Oswaldo de Oliveira relembra pressão e bastidores no Corinthians campeão do Mundial de Clubes da FIFA | OneFootball

Campeão brasileiro de 1999 e do Mundial de Clubes da FIFA em 2000 com o Corinthians, Oswaldo de Oliveira relembrou momentos marcantes de sua passagem pelo clube em entrevista ao GE. O treinador falou sobre a pressão ao assumir a equipe, substituindo Vanderlei Luxemburgo, e destacou a relação próxima com o elenco vitorioso daquele período.

“Foi brabo. O Corinthians foi um divisor de águas na minha vida. Eu tinha uma atitude profissional, e dali para frente tive que ter outra. Você, quando assume como treinador, tem cargos ilimitados. E isso para mim foi realmente muito pesado, porque estava assumindo a equipe campeã brasileira de 1998, substituindo o treinador campeão que foi para a seleção brasileira. Aquilo foi muito pesado. Os primeiros momentos foram muito difíceis, mas eu já tinha bastante experiência no futebol, e rapidamente também consegui superar essa primeira fase da tensão máxima”, disse Oswaldo.

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

O técnico destacou o elenco que tinha à disposição, com nomes como Edílson, Marcelinho Carioca, Ricardinho, Vampeta e Kléber. Para ele, a qualidade técnica do time aliada ao comprometimento dos atletas foi fundamental para os títulos conquistados.

“Era o melhor time do Brasil na época. Iam falar de quem? Do time lá do interior que não ganhava nada? Tinha que falar deles. Mas eles eram maravilhosos, profissionais, prestativos.”

Oswaldo também lembrou um episódio específico antes da estreia no Mundial de Clubes, que exemplifica a seriedade do grupo mesmo em meio às festas de fim de ano.

“Quando nós ganhamos o Campeonato Brasileiro em 1999, ficou um espaço para iniciar o Mundial. Eu dei folga até o Natal. No dia 26 de dezembro, nós reiniciamos o treinamento e fomos até o dia 30. Marquei a volta para o dia 2 de janeiro, porque nós já estrearíamos no dia 4. E aí os repórteres na coletiva perguntaram: ‘Oswaldo, você acha que Edílson e Vampeta vão para Salvador passar o réveillon e vão voltar?’.”

“Dia 2, quando estacionei meu carro, já estavam os carros do Vampeta e do Edílson. A imprensa veio toda dizendo: ‘Oswaldo, os caras chegaram aqui antes de você’. Foram perguntar para o Edílson, né? Ele falou que não dava para sacanear o Oswaldo. Isso para mim é emblemático. A nossa relação era muito próxima, além de ser muito profissional. Eles eram muito profissionais.”

Por fim, Oswaldo comparou o Corinthians campeão mundial com o Vasco de 2000, que também comandou. Apesar de elogiar o elenco cruzmaltino, não teve dúvidas sobre a superioridade do time alvinegro.

“Aquele Vasco de 2000, se o trabalho não fosse interrompido, acho que poderia ter chegado, porque também tinha muita qualidade. Mas o Corinthians tinha uns caras jogando demais. Edílson, Marcelinho, Ricardinho, Kléber, que tecnicamente jogava para caramba. Depois a gente ainda teve mais o Fábio Luciano, Adílson Batista… Os caras jogavam muito.”

“O Vasco de 2000 era um timaço também: Juninho Paulista, Juninho Pernambucano, Romário, Jorginho, Mauro Galvão, Júnior Baiano, Viola, Euller… Mas acho que, se a gente tivesse avançado, os dois iam brigar.”

Pelo Corinthians, o ex-treinador teve três passagens pelo clube do Parque São Jorge: a primeira em 1999, depois em 2004 e, por fim, em 2016. Ao todo, Oswaldo de Oliveira comandou o Timão em 124 partidas, com um aproveitamento de 56%.

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