Jogada10
·19 Februari 2025
Médica do Corinthians compara lesões em grama natural e sintética
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·19 Februari 2025
Nesta terça-feira (18), jogadores do futebol brasileiro se uniram em manifesto pedindo o fim da grama sintética nos estádios. Assim, a chefe do departamento médico do Corinthians, Dra. Ana Carolina Côrte, se manifestou sobre o assunto ao apresentar um estudo sobre o tema em suas redes sociais.
A profissional apresentou um estudo da Uefa, que durou 18 anos, e concluiu que as lesões sofridas na grama sintética tendem a ser mais graves que na grama natural.
“Hoje eu vi vários atletas se manifestando contra a grama sintética e a favor da grama natural. Eu não venho para dizer da parte técnica, porque isso não cabe a mim, mas para falar sobre a parte médica. Hoje existem alguns trabalhos que tentam mostrar a diferença da incidência de lesões em grama sintética e natural. A gente não tem muitas conclusões, mas existe um estudo que eu gosto de falar, feito pela Uefa durante 18 anos, com clubes europeus, que aborda como diminuir o número de lesões no futebol. Uma das discussões foi: que tipo de lesão se tem no gramado sintético e na grama natural? O que a gente sabe é que o número de lesões não muda muito entre o sintético e natural, mas o que muda é a diferença das lesões. No gramado natural, ocorrem muito mais lesões musculares, que é o que a gente vê no nosso dia a dia mesmo. Já no gramado sintético, há a prevalência de lesões ligamentares, de joelho e de tornozelo”, declarou Ana Carolina Côrte.
“O que me chama a atenção é que, apesar do número de lesões ser parecido, as lesões em gramado sintético são mais graves, deixam o atleta afastado por um período maior do que em lesões musculares. Claro que também existem lesões ligamentares no gramado natural e lesões musculares na grama sintética, mas é isso o que dizem os estudos, principalmente esse da Uefa que durou 18 anos, com uma quantidade muito grande de dados”, concluiu a médica do Corinthians.
Vários jogadores do futebol brasileiro se uniram pedindo o fim do gramado sintético no Brasil. Assim, atletas como Neymar, Thiago Silva, Gabigol, Lucas Moura, Philippe Coutinho, Bruno Henrique, Alan Patrick, entre outros, publicaram uma mensagem nas redes sociais.
“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim”, diz uma parte do texto.
“Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste. Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam. FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!”, finaliza.