Vai empolgar a arquibancada? Mário Bittencourt responde sobre possíveis novas contratações | OneFootball

Presidente do Fluminense usa exemplo histórico de 1995 e cita casos de Cano e Arias para explicar filosofia de contratações

Questionado se alguma das contratações em andamento empolgaria o “torcedor de arquibancada”, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, preferiu fazer uma reflexão sobre as expectativas no futebol brasileiro e defendeu a política de não criar alarde em torno dos reforços.

“Sobre empolgar a torcida, eu acho que isso é uma coisa que a gente também precisa se policiar um pouco. No futebol brasileiro, a cada quarta e domingo a gente faz um herói e destrói outro jogador, sem dar tempo ao tempo”, analisou o dirigente.

O exemplo histórico de 1995

Para ilustrar seu ponto, Mário relembrou o time campeão carioca de 1995, que venceu um Flamengo “galáctico” no ano do centenário rubro-negro, apesar de ter sido montado com jogadores considerados “comuns” na época.

“Quem achava que o time de 95 ia ser campeão? Trouxemos o Ronald, que era lateral do América de Campos. O Lima, zagueiro do Sport Recife. O Sorlei veio de um time de Goiás. Márcio Costa era de um clube pequeno também. Rogerinho veio do Campo Grande”, listou o presidente.

O dirigente continuou a enumeração: “Leonardo veio do América de Três Rios. Renato estava sem clube. Djair tinha voltado da Lazio para o América-RJ. Ailton estava voltando do Japão, pediu para jogar no Flamengo, foi recusado e veio jogar conosco.”

“Era um time que ninguém esperava. O time era um grande azarão, e quem viu sabe: grandes histórias nascem de apostas certeiras e trabalho coletivo.”

Processo técnico nas contratações

Mário explicou que as contratações no Fluminense são decididas por um comitê técnico que analisa diversos fatores além do impacto midiático.

“As contratações são decididas por um comitê interno: o treinador, o scout, o diretor, o preparador físico. Eles estão vendo outras coisas além do impacto – desempenho, performance, como vai encaixar no time, se realmente precisamos daquela posição”, detalhou.

Casos de sucesso recentes

O presidente citou exemplos recentes de jogadores que não causaram grande empolgação na chegada, mas se tornaram fundamentais para o clube.

“Alguém se empolgou com a contratação do Cano em 2022? Alguém se empolgou com a contratação do Arias vindo do Patriotas? Alguém se empolgou com a contratação do Nino, contratado na Série B saindo do Criciúma?”, questionou.

O caso Richarlison

Mário também relembrou a contratação de Richarlison em 2016, quando era vice-presidente de futebol, para exemplificar como jogadores podem ser mal compreendidos inicialmente.

“O Richarlison foi indicado pelo scout Ricardo, que é o mesmo de hoje, porque foi artilheiro da Série B. Só que ele foi extremamente criticado porque começou a temporada, quebrou o pé”, recordou.

“Ricardo me indicou o jogador e falou: ‘Mário, esse jogador foi artilheiro da Série B, fez uma porrada de gol, tem talento’. Então, uma série de jogadores que trouxemos depois se tornaram ídolos do clube”, complementou.

Sobre o elenco atual, Mário foi realista quanto às ambições, mas manteve o otimismo.

“Fizemos um time competitivo esse ano, não é um time estelar, como era o time da Libertadores com Marcelo, Felipe Melo, André, mas temos um time bastante competitivo e muitas chances ao longo do ano de levantar uma taça”, concluiu.

O presidente também reforçou que, caso não consiga realizar todas as contratações desejadas na janela atual, o clube tentará na próxima janela, entre julho e setembro, preferencialmente já em julho.

A atual janela, que antecede ao Mundial, vai até o dia 10/06. O Flu vai inscrever somente 31 atletas do atual plantel, reservando essas quatro vagas restantes (são 35 no total), para a chegada desses possíveis reforços.