Movimentos políticos do Corinthians questionam diretoria no Conselho sobre denúncias de cambismo | OneFootball

Os bastidores do Parque São Jorge continuam agitados com as polêmicas envolvendo denúncias de irregularidades no Fiel Torcedor, desvios de ingressos e o aumento do cambismo nos arredores da Neo Química Arena. Nesta terça (1º) e quarta-feira (2), dois grupos políticos do clube – Arquibancada 85 e Movimento Corinthians Grande – se manifestaram publicamente sobre o tema.

Ambos publicaram em suas redes sociais que protocolaram requerimentos no clube solicitando esclarecimentos e investigações sobre o programa de sócio-torcedor alvinegro, além de providências em relação às diversas denúncias veiculadas na imprensa e que a Central do Timão vem acompanhando e repercutindo desde outubro do ano passado.

Foto: Reprodução/Corinthians

No caso da Arquibancada 85, a publicação foi acompanhada de uma cópia do documento entregue no Parque São Jorge, com poucos trechos protegidos, como links contendo provas de denúncias de cambismo. O requerimento foi endereçado ao presidente Augusto Melo e a outras figuras políticas e administrativas do clube, incluindo o superintendente de marketing Vinícius Azevedo.

O texto se inicia com um posicionamento da chapa sobre a problemática do aumento do cambismo no Corinthians, fator que motivou a criação de um canal de denúncias. Por meio dele, o grupo rapidamente reuniu mais de 100 relatos de vendas ilegais de ingressos. A análise dessas denúncias revela que todos os setores da Neo Química Arena têm ingressos comercializados no mercado paralelo, com preço médio de R$ 308 por bilhete e um ágio que chega a impressionantes 551% sobre o valor original.

O documento também apresenta trechos de denúncias que evidenciam como muitos cambistas fazem dessa prática sua principal atividade, chegando a mencioná-la em suas bios nas redes sociais e anunciando os ingressos de forma explícita, sem medo de punições. Alguns relatos dão conta de mais de 40 ingressos sendo vendidos por uma única pessoa.

Na sequência, o texto afirma que essas situações desestimulam o torcedor corinthiano a aderir ao Fiel Torcedor, pois evidenciam que o programa não tem cumprido seu propósito e vem sendo desvirtuado pelos desvios de ingressos, e cita o impacto negativo na reputação do clube causado pelas sucessivas denúncias.

Por fim, o requerimento da Arquibancada 85 termina com diversos pedidos, entre eles a abertura de uma comissão para investigar o cambismo no Corinthians, o recadastramento de todos os sócio-torcedores em um prazo máximo de 90 dias e o encaminhamento das denúncias recolhidas pelo grupo ao Ministério Público. É possível conferir a publicação e o documento neste link.

Já o Movimento Corinthians Grande não divulgou o documento em sua publicação, mencionando apenas seu teor de forma geral. No entanto, a Central do Timão teve acesso ao texto, datado de 19 de março e protocolado cinco dias depois. O documento começa expressando preocupação com as denúncias de cambismo e faz referência ao artigo 81 do estatuto do clube, que atribui ao Conselho Deliberativo a responsabilidade de zelar pelo Corinthians.

Em seguida o documento cita a matéria do ge.globo, que revelou denúncias do ex-chefe de TI do Corinthians Marcelo Munhoes, afirmando que as questões levantadas na reportagem demandam respostas do clube. Por fim, são feitos 18 questionamentos ao presidente Augusto Melo, a quem o requerimento é endereçado, abordando uma série de denúncias de irregularidades que despontaram nos últimos meses.

Entre os assuntos abordados, estão a quantidade de ingressos disponibilizados pelo Fiel Torcedor, os responsáveis pelos logins internos do programa, geridos pela administração alvinegra, o aumento do número de ingressos destinados a camarotes, a suposta dívida do camarote Fielzone com o clube, e esclarecimentos sobre as denúncias feitas por Munhoes na matéria já mencionada. É possível ver a publicação do MCG neste link.

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