58 horas de viagem, empregos perdidos e “maior vitória”: torcedor do Córdoba relata aventura para jogo contra o Flamengo | OneFootball

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Coluna do Fla

·11 aprile 2025

58 horas de viagem, empregos perdidos e “maior vitória”: torcedor do Córdoba relata aventura para jogo contra o Flamengo

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Torcedor do Central Córdoba (ARG) conversou com exclusividade com a reportagem do Coluna do Fla


Por: Mônica Alves, Pedro Paulo Catonho e Rodrigo Lima

O Central Córdoba (ARG) tem um título na história, a Copa da Argentina do ano passado. Mas o triunfo sobre o Flamengo é a maior vitória do clube. Pelo menos é o que garantiu o torcedor argentino Matias Cardozo, que conversou com exclusividade com a reportagem do Coluna do Fla.

Fã do Córdoba, o ‘hincha’ saiu de Santiago del Estero na noite do último domingo (06), encarou 58 horas de viagem, aproximadamente 2800 quilômetros de ônibus. Para seguirem até o Rio de Janeiro, alguns ‘hermanos’ até pediram demissão dos respectivos empregos.


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Em um dos nossos dois ônibus, um amigo disse que chegou com muita ‘dor’ porque ele perdeu o emprego, mas disse ao seu chefe que viria de qualquer forma porque esse jogo não será mais realizados. Nosso consolo para ele foi a fé no time, o nosso Ferroviário. Chegando ao estádio, com chuva, à noite, muitos problemas no meio”, disse Matias.

Tudo foi mais forte porque sabíamos que tudo estava acontecendo para que nos ganhemos, e o amigo sentiu que valeu a pena deixar tudo de lado e presenciar este fato único na história do nosso clube. Os minutos levaram uma eternidade, mas já sabíamos que o Central daria um ‘Maracanazo’”, acrescentou.

SEM DORMIR E EMOÇÕES NO CAMINHO

Desde domingo (06), quando partiu de Santiago del Estero, até o jogo, Matias contou que praticamente não dormiu. Após o jogo, então, com a comemoração, aí que não houve tempo para descanso. Nesta quinta-feira (10), por exemplo, um grupo de 150 torcedores aproveitaram para visitar o Cristo Redentor e fizeram um ‘bandeiraço’ na praia de Copacabana. Festa digna, afinal, de maior vitória da história do clube para Matias.

A Copa Argentina foi o nosso primeiro título e estávamos torcendo pelo time como sempre. Naquela final, o Vélez também era o favorito, e os jornalistas também estavam torcendo para o time adversário. Mas estávamos 11 contra 11, e todo o nosso apoio estava nas arquibancadas. Naquele dia fomos campeões, e hoje foi mais que um título porque quebramos todas as estruturas do mundo do futebol, todos os parâmetros lógicos, porque futebol é isso. Noventa minutos de uma nova história. Fomos os primeiros a marcar dois gols contra o Flamengo em casa”, opinou, antes de relatar alguns ‘perrengues’ até a chegada ao Rio de Janeiro.

Cada parada era emocionante. Mas quando chegamos ao Brasil, todo o cansaço desapareceu, a emoção quebrou todas as barreiras e esperamos o jogo para torcedor pelo nosso time. No caminho, Maria Rosa, 69 anos, veio conosco, aplicando sua insulina e contando aos jovens sobre todos os anos que passou na equipe. Foi muito emocionante”.

MAIS RESPOSTAS

Confira outras perguntas respondidas por Matias Cardozo na entrevista exclusiva ao Coluna do Fla. O torcedor foi sincero ao dizer que não esperava a vitória no Maracanã, contou qual foi a sensação de pisar no Templo Sagrado pela primeira vez e mais detalhes da viagem. Além disso, o ‘hincha’ contou que está otimista para a classificação ao mata-mata logo na estreia do Córdoba na Libertadores.

PRECISOU VENDER ALGO PARA BANCAR A VIAGEM?

“No meu caso, não. Mas teve muitos torcedores que pediram para pagar seus ingressos. Outros pediram para alguém pagar ou pegaram emprestado ou até venderam seus pertences para apoiar o time nada mais nada menos que no Maracanã”.

FOI FÁCIL CONVENCER A FAMÍLIA?

“Muitos me disseram que a gente ia levar de oito, coisas assim. Foi difícil convencer, mas eu sabia que todo o sacrifício valeria a pena”.

SENSAÇÃO DE PISAR NO MARACANÃ

“Acompanho meu clube desde a 4ª divisão, viajando para o interior da Argentina, muito calor, sempre sonhando com coisas assim, mas só foi real no PlayStation. Quando entrei, as emoções voltaram à tona, mas eu simplesmente aproveitei cada segundo de sua magnificência, especialmente porque vencemos”.

ESPERAVA A VITÓRIA?

“Quando eu cheguei, não. Mas eu ainda queria vir, mas como eu disse antes, quando a gente chegou e tudo estava acontecendo, a cada minuto que passava antes do jogo eu ficava mais convencido de que a gente ia ganhar o jogo. O torcedor do Central Córdoba é muito sofrido, mas sempre surpreendemos e sempre silenciamos aqueles que nos subestimam”.

CANDIDATO À CLASSIFICAÇÃO?

“Sim, mas vamos passo a passo. Você esperava isso antes da Copa começar? Eu, que acompanho o Central Córdoba, esperava isso porque o Central fica mais forte quando erra e isso cala muitas bocas”.

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