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Ex lateral campeão Mundial pelo São Paulo lamenta excessos e admite falência

Jurandir Fatori, conhecido como Jura, ex-lateral-direito de São Paulo e Flamengo, concedeu entrevista ao GE onde faz um balanço sincero da carreira e dos erros que o levaram à falência. Jura foi campeão mundial pelo São Paulo em 1993, era considerado uma promessa no lugar de Cafu e passou também por clubes como Bahia, Avaí, Athletico-PR e vários times do interior de SP. Apesar disso, encerrou a carreira em 2005 sem a consolidação esperada, perdendo todo o patrimônio acumulado devido ao excesso na vida noturna, bebida e falta de organização financeira.

Jura relata que suas escolhas fora de campo – festas, amigos, bebidas e ausência de planejamento – foram determinantes para a derrocada. O ex-jogador reconhece: “Foi a madrugada, gostava muito. Faltou vergonha na cara mesmo, mas uso isso como exemplo. Hoje tem que ser 100% profissional.” Ele também destaca que a falta de estudo prejudicou sua trajetória e admite que poderia ter ido mais longe.

Um episódio marcante foi o exame antidoping positivo por uso de maconha em 1999, quando defendia a Inter de Limeira. Jura diz que o episódio lhe trouxe marcas profissionais e pessoais — chegou a ser internado em uma clínica de reabilitação e punido pelo TJD. Após 17 anos limpo, hoje ele transforma essa experiência em exemplos nas palestras que oferece a crianças.

Depois que encerrou a carreira, Jura perdeu imóveis, carros e bens. Trabalhou por um período como manobrista em um estacionamento de amigos, mostrando, segundo ele, que não tem vergonha de lutar por sustento honestamente. Atualmente, trabalha com crianças de 4 a 15 anos e sonha em ser treinador profissional, mas afirma que a falta de recursos o impede de arcar com as licenças da CBF, que são caras para seu padrão de vida atual.

Inspirado pelo técnico Telê Santana, tem esperanças de se estabelecer no futebol como treinador, mas prioriza garantir conforto à família e ajudar o filho, que está para tirar a carteira de motorista. Jura finaliza dizendo acreditar no próprio potencial e não desistiu do sonho de crescer novamente no futebol, agora como técnico