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·27 Juni 2025
Rivalidade à parte: o gesto inesperado do PSG para salvar o Lyon

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·27 Juni 2025
O Paris Saint-Germain buscou um papel incomum nos bastidores recentes do futebol francês: o de aliado em meio à crise financeira do Olympique Lyonnais. Segundo informações do Foot Mercato, confirmadas por ParisTeam, FranceInfo e RMC Sport, o PSG adotou uma postura colaborativa para ajudar o rival a evitar a queda administrativa à Ligue 2, determinada pela DNCG após avaliar insuficientes as garantias financeiras apresentadas por John Textor e Michael Gerlinger.
O episódio ocorreu no contexto do processo que culminou na decisão de rebaixar o Lyon, pela primeira vez desde 1989, devido ao não cumprimento de exigências regulatórias. Apesar dos argumentos e tentativas de reversão por parte da diretoria do OL, a entidade reguladora manteve a pena, levando o clube a recorrer à comissão de apelação e, em caso de manutenção da decisão, à CNOSF e ao Comitê Executivo da FFF.
Dentro desse turbilhão, o PSG produziu um gesto concreto: antecipou integralmente o pagamento do valor da transferência de Bradley Barcola, contratação feita em 2023 por 45 milhões de euros mais bônus. Essa antecipação, realizada via mecanismo conhecido como “affacturage”, significou liquidez imediata para os cofres do Lyon, na tentativa de apresentar melhores números à DNCG. Em contextos normais, transferências desse porte costumam ser quitadas em parcelas distribuídas ao longo de temporadas.
A ação parisiense é vista como uma tentativa de evitar que um dos grandes nomes do futebol francês fosse retirado da elite por questões administrativas, algo que repercutiu amplamente nos bastidores da Ligue 1. Apesar da colaboração e dos recursos injetados pela operação Barcola, a decisão inicial foi mantida, e o Lyon terá agora de buscar reverter o cenário nas próximas instâncias.
No comunicado oficial, o Olympique Lyonnais classificou a decisão como “incompreensível” e reforçou o compromisso em batalhar por sua permanência na primeira divisão, enquanto observadores avaliam que a atitude do PSG extrapola a simples relação entre concorrentes: trata-se de uma preocupação institucional com a saúde da competição e o prestígio do futebol nacional.
Independentemente do desfecho nos tribunais esportivos, o gesto do PSG marca um raro momento de solidariedade entre dois clubes tradicionalmente rivais, num contexto em que a sobrevivência financeira e o equilíbrio das instituições ganham importância central para o presente e o futuro do futebol francês.
Fontes: Foot Mercato, ParisTeam, FranceInfo, RMC Sport.
Photo by Buda Mendes/Getty Images