O Milan perdeu para o Dinamo Zagreb e terá que jogar os playoffs da Champions League | OneFootball

Chegamos à rodada final da fase de liga da nova Champions League e o italiano que mais vezes conquistou o torneio, o segundo clube mais vencedor, decepcionou e perdeu uma ótima oportunidade de chegar às oitavas de final sem precisar passar por uma fase extra – na qual poderá, inclusive, enfrentar a Juventus. Fora de casa, o Milan fez sua pior partida na competição e foi derrotado por um adversário frágil, contra quem possuía um retrospecto de seis vitórias em seis jogos, até então. Para acrescentar mais um componente ao vexame, o Dinamo Zagreb terminou a quarta eliminado.

O Diavolo, com uma campanha até então acima do esperado, apesar dos muitos percalços, chegou ao último jogo já garantido no mata-mata e dependendo apenas de si para se classificar diretamente para as oitavas de final. A decisão se deu fora de casa, na Croácia, contra o sonhador Dinamo Zagreb, que vinha com possibilidades de chegar aos playoffs caso vencesse.

Para a partida, não contando nem com Emerson Royal, lesionado, nem com Calabria, suspenso por acúmulo de amarelos, Sérgio Conceição manteve o esquema 4-2-3-1, com a dupla de zaga que mais vem funcionando: Pavlovic e Gabbia. Tomori foi improvisado na lateral direita, com o volante Musah ajudando a fechar o lado, dando mais liberdade a Reijnders para atacar o espaço e a Pulisic para sair da ponta. O contestado Morata seguiu no time titular, acompanhado por Rafael Leão, que vem crescendo cada vez mais na competição.

Eterno rival do Milan, Fabio Cannavaro, técnico do Dinamo Zagreb, mandou seu time a campo no mesmo esquema, apostando em um onze inicial equilibrado que, apesar do menor investimento, buscaria a vitória desde o começo. A ideia foi tentar ter a bola e explorar as fragilidades defensivas dos italianos, especialmente a improvisação na lateral.

Um erro crasso de Gabbia permitiu que o Dinamo Zagreb abrisse o placar contra o Milan (Getty)

O início do jogo foi de grande equilíbrio, com os mandantes de fato conseguindo manter a posse. Aos poucos, os rossoneri começaram a crescer na partida, ganhar campo e criar oportunidades. Porém, aos 19 minutos, Gabbia falhou de forma gritante, entregando a bola a Baturina, que não se intimidou em frente a Maignan, o goleiro com mais defesas da competição e, com frieza, inaugurou o marcador para os croatas.

A pouca criatividade milanista deixou a partida muito confortável para o Dinamo Zagreb, que focou em se defender forte, esfriar o jogo tendo a bola e, caso aparecessem oportunidades, contra-atacar os adversários. E foi assim, aos 39, que um lance infantil tornou tudo ainda mais complicado para o Diavolo.

Um bate-rebate se tornou lançamento da defesa ao ataque da equipe de Zagreb. Stojkovic dominou e tentou driblar, mas Pavlovic controlou a situação. Contudo, Musah foi completamente estabanado e, sem necessidade, puxou o atacante rival, cometendo falta na entrada da área. O juiz corretamente o advertiu com o amarelo, mas o norte-americano já havia recebido outro cartão antes, por reclamação. Portanto, foi expulso.

Ainda no primeiro tempo, com vantagem numérica, psicológica e no placar, o Dinamo passou a dominar o jogo e criou ótimas oportunidades de aumentar a diferença. O Milan terminou completamente baqueado a metade inicial do confronto e o intervalo foi um grande alívio, um momento fundamental para que Sérgio Conceição pudesse realinhar a equipe.

O Diavolo voltou a campo com Chukwueze e Terracciano no lugar de Gabbia e Morata. Assumindo riscos, mas correndo atrás do resultado. E o resultado se viu rapidamente. O nigeriano entrou com vontade e buscando o jogo. Contudo, não demorou cinco minutos para mais um susto. Os croatas chegaram ao segundo gol, que, por um toque na mão no início da jogada, foi anulado.

Pulisic ensaiou reação, mas não foi suficiente: o Milan perdeu e não avançou diretamente às oitavas (Getty)

Já aos 53, finalmente o Milan entrou na partida. Pulisic arriscou de média distância um belo chute que foi bem no canto, não dando nenhuma chance para o goleiro. Mas depois do fortuito empate, virou bombardeio contra a meta de Maignan. Mais um tento dos mandantes foi invalidado, dessa vez por impedimento. E a bola não demorou a encontrar as redes milanistas novamente – sem qualquer irregularidade. Ex-Juventus, Fiorentina, Genoa, Torino e Empoli, o meia-atacante Pjaca, que já fazia uma partida fantástica, recebeu no meio da área e bateu cruzado para dar novamente a vantagem ao seu time, aos 60.

A loucura não acabou aí. Apenas três minutos depois, Rafael Leão recebeu um lançamento, tentou driblar o goleiro e foi derrubado. Pênalti para o Milan. Mas o VAR chamou o juiz para rever o lance, por conta de uma falta cometida pelo atacante português, que foi marcada – e o penal, removido. A partir de então, os italianos se lançaram de vez para o ataque, criando algumas ocasiões, mais na vontade do que na organização.

Mesmo com a pouca criatividade, a qualidade dos rossoneri, muito maior do que a adversária, permitiu que o time tivesse boas chegadas, mas os jogadores muitas vezes tropeçaram nas próprias pernas na hora de definir. Péssimas finalizações que não levaram a nada e não alteraram o resultado final. Derrota milanista.

A vitória não foi suficiente para os croatas, que dependiam de uma combinação de resultados para passar de fase e ficaram pelo caminho na Liga dos Campeões. Já os rossoneri deixaram o G8 e terminaram na 13ª colocação. Resta esperar para saber se enfrentarão, nos playoffs, o Feyenoord ou a grande rival Juventus. O trágico e inesperado resultado trouxe ao Milan o risco de jogar mais um clássico duríssimo contra outro time com muitos altos e baixos na temporada – e o sorteio ainda pode colocar a Inter no caminho da dupla nas oitavas; a outra opção é o Arsenal. Uma disputa das mais difíceis de prever o que pode acontecer.