Média de 20,8 anos: o impressionante jovem onze do Alverca no regresso à I Liga | OneFootball

Vinte e um anos depois da presença no escalão máximo, o Alverca voltou, em Moreira de Cónegos, ao maior palco do futebol português. O desfecho, contudo, foi agridoce. Com o primeiro ponto praticamente assegurado, Yan Maranhão – lançado na segunda parte – recolocou o Moreirense em vantagem mesmo ao cair do pano. A boa exibição dos comandados de Custódio Castro, especialmente no tempo complementar, foi assim desfeita nos instantes finais.

Coincidência do destino ou não, o jogo de despedida do Alverca na I Liga, na época 2003/04, tinha também ocorrido no reduto do Moreirense. José Couceiro, na altura, era o treinador principal. O resultado foi idêntico ao desta primeira jornada da Liga Portugal Betclic 25/26: derrota, mas por 3-1.

O regresso ao topo do futebol nacional foi conquistado de forma notável. Campeão da Liga 3, o Alverca garantiu, no ano seguinte, nova subida e o acesso à I Liga — um feito que apenas sete clubes tinham alcançado.

Um plantel completamente renovado

A promoção trouxe novos desafios, em especial a necessidade de formar um grupo competitivo, capaz de discutir qualquer jogo. O clube optou por uma reformulação quase total: 28 reforços (!) confirmados e apenas um jogador que se manteve da época anterior, o médio Diogo Martins.

Vinícius Jr., um dos acionistas, tem investido fortemente em caras novas, privilegiando a juventude. O ex-técnico do SC Braga B reforçou a mesma ideia na flash interview: «Temos muitos jogadores novos, muitos deles a jogarem pela primeira vez na I Liga, mas acabámos por tirar bons apontamentos. Não esquecer aquilo que estamos a construir dentro do clube.»

O onze titular neste regresso apresentava uma média de idades de 20,8 anos, sendo os mais jovens — o central Bastien Meupiyou e o extremo Nuozzi — de apenas 19. No extremo oposto, Chiquinho, ex-Wolverhampton, era o mais experiente do onze, com 25.

Sandro Lima, de regresso a Portugal, é o veterano do grupo (34 anos) e saltou do banco no tempo complementar para acrescentar experiência aos colegas. Além disso, todos os titulares são reforços, assim como o próprio mister Custódio. Para comparação, no último jogo do clube na I Liga, a média de idades rondava os 26 anos, bastante acima da apresentada no passado domingo.

Mas afinal, a juventude fez ou não a diferença?

As dúvidas sobre o onze dissiparam-se pouco antes do apito inicial. No habitual 3-4-3 utilizado por Custódio na segunda equipa minhota, os jovens ribatejanos entraram algo ansiosos, permitindo ao Moreirense assumir desde cedo o controlo do jogo. Meupiyou impunha-se fisicamente, Naves (23 anos) comandava a defesa como um líder nato, mas um erro infantil de André Gomes (20 anos) permitiu à equipa da casa confirmar a superioridade inicial.

Ainda assim, um golo de grande penalidade, mesmo antes do intervalo, devolveu ânimo ao Alverca. Na segunda parte, a equipa reapareceu mais confiante e organizada, crescendo visivelmente ao longo do jogo. No entanto, uma jogada brilhante aos 90+5’ destruiu as aspirações de somar os primeiros pontos no regresso à elite.

Com alguns ajustes — como a eventual inclusão de Sergi Gómez, com mais de uma década de experiência na La Liga — resta saber até onde poderá chegar este conjunto repleto de jovens.

Apesar do resultado negativo, ficam os sinais encorajadores e a certeza de que há juventude a jogar como gente grande.