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·5 giugno 2025

Coletivo propõe reforma do estatuto do Corinthians e lança formulário para recolher sugestões da torcida

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  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Diante do cenário político cada vez mais instável no Corinthians, uma demanda tem ganhando cada vez mais força entre a torcida nas últimas semanas: a reforma do estatuto social do clube. O documento, que não é revisto em sua integralidade desde 2008, tendo sofrido apenas leves ajustes em 2022, é considerado por muitos obsoleto, além de desalinhado com normas como a Lei Geral do Esporte, sancionada em 2023.

Uma comissão do Conselho Deliberativo (CD) foi nomeada em 2024 com foco na reforma estatutária, realizando reuniões e audiências públicas, inclusive com as torcidas organizadas. Porém, o processo de impeachment do presidente afastado Augusto Melo atrasou os trabalhos e, com isso, iniciativas populares surgiram em paralelo, com o intuito de agregar ao debate. Uma delas é o Coletivo Voz Corinthiana, que iniciou a divulgação de seu trabalho esta semana.


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Foto: Montagem (Divulgação/Coletivo Voz Corinthiana e Divulgação/Corinthians)

A Central do Timão conversou com membros da equipe responsável pelo coletivo, para compreender melhor seu surgimento, bandeiras, método de trabalho e propostas. Segundo o grupo, a ideia surgiu a partir de uma leitura do estatuto corinthiano, no final de maio, onde uma série de apontamentos foram feitos, visando a melhoria do texto e sua adequação às leis atuais.

“Uma das questões, dentre várias, que chamaram a atenção (na leitura) foi a falta de controle interno que o estatuto prevê para os gestores, como a possibilidade de serem responsabilizados internamente pelos danos causados (ao clube).”

Com o passar do tempo, o que era um trabalho de análise do estatuto, feito por duas pessoas, aumentou para sete membros no ato de lançamento do coletivo nas redes sociais, na última terça-feira, 3, e atualmente já conta com 12 torcedores, sócio e não-sócios, de várias partes do Brasil e com diferentes formações, em áreas como Direito, Economia, História, Geografia, Marketing e Administração. Um documento foi divulgado, podendo ser acessado neste link.

Um dos pontos centrais levantados pelo grupo em suas manifestações públicas é a necessidade de profissionalização das estruturas administrativas do Corinthians. Esse foi um dos “princípios norteadores” divulgados, que se soma a outros cinco: descentralização e participação do torcedor, responsabilização de dirigentes, respeito à moralidade e impessoalidade, transparência e alternância de poder.

“Nós elencamos os princípios norteadores para delimitar o que o corinthiano mais deseja hoje, que é um sistema interno que garanta a participação, a responsabilização dos maus gestores, a renovação do poder e a transparência do que está sendo feito no clube”

Além disso, o grupo identificou problemas-chave no atual estatuto, que atrapalhariam a boa gestão do Corinthians enquanto instituição: a própria desatualização do estatuto, a falta de efetivação dos princípios de governança, a baixa participação dos sócios, a ausência de profissionalização, o excesso de decisões politizadas, a falta de responsabilização de gestões consideradas negativas, a “captura política” dos órgãos de controle e a presença de poderes vitalícios que dificultariam a renovação interna.

A falta de adequação do estatuto à Lei Geral do Esporte é citada de forma específica, por se tratar da legislação mais moderna que regula a gestão de instituições desportivas no Brasil, especialmente em questões como a responsabilidade corporativa, a obrigação de manter uma gestão transparente e que presta suas contas e a punibilidade individual de dirigentes responsáveis por gestão temerária ou fraudulenta.

“O clube está completamente desatualizado com relação às legislações desportivas, principalmente no que se refere a essa questão da responsabilização de dirigentes por gestões irregulares ou temerárias. Entendemos que a LGE aborda o tema com profundidade.”

Outra questão cujo debate é proposto se refere aos conselheiros vitalícios do Corinthians, cujo número foi reduzido de 200 para 100 na reforma estatutária aprovada em 2008, mas atualmente, no clube, cogita-se propor um aumento, segundo apuração da Central do Timão, indo na contramão de manifestações da torcida nas redes sociais, que desejam a extinção do cargo.

Embora o coletivo não tenha uma proposta final sobre o tema, os debates atualmente giram em torno de transformar o poder vitalício destes conselheiros em um órgão consultivo, à parte do CD em si. Dessa forma, o CD se tornaria um órgão decisório formado apenas por pessoas eleitas, mas os atuais conselheiros vitalícios ainda teriam um espaço onde pudessem ser ouvidos e tivessem a prerrogativa de aconselhar a gestão – algo mais passível de debate do que a simples extinção do cargo, na visão do coletivo.

Questionados sobre se pretendem se transformar em um grupo permanente de discussões, os representantes do coletivo negaram. “Somos um movimento difuso, orgânico e temporário, já que possuímos como objetivo apenas a redação de uma proposta de reforma do estatuto em conjunto com a torcida”, garantiram.

Em análise do engajamento das publicações do grupo nas redes sociais, foi possível identificar ampla aprovação à ideia, embora críticas pontuais tenham surgido, especialmente em relação à factibilidade de torcedores participarem da reforma do estatuto. No entanto, o coletivo entende que essa questão não pode pautar os debates da torcida em torno do tema:

“Pensamos que a crítica envolvendo a factibilidade sempre vai existir, mas, hoje, qual o corinthiano que não sonha com um Corinthians profissional e com governança? Temos que reunir ideias nesse sentido e cobrar com propostas concretas, seja quem está por lá hoje, seja de eventuais candidatos que possam surgir nas próximas eleições.”

O coletivo também negou a aproximação com movimentos políticos do Corinthians e também a possibilidade de futuramente disputar eleições no clube. O foco é, apenas, elaborar uma proposta de estatuto construída por torcedores, sem vinculação com a agenda de qualquer chapa que, hoje, disputa o poder no Parque São Jorge: “Nossa ideia é sugerir algo de fora pra dentro, no sentido de mostrar caminhos concretos para a profissionalização e afastar a gestão da politização interna do clube”, explicaram.

Também não há, no momento, diálogo com o Corinthians em relação à ideia. Segundo os membros do coletivo, isso se dará ao final do projeto, quando o documento definitivo da proposta for elaborado. Ele será, então, entregue ao Conselho Deliberativo, para que seja encaminhado à Comissão de Reforma Estatutária que, hoje, centraliza todas as discussões e será responsável pelo parecer final e pelo documento que, futuramente, será posto em votação nos órgãos internos do clube.

A finalização do documento, porém, não será feita apenas pelo coletivo internamente. Nesta quinta-feira, 5, o grupo lançará um formulário na internet, através do qual qualquer torcedor corinthiano poderá fazer suas propostas de alteração do estatuto do Corinthians. Será necessário identificar-se e apresentar um e-mail e telefone para registrar a ideia, que poderá ser feita livremente em uma caixa de texto. O formulário para participar pode ser acessado neste link.

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