocupou o cargo durante três ou quatro anos, não fez nada para pôr fim à manipulação das transmissões dos jogos”, acrescentou.

“O problema não reside no facto de a BTV fazer a transmissão, mas na falta de um manual de transmissão, como existe em outros países da Europa ocidental, que assegure a imparcialidade das transmissões em benefício da competição e dos adeptos. Tiago Madureira, na sua função, poderia e deveria ter tomado uma posição, mas foi cúmplice das transmissões da BTV. O que nos aflige não é apenas a sorte no jogo, mas a degradação da qualidade dos principais quadros do clube, que nos deixou nas mãos de pessoas que defendem a indústria, enquanto somos os que se mantêm em silêncio. No jogo em Famalicão, um golo espetacular foi anulado e, em contrapartida, um penálti menos claro foi assinalado contra nós. Não perdemos por sorte, uma vez que Diogo Costa defendeu o penálti”, disse Francisco J. Marques.

O ex-membro da direção do FC Porto, durante a era Pinto da Costa, pediu uma intervenção de André Villas-Boas, argumentando que o seu silêncio em relação às arbitragens é prejudicial para a equipa que agora é liderada por Martín Anselmi.

“Tiago Madureira deve explicar aos sócios por que, durante o seu tempo como diretor-executivo da Liga, não fez nada para pôr fim a esta palhaçada que apenas beneficia um clube em detrimento de outros, incluindo o FC Porto. Sempre acreditei que ele era um grande benfiquista, o que explicaria a sua cumplicidade com as transmissões da BTV, mas na verdade é um portista de um novo portismo sem intensidade, sem paixão. Quando foi anunciado para a equipa de AVB, fez uma declaração infeliz sobre o FC Porto estar ‘parado no tempo’, mas o chocante é voltarmos à era das derrotas, com mais de 60 anos desde a anterior goleada do Benfica, 43 anos sem vencer em cinco jogos consecutivos no campeonato e mais de 60 anos desde quatro derrotas consecutivas. Isso, sim, é chocante e factual”, afirmou.

“O FC Porto necessita de ações concretas, de pessoas que não temam desafiar o poder do Benfica. Pedroto dizia que enquanto fôssemos ‘bons rapazes’, seríamos sempre prejudicados. Vejo muitos a mencionar o seu nome, mas na verdade são ainda piores do que os ‘bons rapazes’. Falo com propriedade, pois desafiei a Liga de Clubes, enquanto Tiago Madureira era o diretor-executivo, a pôr fim às transmissões da BTV, como pode ser facilmente verificado em vários programas do Porto Canal, onde servi o FC Porto com total dedicação. Agora, essa responsabilidade recai sobre outros, que não a assumem”, concluiu.