Atlético: Alecsander revela bastidor de quando Ronaldinho quis deixar o clube após treta com Cuca | OneFootball

O ex-atacante Alecsandro revelou um bastidor inédito de quanto Ronaldinho Gaúcho pediu para deixar o Atlético, em 2013. Apesar de um ano histórico na história alvinegra, até a conquista da Glória Eterna, o time alvinegro passou por diversos percalços.

Reserva de Jô naquele ano com a camisa alvinegra, Alecsandro concedeu entrevista ao ‘Charla Podcast’ e afirmou que precisou ir até a casa de Ronaldinho para convencê-lo a não deixar o clube. A condição imposta por R10 era a confiança do elenco no seu futebol e que o técnico Cuca não exigisse mais dois dias de concentração antes dos confrontos.

Veja a história completa de Alecsandro

“Tiveram duas vezes que ele (Ronaldinho) foi embora. Contaram só uma, mas tiveram duas. A gente chegou para treinar, e o Ronaldo já chegava direto, trocado. Era véspera de Libertadores. O Cuca fez um coletivo apronto. O Ronaldo chegou, e a gente já estava meio para aquecer. E ele não aqueceu forte. Aqueceu do jeito dele. Fazia como todos, mas ficava mais de boa.

Começou o treino, ele dominou uma bola, a gente do time de baixo roubou e fez 1 a 0. Com cinco minutos, mais um lance no meio do campo, e o Ronaldo trotando, como ele sempre fazia. Ele falava: ‘Eu jogo o jogo, não o treino. Conta comigo no jogo. Lá eu resolvo’. E resolvia. Lembro que fizemos 2 a 0.

O Cuca apitou o treino e disse: ‘Vocês não querem treinar, então não treinam’. Virou as costas e saiu. Aí o Ronaldo falou: ‘Vê lá, hein. Acabou o treino’. Não tinha dado 10 minutos. Ele pegou e saiu também. A gente tinha isso. O Carlinhos falou: ‘Não acabou o treino, não’. E o Ronaldo: ‘O treinador saiu, acabou o treino’. Pegou e foi embora, foi para a casa dele.

Tinha cinco minutos que ele tinha chegado. No que ele veio, vazou. Quando ele vazou, deu uma confusão. O Carlinhos chamou todo mundo para treinar. Só que a gente não tinha percebido que o Ronaldo mandou o cara pegar os negócios no vestiário. Ele ‘rapou’ o vestiário dele. A gente acabou de treinar, deu uma confusão.

Não vou falar os bastidores, porque vai ter muita versão distorcida. Sei que quando chegamos no vestiário, o roupeiro estava chorando. ‘O que foi, Bel?’. E ele: ‘O Ronaldo pegou as coisas e foi embora. Falou que já era, deu para ele’. Aí eu, Léo Silva, Júnior César, meu irmão e fomos na casa do cara.

Conversamos com ele (Ronaldinho), porque a gente estava tendo um jogo atrás do outro. Estávamos concentrando dois dias. Estava irritando demais concentrar dois dias. Era muito jogo, um atrás do outro. A gente foi para a casa dele. Ele falou: ‘Cara, eu volto, mas vocês têm que confiar mais em mim’. A gente confiou nele.

E são bastidores muito fortes. É muito cara grande envolvido, e não dá para contar. O Cuca chegou no outro dia: ‘Beleza, não querem concentrar dois dias. Concentramos só um, contra a minha vontade, mas vocês vão ter que assumir o b.o. Estão de acordo?’. A gente disse sim. Mas é que era muita gente, o Kalil que tem personalidade, o Cuca, que tem personalidade forte, o Ronaldo, que nem se fala. Tínhamos várias lideranças no grupo”.