Gabri Veiga: o <i>menino</i> galego com saudades de casa e fome de sucesso | OneFootball

É o primeiro grande presente oferecido por André Villas-Boas a Martín Anselmi no defeso de 2025 e promete ser uma das grandes figuras do FC Porto e da Liga Portugal Betclic. Produto da formação e grande figura do Celta de Vigo em 2022/23, partiu rumo à Arábia Saudita com apenas 21 anos e meia Europa atrás de si.

Regressa agora para perto de casa na perspetiva de se tornar um reforço de proa para os dragões. Tendo isto em conta, o zerozero foi à procura de perceber o perfil de médio que acaba de chegar à Cidade Invicta.

Número 8 para encaixar com Varela

Médio de boa estampa física, Gabri Veiga destaca-se também pela capacidade com que chega à área adversária, bem como a zonas de finalização. De resto, esta caraterística tornou-se uma evidência na temporada de afirmação no emblema galego, onde, por várias vezes, causou mossa no ataque ao último terço.

Box-to-box de raiz - ou área-a-área, se preferir -, é capaz de emprestar uma boa capacidade de transporte de bola no momento da transição ofensiva, algo que pode facilitar, em grande medida, à implementação das ideias de Anselmi.

Além disso, é um jogador que pode ocupar zonas mais adiantadas do terreno, apresentando uma versatilidade considerável para jogar, por exemplo, na linha mais adiantada da formação azul e branca.

Sem se apresentar como um portento a nível técnico, compensa esse ponto menos forte com um dinamismo capaz de chegar a qualquer zona do terreno, estando apto para emprestar uma omnipresença muito apreciado no futebol moderno, fruto do seu bom pulmão, condição física assinalável e leitura de jogo.

Caraterísticas que podem muito bem casar com as de Alan Varela, argentino que ficou órfão de Nico González no mercado de inverno e que tem neste ingresso de Gabri Veiga a oportunidade ideal para nova parceria de sucesso no setor intermédio dos dragões.

Comparações com uma lenda inglesa e a vontade de regressar

Eduardo Covelo, ex-coordenador da formação do Celta de Vigo e conhecedor à lupa das qualidades do médio, chegou mesmo a compará-lo a uma ilustre figura do futebol inglês e do Chelsea: «Pode ser algo parecido ao que foi Lampard. É muito moderno e um jogador que qualquer treinador deseja ter.»

Declarações tecidas na sequência do congresso internacional da Associação Nacional de Dirigentes de Futebol, Futsal e Futebol de Praia, realizado em Matosinhos, que não terminaram neste comentário.

«Chegou ao Celta com 11 anos e saiu aos 21, deixando quase 35 milhões de euros no clube. Não era um enorme talento quando chegou, mas cresceu muito na formação devido a capacidades como trabalho, sacrifício e humildade. Acho que pode ser um jogador importante em qualquer equipa de alto nível na Europa», acrescentou, antes de sublinhar um fator de relevo para este regresso ao futebol europeu, além do desportivo.

«Dizia que tinha muitas saudades de Vigo. Provavelmente, pode juntar um pouco das duas coisas: estar num clube importante como o FC Porto e perto de casa. É uma pessoa muito humilde, muito da sua gente. Aqui, estará ao lado de casa e vai estar muito mais confortável», afiançou.

Aliada a estas vontades, há que referir outra bastante valiosa na ótica dos dragões: a abrupta descida salarial confirmada por André Villas-Boas.

«Abdica de 90 por cento do salário para jogar no FC Porto. Tudo isto é louvável. Muitos jogadores tomam opções para adquirem ganhos financeiros com as transferências e ele fez movimento inverso», referiu o presidente dos azuis e brancos na última quinta-feira, à margem da assinatura do protocolo com a CM Gaia para o novo centro de alto rendimento.

Com estes ingredientes, estará Gabri Veiga mais perto do ressurgimento com que entusiasmou o Velho Continente?