Lenda na Lazio, <i>flop</i> no FC Porto: «Conceição não se identificava com ele» | OneFootball

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·5 November 2024

Lenda na Lazio, <i>flop</i> no FC Porto: «Conceição não se identificava com ele»

Gambar artikel:Lenda na Lazio, <i>flop</i> no FC Porto: «Conceição não se identificava com ele»

A cronologia de uma carreira de sucesso com uma pedra no sapato: FC Porto.

Foi um dos meninos da vila com maior popularidade/credibilidade - jogou ao lado de Neymar e não escapou ao rótulo de «novo Ganso» -, tornou-se um ídolo na Lazio - é o nono jogador da história do clube com mais jogos -, alcançou o sonho de criança no West Ham (jogar na Premier League), regressou à Lazio, voltou a ser feliz no Brasil e, pelo meio... teve uma passagem infrutífera pelo FC Porto.


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Felipe Anderson esteve nos holofotes do mundo azul e branco em outubro de 2020, mas nunca conseguiu agarrar um lugar nas opções de Sérgio Conceição. O internacional brasileiro aterrou na Invicta carregado de expectativas, mas apenas totalizou 10 partidas e realizou uma assistência pelos dragões.

De longe, a temporada menos produtiva do extremo brasileiro. Algo que levantou muitas dúvidas/interrogações: afinal, o que se passou com Felipe Anderson?; Porque não vingou?; Era um problema com Sérgio Conceição?

Para desvendar este «mistério», o zerozero esteve à conversa com Maurício - jogador do North Esporte Clube e um «grande amigo» do extremo no período da Lazio -, Nanu - lateral do Samsunspor e ex-colega de Felipe no FC Porto - e ainda Bruno Jordão, médio do Radomiak Radom e ex-colega de Felipe Anderson na Lazio.

«Senti que ele não estava feliz»

«É um dos meus melhores amigos. Foi uma pessoa que sempre me ajudou muito» introduziu Maurício ao nosso portal abordando a relação de amizade que partilha com Felipe, um colega que recordou sempre com «carinho» e «gratidão» pela forma como o ajudou no processo de adaptação em Itália.

Sobre a «pedra no sapato», o central brasileiro admitiu que é algo «difícil de explicar», mas aponta que o extremo «não estava pronto» para o FC Porto.

«Ele não estava 100 por cento pronto psicologicamente. Foi algo mais forçado da parte do West Ham e dos empresários do que propriamente da vontade dele. Eu acho que ele gostaria muito de ir para o FC Porto, até porque o FC Porto é maior do que o West Ham, mas não foi o momento ideal. E depois, em Portugal, ele já não estava tão feliz muito provavelmente. E quando um jogador não está feliz... o desempenho não vai ser o mesmo», continuou.

«Eu recordo-me de uma conversa antes de ele ir para a cidade do Porto e disse-lhe, com toda a certeza, que iria amar o país e as pessoas. Dois meses depois voltei a falar com ele e senti que já não estava tão feliz. Não sei se teve algum problema com o treinador, ou se achava que iria ter mais minutos logo no imediato, mas a verdade é que não estava a sentir-se importante e a ajudar o clube, que era o que mais queria», apontou.

Posto isto, para Maurício, o fator psicológico fez toda a diferença. Felipe «não estava feliz» na Invicta, ao contrário do que viveu em Roma, local que chamava «casa».

«O Felipe, por exemplo, quando regressa à Lazio, explode novamente por uma simples razão: era um clube que ele gostava, sentia-se em casa/ambientado e estava próximo das pessoas que gostava», recordou.

«Ele agora está no Brasil e os primeiros dois meses até não foram fáceis. Os adeptos já estavam, inclusive, a ficar algo aziados com ele, contudo, agora, o rendimento dele está absurdo: está confiante, o Abel está a apostar mais nele e já está a mostrar novamente quem é o Felipe Anderson. É um craque que, se tivesse sido melhor rodeado, teria chegado a um cenário mundial no futebol», rematou.

«Fazia tudo o que o Sérgio Conceição pedia»

Na Invicta, o relato é semelhante. Nanu trabalhou diariamente com o brasileiro e, até hoje, não consegue encontrar um motivo que justifique o insucesso de Felipe Anderson no FC Porto. De resto, o ex-lateral dos dragões deixou muitos elogios ao avançado, referindo que era «um craque» e um jogador «muito completo».

«Ele fazia tudo bem. Era um grande profissional, trabalhava muito, sempre alegre e bem disposto. Não vi absolutamente nada de negativo nele. Era uma pessoa que transmitia uma boa energia, tranquila, convivia com toda a gente e era amigo do amigo. Uma excelente pessoa», começou por referir.

«O que faltou? É complicado. Acho que simplesmente foi uma questão da oportunidade. E não acho que tenha sido pelo contexto [n.d.r: jogar num novo país e nova liga], até porque ele era um jogador com uma vasta experiência. Talvez não tivesse as oportunidades que merecia, mas sempre foi um grande profissional», sublinhou.

Pela qualidade/experiência e desempenho em outros contextos - West Ham e Lazio, especialmente -, o insucesso de Anderson em Portugal tornou-se um «mistério».

Bruno Jordão - ex-jogador de SC Braga, Famalicão e Santa Clara e ex-colega de Felipe na Lazio -, aponta para as características de Sérgio Conceição como o «entrave» no percurso do brasileiro. Nanu - que conviveu com ambos - não acredita tanto nessa ideia, uma vez que o brasileiro «fazia tudo o que o treinador pedia».

«Em qualquer outra equipa portuguesa ele jogaria. A qualidade estava lá. Na minha opinião, não era um jogador à imagem de Sérgio Conceição», explicou Bruno Jordão ao nosso portal.

«Não é aquele jogador agressivo defensivamente, ou que goste de defender. Eu penso que ele estava adaptado ao futebol português, mas quando um treinador não gosta de ti, ou não vai com a tua cara, tu até podes ser o melhor do mundo que aos olhos do treinador não», continuou.

«Posso estar errado, mas acho que este foi o problema: Sérgio Conceição não se identificava com ele. Se perguntares a qualquer pessoa, o Conceição é um treinador à imagem do FC Porto, e se calhar o Felipe não era um jogador à imagem do FC Porto. De certeza que teria sucesso em qualquer outro contexto», destacou o médio do Radomiak Radom.

Nanu, por fim, considera que é uma daquelas coisas «inexplicáveis no futebol».

«Mesmo quando não jogava, treinava. Era intenso nos treinos, fazia muito ginásio e tinha muita qualidade. Não houve, por exemplo, qualquer atrito com quem quer que seja. Ele fazia tudo o que o treinador pedia. Foi algo inexplicável mesmo», rematou.

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