Leonino
·12 November 2024
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Gonçalo Pereira fez grande parte da sua caminhada profissional como treinador de futebol no norte da europa, e conhece como poucos o futebol da Escandinávia. O treinador deu uma entrevista ao ‘Desporto ao Minuto’ em que abordou o estado do futebol nórdico, e algumas das estrelas do Sporting.
“Se formos ver os jogadores escandinavos de há 10 a 15 anos que andavam na alta roda do futebol, o perfil é muito diferente daquele que é hoje. O Gyokeres é um jogador um pouco mais físico. O Hjulmand é um jogador também ele físico, mas tem uma grande qualidade de passe e receção”, partilhou, sobre o sueco e o dinamarquês do Sporting.
Falou também das comparações entre Gyokeres e Haaland, sem convicção de que o jogador do Sporting seja o melhor dos dois: “Tenho as minhas reticências em relação a isso. Joguei contra o Haaland e sigo-o há muito tempo. Acho-o um jogador excepcional. É completo, faz tudo, quer seja em transição, quer seja organização. É dos melhores finalizadores do mundo, certamente. O Gyokeres está, neste momento, a relançar a sua carreira depois de ter saído da Suécia e está a fazê-lo muito bem. Certo é que são dois pontas de lança incríveis que têm apresentado números, que é o mais importante para o treinador. Olhas para eles e vês que são jogadores em quem tu podes confiar”.
O treinador também falou sobre as características e evolução do futebol nórdico: “Uma das coisas que me tem surpreendido é a qualidade do jogador. O jogador escandinavo tem bastante qualidade. Temos o exemplo do Aursnes, Gyokeres e do Hjulmand. Será um dos mercados a explorar. A grande diferença acaba por ser naquele que é o entendimento no jogo. O jogador português é muito mais culto taticamente, consegue-se adaptar muito mais facilmente”.
Terminou, expandido sobre o tema anterior: “Temos a tendência para achar que o jogador é muito físico. O jogador português é muito mais físico. Um jogo em Portugal tem muito mais duelos e contacto físico do que qualquer jogo na Escandinávia. A questão que está a ser ultrapassada agora, é que, por exemplo, na Noruega o jogo acabava por ser muito mais vertical, o que o leva a ter mais esticões e muito mais ações de alta intensidade. Antigamente, o jogo era muito baseado na cultura do 'kick and rush' inglês dos anos 90, mas felizmente agora acaba por estar a mudar um bocado. Por outro lado, o futebol sueco e finlandês é mais de posse e isso vai acabar por influenciar aquilo que é o perfil dos jogadores escandinavo”.