Jogada10
·22 Mei 2025
SAF do Botafogo e a nostalgia pelo amadorismo

In partnership with
Yahoo sportsJogada10
·22 Mei 2025
A desistência por Wendel veio por intermédio de uma nota oficial do Botafogo. Mas caberia perfeitamente em uma live na qual o dirigente twiteiro Ricardo Rotenberg comunicaria, deitado no sofá, o fim do pré-contrato do volante com o Mais Tradicional. Ou então naquele áudio do “eterno presidente” Carlos Augusto Montenegro após anunciar Yaya Touré no Glorioso. A SAF, liderada pelo sócio majoritário John Textor, adora flertar com o amadorismo. Modus operandi. Parece o desejo de promover uma sessão nostálgica dos piores momentos do clube associativo. Há uma obrigação intrínseca de revisitar os erros constrangedores daquela época.
A melhor contratação de 2025 foi reduzida a “efeito Manafá”. Wendel mudaria o Botafogo de patamar no segundo semestre desta temporada. O preço da aquisição do volante do Zenit, 20 milhões de euros (R$ 127,7 milhões), indicava o seu tamanho para o ano. Mas o Alvinegro se embananou todo e, por ora, vai para o segundo semestre com um time bem inferior ao de 2024 (nos dois semestres, inclusive). Podem anotar: a bomba vai explodir nas mãos do técnico Renato Paiva, o último da fila na lista de culpados.
O Botafogo culpa a Geopolítica pelo fracasso e sua posterior devolução de Wendel ao Zenit. Afinal, os Estados Unidos da holding de John Textor endureceram sanções contra a Rússia por conta da guerra na Ucrânia. O Tio Sam só esqueceu de incluir a venda de Luiz Henrique ao clube de São Petersburgo e a contratação de Artur nas medidas de retaliação contra Vladimir Putin. A propósito, a ofensiva russa diante dos vizinhos começou em fevereiro de 2022, mesmo ano da reação do Ocidente. Não foi um problema de caixa? A nota do Alvinegro deixa várias interrogações no ar.
Enquanto o Botafogo se enrolava, Wendel pegou todos os pertences que estavam na Rússia, desembarcou no Rio de Janeiro para tratar de uma lesão, assinar contrato com o Mais Tradicional e iniciar uma nova vida na capital fluminense. Surpreendido, reagiu de forma condizente à frustração. O torcedor da Estrela Solitária o acompanha na chateação. E Textor, centralizador de outrora, não aparece no Brasil para dar satisfações há três meses.
*Esta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10