Portal dos Dragões
·4 luglio 2025
André Villas-Boas comenta saída de Anselmi: “A exigência e o compromisso com a vitória são inegociáveis”

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·4 luglio 2025
No editorial da revista Dragões, André Villas-Boas expressou claramente a sua descontentamento com a temporada da equipa de futebol, que culminou com a saída de Martín Anselmi do cargo de treinador dos dragões.
“Terminou uma época desportiva que, de forma clara, não correspondeu às expectativas que temos para o nosso clube. O empenho em trabalhar de forma séria, rigorosa, com foco em resultados, a ambição e o compromisso com a vitória não foram evidentes, e os resultados não se materializaram. É preciso reconhecer, de forma direta, que a temporada de 2024/2025 foi, em geral, uma época frustrante, apesar da conquista da Supertaça Cândido de Oliveira. O balanço desta época é, portanto, de descontentamento e revolta. Pelas expectativas não cumpridas, pela inconsistência, e pela falta de confiança que nos permitisse alcançar as vitórias que nos colocassem no lugar que nos é devido”, é possível ler.
No extenso texto, André Villas-Boas enfatiza a importância de “identificar os problemas” e desejou o melhor ao técnico argentino na sua futura carreira.
“Para que possamos avançar, é essencial identificar os problemas que nos impedem de alcançar os nossos objetivos, realizar o diagnóstico adequado e delinear e implementar o plano que nos permitirá atingi-los. No FC Porto, a exigência e o compromisso com a vitória não são negociáveis, e é por isso que estamos a iniciar um processo de renovação funcional e organizacional na área desportiva, que resultou na saída do treinador Martín Anselmi, a quem desejamos as maiores felicidades na sua carreira”, afirmou.
Apesar dos desaires no futebol, o líder dos dragões também destacou outras conquistas. “Temos, no entanto, muitos outros motivos de orgulho nesta época desportiva. Sinais positivos que merecem ser sublinhados, pois representam o espírito de ser Dragão. O contributo dos nossos cinco jovens internacionais no Euro Sub-17 — Mateus Mide, Yoan Pereira, Bernardo Lima, Martim Chelmik e Duarte Cunha — assim como os outros oito atletas que, formados no clube ou com passagem por aqui, contribuíram para a vitória de Portugal na Liga das Nações, como os nossos Diogo Costa e Rodrigo Mora. Os seus desempenhos na Seleção Nacional evidenciam a qualidade da nossa formação e apontam para um futuro promissor, onde o talento que se desenvolve em casa, na nossa casa, terá cada vez mais espaço na equipa principal. Um sinal muito representativo do que construímos, do que somos e que seremos cada vez mais”, escreveu. “No futebol feminino, a estreia da nossa equipa sénior trouxe uma onda de esperança, pelo seu exemplo de superação, com uma campanha irrepreensível na terceira divisão nacional, que vencemos. O primeiro de muitos títulos e troféus, com certeza. Ambição, qualidade e espírito de equipa, amor pelo emblema que representam e a desbravar horizontes no universo azul e branco. Além disso, estabelecemos recordes sucessivos de assistência em casa e fora. A estreia foi, de facto, o jogo com mais assistência alguma vez realizado no nosso país, algo que não esqueceremos”, sublinhou.
O foco vai, naturalmente, para o hóquei, mas também é importante mencionar as outras modalidades.
“A equipa de basquetebol não conseguiu o título que mais desejava, mas ao longo da época demonstrou a sua ambição e o que é ser Porto. O play-off não refletiu o seu verdadeiro valor, mas não podemos esquecer que foram excepcionais ao longo da época, trazendo para o museu a Supertaça e a Taça de Portugal, além do percurso europeu que nos enche de orgulho. Da mesma forma, o nosso andebol demonstrou a sua determinação, lutando pelo primeiro lugar até aos últimos minutos da competição. Não conseguimos os títulos, mas para a próxima época, a esperança é grande, pois a competitividade e a determinação demonstradas foram notáveis. A formação conquistou o título nacional de sub-20, um título que não era conquistado há mais de duas décadas, e muitos dos nossos atletas alcançaram o terceiro lugar no Campeonato do Mundo Sénior e o segundo lugar no Campeonato do Mundo de sub-21, onde Diogo Rêma e João Bandeira foram selecionados para o sete ideal. O nosso voleibol, apesar de não ter alcançado os objetivos desejados no campeonato, conquistou a Taça Ibérica e um acesso inédito à fase de grupos da Liga dos Campeões. A natação também nos traz esperança de recuperar a nossa aura de campeões. Vários títulos nacionais e pódios, em diversas categorias, das águas abertas à natação pura, além de atletas qualificados para europeus e mundiais, demonstram o empenho que se dedica nas piscinas de Campanhã. Em termos coletivos, o vice-campeonato na vertente feminina e o terceiro lugar na masculina no Campeonato Nacional de Clubes evidenciam o nosso percurso ascendente”, concluiu.