Jogada10
·17 Juli 2025
Transferências a agentes colocam Mbappé no centro de investigação na França

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·17 Juli 2025
A Inspetoria Geral da Polícia Nacional (IGPN) da França investiga cinco integrantes da CRS (Compagnies Républicaines de Sécurité) por terem recebido valores financeiros expressivos de Kylian Mbappé. Segundo dados, os repasses, realizados em junho de 2023, somam 180.300 euros e partiram de uma conta bancária do atacante da seleção francesa — registrada em Mônaco.
O alerta partiu de órgãos de inteligência financeira do país e motivou a abertura formal de um processo administrativo pela IGPN (Inspetoria Geral da Polícia Nacional).
Além do possível envolvimento funcional dos policiais, a legalidade e a declaração fiscal dos valores transferidos também estão em análise. A origem dos fundos, o vínculo profissional entre o atleta e os agentes e a natureza da doação compões os principais eixos da investigação.
De acordo com o ‘Le Canard Enchaîné’, quatro policiais receberam cheques individuais de 30 mil euros, enquanto o chefe da equipe ficou com 60.300 euros. O jornal pontua que todos integravam o grupo responsável pela proteção da delegação francesa durante a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Assim, interpretou-se como um gesto de gratidão e reconhecimento por parte do atacante.
Kylian declarou em nota que teve intenção de recompensar aqueles que atuaram diretamente no apoio à seleção durante o torneio. Ainda segundo o atleta, os valores repassados integram um total de 500 mil provenientes do bônus recebido pelo vice-campeonato mundial. Ele alega ter encaminhado o restante à associação Premiers de Cordée — voltada ao apoio de crianças hospitalizadas através do esporte.
França investiga Mbappé – Foto: Pedro Castillo / Real Madrid
A assessoria do astro enviou um comunicado à imprensa logo após a repercussão da denúncia. O texto destacou que os beneficiários dos cheques não haviam sido contemplados no bônus originalmente distribuído aos profissionais da comissão técnica e demais colaboradores da equipe nacional. O comunicado reiterou o caráter justo e simbólico da doação:
“Todos os membros da equipe receberam seus bônus pós-Campeonato do Mundo [do Catar], exceto eles [os policiais de choque]. Esta doação teve espírito de justiça e reconhecimento do trabalho realizado, sem qualquer compensação. Este vínculo de confiança entre jogadores e seguranças merece reconhecimento, não desvalorização”, declarou a equipe do jogador.
O ‘Le Canard Enchaîné’ revelou que há um documento primordial assinado pelo próprio atleta. Trata-se de um acordo para destinar integralmente o bônus recebido na Copa para entidades e indivíduos que atuaram nos bastidores da delegação. Embora tal compromisso, se confirmado, possa afastar qualquer irregularidade da parte do atleta, o Ministério Público francês optou por prosseguir com a apuração para analisar a legalidade de todos os envolvidos.
Entre os pontos que despertaram maior atenção, destaca-se a presença do chefe da equipe de segurança em viagens pessoais do jogador. Há exemplos como as visitas a Camarões e à região de Vaucluse, no interior da França, durante o verão europeu de 2023. A IGPN agora apura se houve uso indevido da função pública em atividades de caráter privado, o que poderia configurar conflito de interesses.
As transferências financeiras partiram de cheques oriundos de uma conta no Principado de Mônaco. O Tracfin — serviço de inteligência francês especializado em rastreamento de lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo — emitiu um alerta sobre o movimento atípico. Iniciou, a partir daí, a atuação imediata das instâncias de controle interno da polícia e a notificação do Ministério Público para acompanhamento das investigações.