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·5 Juli 2025
O número que assombra o Barcelona

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·5 Juli 2025
Os supersticiosos sempre apresentam argumentos quando a pauta são números de camisas amaldiçoados no futebol. O Barcelona, segundo apuração do Lance, carrega um caso curioso com o número 12, um dígito evitado internamente há anos no clube catalão.
Ao longo das últimas décadas, enquanto Manchester United e Corinthians lidaram com lendas sobre suas camisas consideradas “pesadas”, o Barcelona viu a 12 ganhar fama negativa principalmente após a passagem de Thierry Henry. Ídolo internacional e grande reforço à época, o francês teve uma das fases menos produtivas de sua carreira justamente usando a 12 no Camp Nou, aumentando a aura de azar em torno da camisa.
Outro nome que fortaleceu a superstição foi Rafinha, cria da base azul-grená e herdeiro do futebol de Mazinho. Sempre que esteve com a 12, enfrentou sequência de lesões e dificuldade para se firmar como titular, cenário que reforçou a aversão da torcida e do próprio clube em entregar essa numeração a jogadores considerados essenciais.
Esse panorama influenciou sutilmente a política do Barcelona: a diretoria passou a reservar a 12 para atletas de início de carreira ou em situações de empréstimo, evitando que figuras centrais do elenco assumissem o número, conforme relatado pelo Lance.
A crendice sobre números “amaldiçoados” não é exclusiva do clube catalão. Enquanto o 7 do United se transformou em fardo após a saída de Cristiano Ronaldo, e o 10 do PSG atravessou fase de rejeição até a chegada de Neymar, no Barça a superstição em torno do 12 ganhou contornos internos — sem grandes manifestações públicas, mas suficiente para moldar decisões administrativas.
Psicólogos esportivos, citados na mesma reportagem, apontam que esse tipo de crença pode pesar mais do que se imagina no rendimento de atletas. Entre ansiedade e expectativa negativa, vestir um número “maldito” pode funcionar como profecia autorrealizável, afetando a autoconfiança do jogador a cada falha ou revés.
No mundo globalizado do futebol, questões sobre números acabam influenciando até o mercado de contratações. Empresários frequentemente avaliam a disponibilidade de certas camisas — e a fama ligada a elas — para convencer atletas ou, ao contrário, afastar reforços supersticiosos.
No Barcelona, entre tradição e pragmatismo, a camisa 12 virou um símbolo discreto das superstições que atravessam o cotidiano do futebol, mostrando como, por trás das estratégias esportivas e decisões de diretoria, o lado psicológico segue tão presente quanto a tática e o talento.
Fonte: Lance
Photo by Stu Forster/Getty Images