MundoBola Flamengo
·18 Februari 2025
Flamengo tem aumento expressivo em venda de atletas nos últimos 6 anos
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·18 Februari 2025
O Flamengo é o clube brasileiro com a maior receita oriunda da venda de jogadores nos últimos seis anos. O Mais Querido movimentou R$ 1,5 bilhões entre 2018 e 2023 com transferências, um montante que dá a liderança isolada no quesito no Brasil e representa o triplo do valor que o clube recebeu nos 15 anos anteriores.
Levantamento feito pelo especialista em marketing esportivo, Amir Somoggi, da Sports Value, mostra que os time do país movimentaram R$ 23,7 bilhões com venda de atletas entre 2003 e 2023. Esse período é liderado pelo São Paulo (R$ 2,7 bilhões), enquanto o Rubro-Negro ocupa a terceira posição geral pelos R$ 1,5 Bi. Mas esse cenário muda completamente quando analisado o desempenho das equipes no tema em um recorte mais recente, quando o Fla salta para a primeira posição. Todos os valores do estudo foram atualizados de acordo com a inflação.
O Mengão apresentou uma receita de R$ 500 milhões no recorte de 15 anos entre 2003 e 2017. Um valor consideravelmente baixo para um clube que sempre revelou grandes atletas e esteve em evidência na mídia, o que naturalmente aumenta os valores das negociações. Essa arrecadação só passou a aumenta exponencialmente conforme o clube começou o processo de organização financeira e passou investir nas estruturas do Ninho do Urubu. Um movimento similar ao que acontece com o Palmeiras, segundo colocado na análise mais recente.
"Aceleração de Flamengo e Palmeiras veio desde um maior investimento em estrutura de categoria de base", diz trecho do estudo publicado pela Sports Value.
Esses investimentos se traduzem em mais jogadores de qualidade revelados para atuar no profissional e consequentemente vendidos por montantes maiores do que no passado. Algumas negociações expressivas de Garotos do Ninho desde 2018 são: Vini Jr (€ 45 Mi); Lucas Paquetá (€ 35 Mi); Reinier (€ 35 Mi); Léo Duarte (€ 10,6 Mi); Rodrigo Muniz (€ 8 Mi); João Gomes (€ 18,7 Mi); E Matheus França (€ 20 Mi).
Isso além de outros nomes como Lázaro, Vinícius Souza, Natan e mais. Lembrando que o levantamento considera todas as transações, o que inclui, por exemplo, as vendas de Gerson, Michael e Pablo Marí. Isso passa também passa diretamente pela melhora financeira do clube a partir de 2013, já que não tinha margem para negociar melhores condições diante da crise constante. A negociação de Renato Augusto é um retrato desse situação. Recém-campeão da Copa do Brasil, o meia foi vendido por R$ 15 milhões ao Bayer Leverkusen-ALE.
Foto: Sports Value
A inflação do mercado com o passar dos anos também é um fator que influencia. A transferência Zinedine Zidane para o Real Madrid por 77,5 milhões de euros foi a maior de todos os tempos entre a temporada 01/02 até 09/10, quando Cristiano Ronaldo foi atuar pelos Merengues por 94 milhões de euros. Atualmente, o posto é ocupado pela troca de Neymar do Barcelona para o PSG por 222 milhões de euros.
O mercado brasileiro também foi influenciado, e os clubes vendem seus atletas cada vez mais caros, principalmente aqueles que ainda não completaram 20 anos. Mas o quesito não é o primordial para a melhora, pois nem todas as equipes foram beneficiadas com a mudança. O próprio líder o ranking, o São Paulo, apresentou receita de R$ 1,7 bilhão nos primeiros 15 anos do estudo e depois viu esse valor cair par R$ 1 bilhão.
Ou seja, o Flamengo foi um dos clubes que melhor aproveitou o boom dos valores por estar bem organizado e preparado para o momento. Enquanto equipes que investem menos nas categorias de base e revelam menos atletas não conseguem acompanhar o volume de geração de receitas.
Foto: Sports Value