Zerozero
·2 Desember 2024
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Na ressaca de uma das sequências mais negativas na história dos azuis e brancos, reagir em casa perante o Casa Pia era imperativo. Depois de uma primeira metade adormecida, o FC Porto soube reagir e ferir os casapienses por duas vezes (2-0). Em dia de aniversário de Vítor Bruno, este Dragão mostrou que, pelo menos em casa, está vivo e ainda respira.
Com esta vitória, os comandados de Vítor Bruno passam a ocupar o segundo lugar da Liga Portugal Betclic - ainda que à condição -, e voltam a depender apenas de si próprios para chegar ao tão ansiado título nacional.
O dragão entrou em campo visivelmente nervoso dadas as exibições realizadas nos últimos jogos, mas empurrado pelos milhares presentes - que demoraram a aquecer as vozes - na bancada do anfiteatro azul e branco.
A turma de Vítor Bruno tem tido no seu reduto a fortaleza onde o dragão só sabe cuspir fogo - conta por vitórias os jogos disputados. A não ser, claro, o empate a três com o Manchester United, onde uma tosse ligeira fez com que Maguire empatasse a partida perto do fim.
Galeno ameaçou ainda antes do relógio de Hélder Malheiro marcar o primeiro minuto do encontro. Lançado por Fábio Vieira, o extremo brasileiro apareceu nas costas da defensiva casapiense que acabou por conseguir remediar a situação. Esta entrada em campo dava sinais de um FC Porto com vontade fazer mais e melhor, mas não passou disso... vontade.
Seguiram-se minutos de posse portista, mas quase sempre sem produto final. O Casa Pia ia ajustando - sem grandes dificuldades - defensivamente e quando teve oportunidade saiu com perigo. Aos 15' Livolant ficou muito perto de adiantar os forasteiros. Bela contraofensiva que só não obrigou Diogo Costa a trabalhos redobrados porque o esférico ainda desviou em Otávio.
Os portistas tentaram reagir, continuaram a controlar o jogo com bola, mas estava difícil incomodar Patrick Sequeira. Eis que, finalmente, à passagem do minuto 30, e depois de um canto curto entre Nico e Galeno, o criativo de 26 anos encontrou Nehuen Perez nas costas de Tchamba. O cabeceamento do defesa argentino obrigou Sequeira a uma defesa a dois tempos. O jogo - e as bancadas - animaram a partir daqui.
Às costas de um Estádio do Dragão que tem tanto de exigente como de motivador, os homens da casa chegaram-se à frente. Samu ficou perto de inaugurar o marcador aos 33' - corte gigante de Goulart -, e Fábio Vieira, aos 38', obrigou o guardião lisboeta a aplicar-se na sequência de um livre direto.
Destaque para a reação dos gansos que, novamente por Livolant, ficaram muito perto de fazer o primeiro da partida. Jogada associativa entre Nuno Moreira e Cassiano que acabou com o remate do avançado francês a ser desviado para canto. Com o 0-0 no marcador as duas equipas saíram para o balneário debaixo de um assobio em uníssono por um penálti não assinalado a favor do FC Porto - a bola sai do corpo para o braço do defesa do Casa Pia, esteve bem o VAR ao não assinalar.
Como se de um grito de guerra se tratasse, a armada azul e branca ouviu os pedidos do Dragão e entrou revigorada para a segunda metade da partida.
Despertada para os segundos 45 minutos, a criatura mítica gritou enraivecida e bafejou as redes geladas da baliza do Casa Pia por duas vezes num espaço de três minutos. Aos 51', jogada de belo efeito entre Fábio Vieira, Pepê e Samu que culminou num passe do avançado espanhol para o remate forte do médio português.
Aos 54' foi a vez do internacional espanhol ser servido. Contra-ataque orquestrado de forma exímia e que terminou com o passe de Pepê a isolar o goleador ex-Atl. Madrid. No frente a frente com Patrick, não tremeu. Como é seu apanágio.
Com vantagem no marcador, os comandados pelo «aniversariante» souberam gerir o jogo a seu belo gosto e vontade. Nota para a bomba de Otávio do meio da rua, e que deixou o poste direito da baliza adversária a tremer uns bons segundos.
Vasco Sousa entrou para o lugar de um ovacionado Fábio Vieira. O jovem ouro da casa trouxe energia, agressividade e relembrou aos mais esquecidos o porquê de ter começado a época como titular absoluto do conjunto nortenho.
Até ao fim registaram-se um par de ocasiões para os dois lados - Galeno para os da casa, Svenson para os visitantes -, mas nada capaz de alterar o marcador da partida.