E-commerce na Europa e melhorias no Fiel Torcedor: superintendente de marketing detalha planos do Corinthians | OneFootball

O superintendente de marketing do Corinthians, Vinicius Manfredi de Azevedo, assumiu o cargo no clube em junho de 2024 após a saída conturbada de seu antecessor, Sérgio Moura. Seis meses depois, o profissional trabalha com o desafio de alcançar um faturamento recorde com patrocínios, atingindo R$ 212 milhões.

Além de buscar acordos com novos parceiros para espaços vazios no uniforme da equipe profissional masculina, o responsável pelo marketing do clube tem outros planos alinhados com sua equipe. Um deles é aprimorar o programa de sócios-torcedores do Timão, o Fiel Torcedor, conforme disse Vinicius Manfredi em entrevista concedida ao ge.globo.

“O Fiel Torcedor passa por um momento desafiador. Temos acompanhado a dificuldade às vezes das pessoas de comprar o ingresso. Quando entrar o reconhecimento facial vai melhorar bastante coisa, isso será obrigatório a partir de julho. O que estamos tentando fazer para corrigir problemas que foram reportados, como a questão de fraude em venda de ingresso ou robôs que faziam a compra no sistema.”, iniciou o dirigente.

“A gente dizia: coloca a autenticação de dois fatores. Só que se você colocar a autenticação de dois fatores, você obriga o torcedor a baixar um segundo app. E, diferentemente do app do banco, que você acessa para pagar uma conta, para comprar o ingresso você está em uma corrida contra alguém.”, continuou.

“Então a gente, por enquanto, está tentando mapear esses perfis mais suspeitos de fraude para bloqueá-los em vez de criar uma barreira para o torcedor comprar ingresso na reta final da temporada. Porque isso explodiu nos jogos contra Racing, Flamengo, foi mais ou menos ali de setembro, outubro pra frente que o negócio deu uma piorada.”, prosseguiu.

O superintendente de marketing do Corinthians falou sobre algumas das formas que golpistas utilizam para tentar roubar os dados de membros do Fiel Torcedor. De acordo com Vinicius Manfredi, um grande desafio será “higienizar” o programa.

“Tem muita gente que não muda a senha faz tempo. Então, golpistas criaram alguns sites em que a pessoa sem perceber entrava e botava os seus dados, e aí depois o criminoso conseguia entrar no site oficial. Criamos alerta para as pessoas trocarem a senha. Em breve, vamos obrigar essa troca.”, disse.

“A gente não queria fazer isso na reta final da temporada porque ia gerar um alto volume de reclamação das pessoas que estavam indo comprar o ingresso e, no meio do caminho, tiveram que mudar a senha. Como era uma reta de muita emoção, a gente não quis gerar fricção para o usuário. Um desafio é higienizar a base de dados. Tem muita gente com cadastro antigo, incompleto. Vamos passar por um recadastramento, que é importante, pela parte do reconhecimento facial.”, continuou.

“Existe o objetivo de ter um programa melhor, mas isso não vai ser de “bate e pronto” porque a gente tem um desafio agora de começar o campeonato de uma maneira mais ordenada. Mas queremos ter uma experiência melhor de compra, benefícios oferecidos… E como mirar o Fiel Torcedor como um programa de relacionamento, que eu acho que é algo que agora a gente não está pronto.”, completou o profissional.

Vinicius Manfredi também falou sobre outra ideia que deve começar a ser desenvolvida pelo Corinthians em 2025. Com o intuito de expandir cada vez mais sua marca, o clube estuda abrir um e-commerce na Europa para comercializar seus produtos com um público que ainda não tem fácil acesso.

“A gente quer tentar ter uma operação de e-commerce para atender a parte ocidental da Europa, porque tem muitos corintianos que moram lá e não têm acesso a produtos nossos hoje. Tem fãs de futebol que gostam de vestir futebol independentemente de time e tem o apelo do Memphis e de outros atletas também do elenco que eventualmente podem seduzir pessoas de lá a querer comprar produtos nossos.”, disse o dirigente.

“A gente está realmente focado não só pelo Memphis, mas por uma necessidade do clube, né? Quantos torcedores nossos vivem na Europa e são carentes de conseguir comprar produto? Então a gente tem uma vertical nesse sentido.”, continuou.

“Estamos ainda fazendo um levantamento de estimativa de vendas, considerando algumas bases, por exemplo quantos seguidores nossos estão na Europa ou quantos brasileiros moram em cada país para tentar tirar alguns extratos, para tentar entender um pouco desse potencial.”, prosseguiu.

O responsável pelo marketing do clube ainda apontou que a comercialização de produtos no Velho Continente não teria como foco o retorno financeiro em um primeiro momento, mas sim introduzir a marca do clube no dia-a-dia de mais pessoas.

“Com certeza hoje seria mais por uma questão de posicionamento do que por dinheiro, não é algo que vai ser super representativo. Mas tem algumas coisas importantes, uma moeda muito mais forte e normalmente quem está lá tem um poder de compra razoável. E há uma carência, uma demanda reprimida.”, afirmou Vinicius Manfredi.

“Essas pessoas dependem de algum amigo que viaja para lá e leva (os produtos do Corinthians), ou de vir para o Brasil para comprar, não têm muito acesso. É igual quando o Memphis chegou e teve a venda dos direitos internacionais para a Holanda e depois para os Estados Unidos e o Canadá: não era muito pelo dinheiro, porque o dinheiro não era tão relevante naquela fotografia. É muito mais por esse movimento do clube estar presente naquela rotina.”, finalizou.

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